sábado, 27 de julho de 2013

NANÃ, a velha feiticeira

Axééé !!! 
Dia 26 de julho é o dia que, devido ao sincretismo com Sant'Ana, comemoramos na Umbanda o Orixá Nanã Buruquê.

Sei que muitos terreiros pouco cultuam e que alguns pouco conhecem esse orixá, assim, espero que com este texto consigamos nos aproximar dessa que, com tamanha força e expressão, muito pode transformar nosso íntimo.

Nanã é a Divindade Suprema que junto com Zambi fez parte da criação, é a mais antiga de todos os Orixás, a mais velha e a mais respeitada. Historiadores afirmam que  Nanã “surge” anterior à Idade do Ferro, provocando uma relação “conturbada” com Ogum.

É responsável pelo elemento barro, que deu forma ao primeiro homem e a todos os seres viventes da terra.

Dizem que quando Olorum, o ser Supremo, encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, Oxalá tentou vários caminhos.

Tentou fazer o Homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o Homem logo se desvaneceu. Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. De pedra, mas ainda a tentativa foi pior. Fez de fogo e o Homem se consumiu. Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada.

Foi então que Nanã veio em seu socorro e deu a Oxalá a lama, o barro do fundo da lagoa onde ela morava, a lama sob as águas, que é Nanã. Oxalá criou o Homem e o modelou no barro. Com o sopro de Olorum ele caminhou. Com a ajuda dos Orixás povoou a terra.

Com o barro, Nanã propicia o uso das cerâmicas, momento em que o homem começa a desenvolver a cultura.

Orixá que auxilia as passagens difíceis da vida, que pode trazer riquezas assim como a miséria, é a própria evolução do Ser, o princípio, o meio e o fim; o nascimento, a vida e a morte. Nanã tanto rege a vida como a morte, sequências da mesma realidade.

Pertencem a Nanã os búzios, que simbolizam morte por estarem vazios e fecundidade porque lembram os órgãos genitais femininos, entretanto, o que a melhor sintetiza é o “grão”, pois, além de Nanã possuir domínio sobre a agricultura e desenvolvimento do homem, todo “grão” tem que morrer para germinar. Nanã é que dá nascimento às sementes permitindo transmutação e transformação contínua para que nada se perca.

Nanã é considerada a Divindade da Lua Escura, essa Lua também é chamada de fase Balsâmica que tem como atributo a energia passiva, receptiva e libertadora propiciando o esquecimento do passado para se direcionar ao futuro. Assim, como Nanã Buruquê, libertar o passado para iniciar um novo ciclo, com consciência e clareza.

A mais controversa no panteão africano, Nanã ora é perigosa e vingativa, ora doce e acolhedora. Sua terra se transforma em lama e é da terra que nascemos, para terra que seremos levados ao morrer. É a Grande Mãe de onde tudo nasce e tudo retorna.

Dona da sabedoria e da justiça que vem da natureza, age com rigor em suas decisões, oferece segurança, mas não aceita traição, sua lei é implacável.

No início dos tempos os pântanos cobriam quase toda a terra. Faziam parte do reino de Nanã Buruquê e
ela tomava conta de tudo como boa soberana que era. Quando todos os reinos foram divididos por Olorun e entregues aos orixás,uns passaram a adentrar nos domínios dos outros e muitas discórdias passaram a ocorrer. E foi dessa época que surgiu esta lenda: Ogum precisava chegar ao outro lado de um grande pântano, lá havia uma séria confusão ocorrendo e sua presença era solicitada com urgência. Resolveu então atravessar o lodaçal para não perder tempo. Ao começar a travessia que seria longa e penosa ouviu atrás de si uma voz autoritária: – Volte já para o seu caminho, rapaz! – Era Nanã com sua majestosa figura matriarcal que não admitia contrariedades – Para passar por aqui tem que pedir licença! – Como pedir licença? Sou um guerreiro, preciso chegar ao outro lado urgente. Há um povo inteiro que precisa de mim. – Não me interessa o que você é e sua urgência não me diz respeito. Ou pede licença ou não passa. Aprenda a ter consciência do que é respeito ao alheio. Ogum riu com escárnio: – O que uma velha pode fazer contra alguém jovem e forte como eu? Irei passar e nada me impedirá! Nanã imediatamente deu ordem para que a lama tragasse Ogum para impedir seu avanço.

O barro agitou-se e de repente começou a se transformar em grande redemoinho de água e lama. Ogum teve muita dificuldade para se livrar da força imensa que o sugava. Todos seus músculos retesavam-se com a violência do embate. Foram longos minutos de uma luta sufocante. Conseguiu sair, no entanto, não conseguiu avançar e sim voltar para a margem. De lá gritou: – Velha feiticeira, você é forte não nego, porém também tenho poderes. Encherei esse barro que chamas de reino com metais pontiagudos e nem você conseguirá atravessá-lo sem que suas carnes sejam totalmente dilaceradas. E assim fez. O enorme pântano transformou-se em uma floresta de facas e espadas que não permitiram a passagem de mais ninguém. Desse dia em diante Nanã aboliu de suas terras o uso de metais de qualquer espécie. Ficou furiosa por perder parte de seu domínio, mas intimamente orgulhava-se de seu trunfo: – Ogum não passou!

Ufa… Espero que toda essa vibração, energia e sabedoria cheguem ao íntimo de cada um e que aproveitem bem cada ciclo e oportunidade da vida lembrando que, incontestavelmente voltaremos para o mesmo lugar.

Assim, só peço a Nanã que nos permita “voltar” melhor.




quarta-feira, 17 de julho de 2013

ATABAQUES

Olá a todos,

Todas as vezes que o ogã da casa der obrigação, os atabaques devem ir junto.

Os atabaques são oborizados na obrigação da casa.

Os laços dos atabaques significam: RUM = orixá da casa; RUMPI = juntó; = Oxalá (sempre).

Quando alguém dá um tombo num atabaque tem que obrigatoriamente dar um frango para ele.

Todas as vezes que se trocar o couro, o velho não vai para o lixo. O de Angola fica junto a Tempo, os demais vão para a cachoeira. É bom utilizar o couro dos cortes de obrigações feitas na casa para encourar atabaques.

Os atabaques devem ser periodicamente colocados ao sol e untados com óleo de amêndoas ou azeite doce. para energizar.

Embora dê menos trabalho, não se deve passar dendê, porque o Lé pertence a Oxalá.

Quando o ogã começa a se machucar no atabaque é porque está com problemas (sexo, álcool, etc.)

O ogã ao pegar no atabaque para bater deve passar omieró nas mãos. (Não é agbo, é erva fresca: elevante, macaçá, etc.)

Era costume colocar uma quartinha com omieró e uma bacia junto aos atabaques.

No chão do Angola estão as energias dos ancestrais, Bukulu ou Akua Ukulu = Baba Egun ("energias que comem a carne e devolvem os ossos")

A coluna que se coloca no meio do barracão nas casas de Jeje representam fisicamente a energia vital existente entre a cumeeira e o chão. Não há necessidade, é apenas uma representação.

Esse local entre a cumeeira e o chão é o melhor lugar para se dar obrigação.

Excremento de boi - elemento básico da cultura Jeje. O estrume de boi é a verdadeira folha curtida.

Banho de Karu - mel, estrume de boi, ervas, espanta qualquer egun.

Tata Numbi - Tem que ser de Kaiangu, Kavungu, Se não tiver colocar alguém de Ogun ou Oxossi, que deve ser devidamente preparado, com umbigueira, contra-egun, fazer obrigações, limpeza etc.)

Ainda sobre atabaques:

O atabaque come com o ogã do santo a que pertence, o alabê ou o zelador, ou na inauguração do barracão.

O atabaque fica deitado com o couro para dentro do runkó, coberto de branco. Acende-se uma vela para cada um, uma quartinha com água para cada um, comida seca para cada um. Com a mão direita passa ibosé no couro.

A casa deve ter 2 conjuntos de atabaques preparados, para evitar surpresas desagradáveis, se por exemplo
o couro rebentar no meio de uma cerimônia.

Semanalmente, ou todas as vezes que for ser tocado acende-se uma vela embaixo do atabaque, ele vai para o sol, recebe banho de ervas, é untado com azeite, etc.

Atabaque de Candomblé não é para tocar Umbanda, e vice versa.

Quebrou, manda consertar. Não se despacha
(Ogã deve consertar)

O couro em Angola é pendurado na árvore do Tempo. Nos demais é colocado na cachoeira

O prazo mínimo sempre que se recolhe o atabaque é de 3 dias.

Ps: Aqui algumas explicações justamente para estimular mais e mais perguntas, que serão todas respondidas nas DOUTRINAS dentro das Aulas de Ogãs

Axê!

Esclarecimentos Tipo de atabaques e toques


Olá a todos,

Começo este post com uma pergunta: Como eu aprendo a ser um Ogan?Pois é irmão assim como você, também já tive essa dúvida e acredito que ainda não sei a resposta, mas já tenho em mente um caminho a trilhar, isso porque após muito tempo compreendi que estar no coro é uma missão divina, ai você me
pergunta e como compreendi isso, eu te respondo, estudando irmão, não apenas os toques, os pontos, as saudações, o estudo do Ogan tem que ser muito mais abrangente, pois você será os olhos do dirigente da casa enquanto ele encontrar-se incorporado, é você que terá a responsabilidade muitas vezes de dar continuidade no trabalho, por isso irmão, estude, estude e estude mais um pouco, tenha certeza que isso só o tornará digno do seu posto e mais do que isso você estará cumprindo sua missão perante aos Guias, Orixás e ao nosso Pai Maior Olorum.

Mas pensando em facilitar sua vida preparei algumas informações
que julgo serem muito importantes para quem esta começando, por isso se você já é "macaco velho" e tem algo que acha importante a acrescentar neste post envie seu comentário, agora se você esta começando não sabe nada mas ama tanto os atabaques, os pontos e os demais instrumentos leia e estude o conteúdo abaixo.

TIPOS DE ATABAQUES: Começo com os três tipos de atabaques, que são: RUM, RUMPI e LÊ, não irei entrar em detalhes neste post sobre o que cada um significa e qual a atuação de cada um dentro da gira, minha intenção é escrever um post falando de cada um e se me for permitido falarei também sobre os
demais instrumentos, mas isso ainda pode demorar um pouco, com o nome de cada um já da para estudar bastante, se continuar com dúvidas me envie um e-mail, ficarei feliz em poder ajudar.

TOQUES: Quero deixar claro que sou Ogan tanto de Umbanda como de Candomblé, mais aqui falarei somente de Umbanda, por isso se você é Ogan do Candomblé e que compartilhar conosco os nomes dos toques, me envie e postarei com o maior prazer, lembrem-se este blog não foi criado apenas para falar dos Ogãs dentro da Umbanda mais sim em um contexto geral, bem vamos-lá:

TOQUE MARCAÇÃO: Consiste em um toque com 8 (oito) posições, e se fossemos falar do verbo falar mesmo, fica : TA TUM TUM TA TUM TUM TUM TUM.Imaginemos que você esteja tentando tocar este toque e você termina o primeiro ciclo TA TUM TUM TA TUM TUM TUM TUM neste caso ele vai começar novamente na mesma posição que antes ou seja no primeiro TA ... assim sucessivamente até terminar o ponto, falo isso porque alguns toques começam de outra forma.Com esse toque é possível tocar qualquer ponto dentro do Ritual de Umbanda, claro que é preciso tomar cuidado com o tempo de cada ponto para isso ser possível.

TOQUE NAGÔ: Consiste em um toque com 8 (oito) posições, e se fossemos falar do verbo falar mesmo, fica :TUMMM TA TA TUM TA TA TUM TUMMM. Veja que esse toque é um pouco diferente do anterior e como comentado acima, ele finaliza exatamente como começa, isso mesmo o toque (8) na verdade se torna o (1), durante o ciclo é como se o toque (8) não existisse, talvez seja complicado em um primeiro momento mas com o tempo você irá se acostumar.

TOQUE IJEXÁ: Consiste em um toque com 4 (quatro) posições, e se fossemos falar do verbo falar mesmo, fica : TA TA TUMMM TA.O ciclo começa da mesma forma como no início, ou seja, no TA. Neste toque temos uma redução na quantidade de toques, e de certa forma é até mais fácil de se aprender mas temos que tomar muito cuidado com seu tempo, pois é ele que da o swing para o toque.

TOQUE BARRA-VENTO: Consiste em um toque com 4 (quatro) posições, e se fossemos falar do verbo falar mesmo, fica : TA TA TUM TUM.O ciclo começa da mesma forma como no início, ou seja, no TA.
Esse toque na minha opinião é um dos mais difíceis de se aprender pois ele tem uma forma de se tocar totalmente especial diferente dos demais, são os detalhes deste toque que o fazem especial apesar da simplicidade inicial pois são apenas 4 posições mas ele tem algo a mais (desculpem me empolguei hehe é que realmente acho ele muito especial).

TOQUE ANGOLA: Consiste em um toque com 12 (doze) posições, e se fossemos falar do verbo falar mesmo, fica : TUMMM TA TUM TA TUM TUM TA TA TUM TA TUM TUMMM. Neste caso o ciclo começa da mesma forma como no início, ou seja, o toque que seria o 12(décimo segundo) se torna o (1). Apesar do tamanho impressionar este toque requer um pouco de atenção devido ao seu tempo, mas com a prática fica fácil.

TOQUE CONGO de OURO: Consiste em um toque com 12 (doze) posições, e se fossemos falar do verbo falar mesmo, fica : TUMMM TA TA TA TUM TUM TA TA TA TA TUM TUMMM. Neste caso o ciclo começa da mesma forma como no início, ou seja, o toque que seria o 12(décimo segundo) se torna o (1). Toque muito bonito, causa uma bela impressão quando bem executado.

Bem pessoal chegamos ao final deste post, ainda falta muita coisa ser abordada mas com o que foi escrito
acima já da pra fazer alguma coisa, portanto vá atrás irmão, estude que tenho certeza que sua caminhada será luminosa.Aproveito para adiantar, em breve disponibilizarei vídeos para todos os toques, a base de cada um como descrito acima, em tendão que o que eu falei acima é o toque crú, dentro de cada toque podemos acrescentar variações, repiques, contra-tempos, vai do seu conhecimento.
Axé para todos, e que nosso Pai Maior Olorum possa iluminar e guiar cada um de nós em nossa caminhada.

Como trocar a pele (coro) do atabaque!

Olá a todos,


Hoje vou falar algo que muitos talvez não saibam: Como troca a pele do atabaque?

Então vamos-lá a primeira dúvida que talvez aconteça é, onde eu consigo uma pele (coro) nova(o) isso é
simples, em qualquer casa de artigos religiosos de Umbanda ou Candomblé você encontrará facilmente, atualmente o valor gira em torno de R$ 10,00 a R$ 20,00, mais que isso esta muito caro, procure em outra loja que com certeza você achará.

Outra dúvida que pode acontecer é, você me perguntar Goga posso comprar pele sintética? Olha só pessoal, eu também já tive essa dúvida e fiquei um tempo até conseguir a resposta. Por isso eu lhe respondo, coro sintético não tem nenhum fundamento, não tem a energia necessária durante a gira, ai você me pergunta, mas poxa Goga o coro sintético é tão mais fácil, o som é até muitas vezes mais bonito, já que ele não sofre com a umidade, não preciso me preocupa com afinação...., mas ai é que está meu amigo você é o Ogan, você tem que se preocupa com isso, senão qualquer um poderia simplesmente chegar lá e se por a tocar, sem fundamento do que esta fazendo e pronto tudo resolvido, mas você sabe que as coisas não funcionam bem assim, por isso reforço, não compre coro sintético para o atabaque da casa. Agora se você quiser comprar para colocar em um atabaque que você usa apenas para treino ai sim tranquilo, mas em caso contrário não!

Muito bem depois de ter comprado a pele vamos ao processo de colocar a pele no atabaque:

1) Coloque o coro dentro de um balde com água, de preferência que a pele seja totalmente coberta pela água, fazemos isso para que a pele fique hidratada e mais fácil de se colocar. Eu costumo deixar 24hrs na água, mas nem sempre é preciso tanto tempo, é que eu sou metódico mesmo, se você sentir que é possível colocar após 2/ 3 / 4 horas, vá enfrente não tem problema, colocar também sal grosso, pois limpar as energias que algumas vezes este couro já tenha passado.
Digo passado por mãos e pessoas ok? por isso o Sal

2) De preferência procure colocar com a ajudar de uma pessoa, muitas vezes o coro fica escapando de um lado e se tiver uma pessoa para ajudar facilita, mas é possível colocar sozinho também. Quanto a outra pessoa estar tocando no coro não tem problema até o momento a pele não foi consagrada então não tem problema.

3) Após colocar a pele deixe-a parcialmente presa não tente afinar ainda, espere a pele secar totalmente, após seca ai sim poderá ser afinada.

4) Dai pra frente minha orientação é que esta pele seja consagrada pelos regentes da casa, se você não saber como proceder, peça auxilio ao seu Zelador ou Zeladora de Santo com um a Ogã feito, com certeza eles saberão o que fazer.

A partir dai tem que ser seguidas algumas regras . Vou dar o exemplo da Verdadeira Doutrina e com Essência,  para que fique mais claro, a partir do momento que o atabaque junto com a pele nova foi consagrado, ninguém mais além do Ogan ou alguém que ele sabe que também é um Ogã do bem e  o Zelador ou Zeladora de Santo ou o Padrinho ou Madrinha do Atabaque podem manusear o Atabaque, isso porque as energias que se mani festão no Atabaque tem que ser sempre preservadas e quanto mais gente tocando, manuseando fica mais difícil para o Ogan se manter firme, não estou dizendo que ninguém mais possa tocar no coro, pode sim, mas com previa autorização do Ogan, do Zelador ou Zeladora de Santo ou Padrinho ou Madrinha. Como disse acima esse método é o que eu como Ogan aprendi na DOUTRINA de Essência  que até hoje pratico, isso não quer dizer que o seu método esteja errado, se seu coração diz que esta certo, então esta certo hehe, ouvi a nós mesmo é o primeiro passo para sabermos se aquilo que estamos fazendo é certo ou errado.

O fato de só algumas pessoas poderem manusear o Atabaque também evita que aconteçam desrespeitos com as entidades protetoras do ATABAQUE que nos guiam durante as giras, então o comportamento quando estamos postos para tocar, deve ser sempre de muito respeito, ou seja, o Atabaque não é lugar de descanço, não se apoie com os braços encima do coro, o Atabaque não é encosto não é mesmo, existem comportamentos que o Ogan deve adotar e acima de tudo respeitar os mentores do Som e cobrar das outras pessoas respeito com essas entidades.

É isso ai pessoal. Dúvidas quanto a troca de pele (coro), só mandar uma mensagem, e-mail, sinal de fumaça... que eu responderei com prazer.

Axé para todos, e que nosso Pai Maior Olorum possa no guiar e iluminar nosso caminho.
rodolfocasabrasil@gmail.com

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Xirê Orixá Básico

Inspirado na cosmogonia do Templo Guaracy, João Makray mergulhou no universo dos Orixás para revelar, com sua arte, algumas de suas manifestações na natureza. Muito além de ancestrais divinizados ou deuses míticos personificados com roupagens de colonizadores, os Orixás de João Makray trazem a dinâmica da vida, da natureza sagrada.
Dezesseis Orixás se sucedem na sequência chamada, pelo Templo Guaracy, de Xirê. A palavra traduzida muitas vezes como “roda” ou “dança” evoca a elaborada organização das forças da natureza que nasceram com a criação do mundo.
Segundo a Cosmogonia Guaracyana, em algum momento da eternidade, a luz, substância original do universo, se concentrou, adquiriu consciência de espaço e se expandiu. Essa explosão e a consequente fragmentação da luz, conhecida pelos científicos como Big Bang, deu lugar a uma trindade: Luz, Consciência e Energia. As três se expandiram ao mesmo tempo, de forma unificada. Entretanto, enquanto Luz e Consciência progrediram em forma linear e paralela, a Energia foi perdendo intensidade e adquirindo densidade, afastando-se cada vez mais de seu ponto de origem, criando uma curva descendente da qual nasceu o Xirê, a manifestação de toda vida na Terra.
Essa extraordinária dinâmica dos Orixás percorre os quatro elementos numa espiral contínua e infinita, que inicia com o Fogo primordial de Elegbara, originário do centro da Terra, para atingir Oxalá, a grande síntese da luz no Ar.
Para acompanhar cada gravura, foram escolhidas algumas palavras geradas pela maravilhosa visão Guaracyana dos Orixás. A intenção é preparar o olhar para o encontro com a natureza sagrada, tão presente na arte de João Makray.

Quadrante do Fogo
Os Orixás de Fogo – Elegbara, Ogum, Oxumarê e Xangô – percorrem o caminho da criação à cristalização. Marcam a origem, o ponto de partida. Dão início à sequência dos 16 Orixás a partir do quadrante sul do Xirê. Daqui os outros seguem, no sentido horário, a trajetória pelos quatro pontos cardeais.

Quadrante da Terra
Os Orixás da Terra – Obaluaiê, Oxóssi, Ossãe e Obá – representam a realidade física e concreta da vida. É o ciclo da saúde e da subsistência. Ponte entre o Fogo e a Água, os Orixás da Terra ocorrem numa sequência que vai alterando seu teor de Água, do mais seco ao mais úmido.

Quadrante da Água
Os Orixás das Águas – Nanã, Oxum, Iemanjá e Ewá – são relacionados com todas as emoções. Eles seguem o caminho natural das Águas, das nascentes ao mar e à evaporação. Encontram-se ao norte do Xirê, em oposição ao Fogo do sul. Se o ciclo do Fogo é associado com a potência, o ciclo das Águas traz a consciência, criando o equilíbrio das dualidades.

Quadrante do Ar
Os Orixás do Ar – Iansã, Tempo, Ifá e Oxalá – vão perdendo sua representação física. Depois de Iansã, só podem ser percebidos com a mente e o espírito.

domingo, 14 de julho de 2013

Elementos utilizados na prática dos Terreiros de Umbanda


Defumação - Ato de purificar o ser, o objeto e o ambiente, através da fumaça. É o ato de expulsar o negativo, através de aromas, ou seja, das essências (ervas: alecrim, benjoim, incenso e outras), de acordo com a necessidade da utilização.
A defumação é uma prática antiquíssima de todas as religiões e de todos os povos.
A defumação tem sempre caráter expulsatório (exorcístico) de espíritos.
O emprego sistemático da fumaça deve ser reminiscência indígena. Entre todas as tribos da raça Tupi, o Tabaco é considerado como planta sagrada.
O segredo e a utilização desses elementos por parte de nossas entidades, do uso do cachimbo, do charuto e do cigarro nos trabalhos, defumando e não como vício, como soprar a fumaça, são variados, dependendo do caso em questão.

Atuação do Defumador

1ª. - A   essência  do  defumador, desfazendo-se  no  ambiente, isto é, misturando-se  com o éter atmosférico, vai ser sentido pelos espíritos;
2ª  -  Seu aroma desperta alguns centros nervosos dos médiuns, fazendo esses centros vibrarem de acordo com as irradiações fluídas da Entidade.

Fogo - Utilizado para acender defumadores, charuto, cachimbo, cigarro e pólvora, bem como para cozinhar as comidas oferecidas às Entidades. Associado nos ritos de magia e religião como afastador de espíritos ruins e dos males.
O fogo da pólvora (tuia) produz o estouro e a fumaça para que expulse a negatividade, rompendo o campo magnético.

Velas - Vieram para a Umbanda por influência do Catolicismo.
Iluminadas, são ponto de convergência para que o umbandista fixe sua atenção e possa assim fazer sua rogação ou agradecimento ao espírito ou Orixá a quem dedicou.
Ao iluminá-las, homenageia-se, reforçando uma energia que liga, de certa forma, o corpo ao espírito.

Água - Sua utilidade é variada. Serve para os banhos de amacis, para cozinhar, para lavar as guias, para descarregar os maus fluídos, para o batismo. Dependendo de sua procedência ( mares, rios, chuvas e poços), terá um emprego diferente nas obrigações.
A água poderá concentrar uma vibração positiva ou negativa, dependendo do seu emprego.

Ponto Riscado - Se não houvesse o segredo, para que então o ponto riscado ? Cada ponto, seja de Caboclo, do Preto Velho ou do Exu, tem uma interpretação, podendo identificar aquele que o risca, podendo caracterizar a natureza do trabalho.

Concentração - É ter a mente fixada sobre um objeto.

Meditação - É uma corrente contínua de pensamentos a respeito desses objetos.

Bater Cabeça - O médium da Casa, em respeito às firmezas dos Orixás, deita-se de barriga pra baixo em frente a ele (Gongá) a fim de pedir proteção.

Gongá - Altar dos Orixás, onde ficam os símbolos, otás, fetiches, comidas dos mesmos, imagens, etc...

Sineta Litúrgica ou Adejá - É um instrumento chegada de entidades. Deve ser utilizada e consagrada em momentos apropriados somente por pessoas capacitadas para tal, devendo ser guardado no Gongá.

Otá - Pedra ou pedaço de metal, axé do Orixá (onde se fixa a força mágica do Orixá). O otá tem vida; somente assim é um otá. Sua forma, dependendo do Orixá, poderá ser redonda, arredondada (ovalada) ou comprida.

Preceito - Normas, proibições e recomendações relativas ao culto.

Bebidas - Na Umbanda, bebem os médiuns irmanados com seus Guias espirituais, na certeza de que confraternizam bridando com seus coetés (cuias), invocando os poderes do Deus Onipotente na sua Corte Celestial com os Ministros (Orixás).

Penacho e Cocares - Os guias não precisam deles para demonstrar sua condição de representantes do Orixá, entretanto, para melhor tomarem contato com a Terra, uma vez que sentem saudades, muitas vezes, da sua permanência neste Planeta, como antes encarnados que o foram, bem como, para dar cunho de materialidade nos seus trabalhos.

Charutos, Cachimbos e Cigarros - O segredo e a utilização, desses elementos por parte de nossas entidades, o modo como a fumaça é dirigida (magia) tem o seu eró (segredo) e não é como muitos utilizam, para alimentar a vaidade, o vício e a ignorância.

Pemba - A força esotérica da Escrita astral, na Umbanda é feita pela Pemba (giz oval - forma cônica), que tem o poder de abrir e fechar trabalhos de magia, e de purificar, quando em forma de pó é lançada ao ar no ambiente em que se utiliza.

Prece - É uma evocação por meio da qual colocamos nossos pensamentos em relação ao ente e Entidade a que nos dirigimos. Pode ser pensada ou mentalizada, falada ou cantada.

Obrigação - É um dever, um compromisso com as Entidades. Implica na presença do Sacerdote, que com sua força espiritual, com o conhecimento do ritual e do material a ser aplicado na obrigação, estabelece o elo, o canal entre o filho e as forças espirituais.

Oferenda - É um ato livre que qualquer pessoa pode fazer, desde que tenha conhecimento do que poderá oferecer à Entidade.

Corimbas - São cânticos invocando as Entidades, marcando o início de sua incorporação ou desincorporação, para criar formas mágicas para determinados trabalhos, para abrir e fechar sessões no Terreiro, parar pedir forças espirituais, para afastar espíritos maus, para pedir maleme (perdão) e outras diversas finalidades.

Atabaques - Eles servem para manter o ambiente sob uma vibração homogênea e fazer com que todos os médiuns permaneçam em vibração (danças, aceleração do médium, principalmente em desenvolvimento).

Paó (3 palmas lentas) - Utilizado para pedir permissão para entrar, saudar e licença.

Bater com as pontas dos dedos, no chão - Da mão esquerda: Saudando os caminhos de Exu; da mão direita: Saudando, homenageando e pedindo licença ao local.

Guias (fios de contas) - É um colar ritual de miçangas, contas de cristal, de louça, de frutos pequenos, construídos de acordo com a Entidade, que designa também a cor de sua preferência. Podem ter pequenos objetos presos a eles. A Guia (fio) de Exu é colocado no pulso do braço esquerdo, nunca passando pela cabeça do umbandista.

Vestimenta

Roupa Branca (Roupa de Santo) - É a vestimenta para a qual devemos dispensar muito carinho e cuidado, idênticos ao que temos para com nossos Orixás e Guias. As roupas devem ser conservadas limpas, bem cuidadas, assim como as guias (fios de contas), não se admitindo que um médium, após seus trabalhos, deixe suas roupas e guias no Terreiro, esquecidas. Quando a roupa fica velha, estragada, jamais o médium deverá dar ou jogar fora. Ela deverá ser despachada no mar, juntamente com uma pequena imantação (oferenda) para o Orixá ou Entidade a que pertencer. Fica claro que é obrigatório seu despacho, pois trata-se de um instrumento de trabalho do médium.

Toalha Branca (Pano da Costa) - Trata-se de um pano branco em formato de toalha (retangular), podendo ser contornado ou não com renda, fino ou grosso, de tamanho aproximado de 0,50 x 0,76 m.
No caso dos homens, é pendurado do lado esquerdo, no ombro ou na cintura e no caso das mulheres, por cima dos ombros ou na cintura, do lado direito. É utilizado para o médium bater cabeça.

Trabalhar descalço - O médium, sempre que possível, deve trabalhar descalço por uma questão de humildade e para facilitar a incorporação, bem como para haver melhor descarga dos fluídos nocivos, diretamente para a terra. Estando o médium calçado, estará isolado da terra, o que dificultará a eliminação dos fluídos nocivos (negativos), assimilados ao se transpor as encruzilhadas, cemitérios, hospitais, etc..., quando da vinda para o Terreiro.

Banhos de Descarga - São coisas sérias, requerendo atenção de quem os toma, bem como de quem os administra. É uma banho de flores, ervas ou essências. Cada um deles traz o seu magnetismo e a pessoa vai absorvê-lo de modo que ao tomá-lo, elimina toda a influência negativa agregada a sua vibratória humana (corpo etérico). As ervas, de preferência, devem ser colhidas por pessoas capacitadas para tal, em horas e condições exigidas, entretanto, podem ser usadas também as adquiridas no comércio (frescas), desde que quem vá usá-las, as conheça. Poderão ser também preparados banhos de descarga, com rosas brancas (banho neutro) e de efeito muito positivo, podendo ser tomado por qualquer pessoa sem afetar sua faixa vibratória. As essências também devem ser utilizadas com cuidado, pois contêm muita vibração, somente administradas por pessoas capacitadas.

Preparo - O melhor modo pelo qual obtemos uma maior imantação, seja ele com flores, ervas ou essências, é através do calor, da evaporação, isto no ritual da Umbanda. Colocamos numa panela a água e a deixamos ferver. Quando estiver fervendo, apagamos o fogo. Então, colocamos as pétalas das flores, ervas ou essências, abafando e deixando em fusão para o devido cozimento por evaporação. No caso das flores e ervas, após o cozimento, coamos o mesmo num pano branco e guardamos os resíduos para serem despachados oportunamente.

Uso - O chacra mediúnico (frontal) e glândula (nuca) são os dois pontos que fecham a faixa vibratória mediúnica. Com elas, para o cérebro convergem as vibrações captadas, sendo razão indispensável para que o banho seja derramado sobre a cabeça, pois daí parte todo comando do corpo, o que por outro lado acarretará prejuízo, quando mal aplicado (no caso das ervas e essências), caso este em que o magnetismo do banho não estiver em harmonia com a vibratória mediúnica da pessoa (Orixá de Coroa).

Passe - Os passes não fazem parte do corpo doutrinário do Espiritismo. Eles remontam aos mais remotos tempos e constituem recursos naturais, postos à disposição dos homens para as tarefas de socorro ao próximo. O Novo Testamento demonstra que Jesus e os Apóstolos utilizavam-se dos passes como recursos magnéticos curadores aliados a recursos espirituais, curando pela imposição das mãos ou pelo influxo das palavras de fé. Graças à sua feição de "Consolador Prometido", o Espiritismo, conserva e difunde essa modalidade de auxílio, a fim de atender uma infinita quantidade de pessoas que batem às portas dos Centros Espíritas, na esperança de cura ou de alívio.
O Passe é uma "transfusão de energias psicofísicas, operação de boa vontade, dentro da qual o companheiro do bem cede de si mesmo em benefício de outrem" (Emmanuel).
Para o êxito dessa operação, cabe ao médium passista buscar na prece o fio de ligação com os planos mais elevados da vida. Mágoas excessivas, paixões, desequilíbrio nervoso e inquietude, bem como alimentos inadequados e alcoólicos, são fatores que reduzem as possibilidades do passista e que, portanto, devem ser evitados. Aqueles que se consagram aos trabalhos de assistência aos enfermos através de passes, devem cultivar, além da humildade, boa vontade, pureza de fé, elevação de sentimentos e amor fraternal.
Nos processos patológicos orgânicos, os "passes" não dispensam os recursos da Medicina, devendo ser utilizados como complemento.

Entidades Espirituais - São espíritos de alta, média e baixa faixa vibratória, em ascensão evolutiva, ou não, no Plano Espiritual.

Guia (Entidade) - É o espírito de luz que procura guiar os homens, afastando-os do mau caminho, representando o Orixá de coroa de médium. Poderá ser um Caboclo ou um Preto Velho.

Protetor (Entidade) - É um espírito que passou  pela vida terrena e deseja obter mais luz, fazendo o bem e promovendo a paz entre os homens que vivem ainda no plano material. Poderá ser um Boiadeiro ou Exu (macho e fêmea).

Egum - É um espírito sem luz, ou pouca luz, de um desencarnado.

Falanges - São grupamentos de espíritos que atuam no Plano Espiritual, recebendo a falange, o nome de seu chefe.

Legiões - O mesmo que Falanges, porém, espíritos em faixa evolutiva superior.

Linhas - O mesmo que Legião, porém, espíritos ou divindades que não necessitam mais de evolução espiritual.

Encruzilhada - Local onde se cruzam dois caminhos. Local onde se realiza o contato permanente de Exu com Ogum, que incumbe os Exus de suas tarefas, transmitindo-lhes as ordens superiores.

Cumprimento Ombro-a-Ombro - Quando um Guia cumprimenta um consulente ou um assistente com o bater de ombro, isto é sinal de igualdade, de fraternidade e grande amizade.

Macaia - Lugar de retiro, em plena mata, onde os médiuns vão descansar, refazendo suas forças psíquicas, no contato direto com a natureza e local nativo do "habitat" de Orixás. Ali se faz oferenda aos Orixás daquele "habitat" (casa).

Pontos de Segurança - São os pontos que se riscam e cantam no início da Sessão. Têm por finalidade, como o próprio nome já diz, trazer segurança para os trabalhos daquela Sessão. Tais pontos impedem a intromissão de espíritos maléficos. Sem tais pontos, os trabalhos realizados naquela Sessão ficariam nulos ou perderiam quase todo o efeito.

Sessão - Reunião dos adeptos da Umbanda para promoverem os seus desenvolvimentos espirituais, homenagem ou procura de curas de males materiais e espirituais.

Eledá - Orixá guardião da vida da pessoa.

Batismo - É realizado através da água, do fogo (vela), do sal, das ervas, da pemba e óleos sacramentais.

Amaci - São ervas frescas maceradas na água limpa (de cachoeiras, nascentes, etc...) que tem por finalidade a lavagem de cabeça em especial, para tranqüilizar a mente e intelecto de seus adeptos.

Gira - É a cerimônia onde são invocados os espíritos.

Cambono - Tem por obrigação atender as entidades quando incorporadas e interpretar sua fala para os consulentes. É um médium, designado para tal função.

sábado, 6 de julho de 2013

ATABAQUES e seus SEGREDOS



Tambores altos e estreitos, afunilados de um só couro, usados para atrair as diferentes vibrações, quando tocados. Os atabaques são usados para manter o ambiente sob uma vibração homogênea e fazer com que todos os médiuns permaneçam em atenção mediúnica.


Existem 3 tipos de atabaques:

- Rum (grave)

- Rumpi (médio)

- (agudo)

Os atabaques são um dos principais pontos de atração de vibrações de um terreiro. A energia do Orixá/Entidade chamado é captada pelos assentamentos e direcionada para o Zelador ( Dito "Pai de Santo") onde é concentrada e depois lançada para os atabaques onde é modulada e distribuída para os médiuns da corrente.
O responsável pelos atabaques é normalmente uma pessoas escolhida no terreiro que conheça os ritmos aplicados para cada linha dentro da Umbanda.

É importante frisar que a Umbanda não tem Ogã. Este "título" somente se aplica ao Candomblé.

Os atabaques devem ser tratados com o máximo de respeito e nenhuma pessoa desautorizada deverá tocá-los, o que poderia colocar em risco o equilíbrio da gira e a faixa mediúnica dos médiuns da corrente.

Quando fora de uso, os atabaques, devem ser cobertos com pano próprio.
É importante observar que o toque (volume) dos atabaques nunca deve exceder as vozes da corrente. Quando o atabaque excede a corrente se desorganiza e o médium perde a concentração, atrapalhando e muito o desenvolvimento dos médiuns e o bom andamento do trabalho.

O toque do atabaque deve manter suas raízes, donde nasceram a maior parte dos pontos cantados da Umbanda. O toque do atabaque é normalmente o "toque samba Angola" do instrumento. é absolutamente desnecessário "surrar" o couro, uma vez que este elemento é usado somente para induzir o ritmo dos pontos cantados. Com a junção do atabaque e a corrente cantando vibrante os pontos cantados faz-se a festa de Umbanda. Esta é que mantém a vibração do terreiro.
Gira de Umbanda não é festa de Olodum. Terreiro de Umbanda não é barzinho onde se toca pagodinho.
Opcionalmente, um terreiro de Umbanda pode usar o berimbau, principalmente quando são feitos trabalhos de boiadeiros. Os berimbaus são normalmente sem pintura, de madeira Biriba ou similar, medindo 8 palmos, as baquetas devem ser de madeira, lixadas e medir aproximadamente 40 cm de comprimento. As cabaças devem ser preparadas, lixadas e envernizadas, a corda do berimbau deve ser tirada do pneu do carro, sem queimar o pneu. Os dobrões devem ser de bronze ou similar. A linha de berimbaus é composta basicamente por 3 elementos: berra-boi, médio e viola.

Também pode ser usado o Agogô.

Os sons são projetados para os ouvidos dos médiuns (regido por Xangô que também rege o som). As vibrações sonoras (moléculas de ar vibrando para frente e para trás) são recolhidas pelo ouvido externo que as conduz até os tímpanos que as faz vibrar, então são levadas ao ouvido interno e através do nervo auditivo chegam até o cérebro onde se dá a percepção do som.

Obs.: O atabaqueiro ou Batuqueiros como queiram  pode projetar a energia sonora até 40 metros de distância.

Xangô também rege os atabaques através de seus Caboclos. Alguns Caboclos que recebem energização de Xangô são: Pena Verde, Giramundo, 7 Flechas, Cobra Coral. Lembrando: somente os Caboclos de Xangô regem os atabaques.

Quando os atabaqueiros não estão preparados, a energia de Xangô isola os atabaques, assim as vibrações partem direto do Zelador para o campo do atabaqueiro. O Caboclo atrás do atabaqueiro projeta a energia modulada para o chakra espiritual dos médiuns.

Em 1867 Heinrich Rudolph Hertz conseguiu medir a intensidade das vibrações sonoras, determinando em que faixas elas são captadas. Em sua homenagem o número de vibrações por segundo de uma onda sonora recebeu o nome de hertz. Assim a freqüência do som é medida em hertz. O ouvido humano não consegue ouvir ruídos com freqüência superior a 20.000 hertz ou inferior a 30 hertz.

A Umbanda se utiliza desse conhecimento para sintonizar as energias Intensas (longitudinais) e também as Moduladas (centrípetas). Os sons emitidos pelos atabaques na devida intensidade determina que tipo de entidade será "chamada" ou "atraída".

As energias intensas correspondem às entidades classificadas como "guerreiras", que recebemos em nosso corpo de forma direta: Orixás, Guias Guerreiros e Protetores de Demanda e sua chegada na Terra é regida pelo Caboclo Tabajara. Os toques para estas entidades são sempre altos e com ritmos acelerados.

Já as energias centrípetas correspondem às entidades "harmoniosas" que recebemos em nosso corpo sendo envolvidos por uma espiral: Orixás, Guias Harmoniosos, Protetores de Cura e sua chegada na Terra é regida pela Mãe Jurema que tem sua Lei responsável pelo equilíbrio dos corpos celestes em relação ao espaço infinito. Os toques dos atabaques nestas giras devem ser mais baixos e com ritmos lentos e cadenciados.

Apesar do que foi exposto, é correto lembrar que mesmo sem os atabaques, as entidades e energias podem ser atingidas e atraídas para o mundo material, apenas a gira em si, será completamente diferente. A incorporação dependerá única e exclusivamente de cada médium, exigindo deles toda a sua capacidade de concentração. Além disso o equilíbrio do ambiente será outro pois não será utilizada a ciclagem de energias promovida pelos fundamentos do atabaque como explicaremos a seguir.

Vejamos a importância dos atabaques.

Para produzirmos energia provocamos o atrito no couro dos atabaques e com isso atingimos níveis de calor e vibrações sonoras que vão diretas para os campos celulares dos médiuns. Os médiuns se eletrizam ao som dos atabaques. Sem atabaques, sem eletrização.

Pelo campo magnético do atabaqueiro que absorveu as energias que vieram do Zelador, são projetadas as vibrações dos nossos assentamentos para os demais médiuns assim a corrente magnética se espalha pelo recinto de trabalho.

O atabaqueiro, ao tocar, aguça sua captação de energias, recebe de um Guia uma certa carga de vibrações que se infiltra nos seus planos material e espiritual iniciando, depois, um ciclo que terá término em suas mãos. Com a produção de energia calorífica, através do toque no couro, o atabaqueiro fará a mistura com as vibrações das entidades e as vibrações naturais dos médiuns, a sua energia e a do Guia irão circular na corrente mediúnica começando dos médiuns mais preparados e passando para os iniciantes. Essa energia, quando enfraquecida, volta para as mãos do atabaqueiro onde será fortificada e voltará a fazer o ciclo na corrente.

Percebe-se que tanto a presença física dos atabaques quanto a dos atabaqueiros é de suma importância para a atração e distribuição das energias dentro da gira. Assim, concluímos que através dos discos ou aparelhos eletrônicos jamais teremos os resultados esperados. É melhor que se trabalhe somente com preces e concentração para obter-se maior eficiência caso não haja possibilidade de haver uma pessoa preparada comandando os cânticos e toques.

A confecção dos atabaques
São formados por três partes distintas:

1) couro animal

2) madeiramento

3) ferragens

O atabaque que tem sua afirmação feita por cordas e tranças devem usar couro animal. O material sintético não tem fundamento. Nessa categoria está a timba utilizada nas escolas de samba. O som pode ser mais forte mas as energias captadas e distribuídas são zero.

O couro animal mais apropriado é o de bode e deve ser adquirido em matadouro. Procuramos não comprar o animal vivo. Deve-se deixar o couro por 24 horas embebido em água e sal, só depois poderá ser utilizado.

A parte de madeiramento é geralmente comprada em lojas especializadas. O preparo é o seguinte:

Lavar com água e sal. Deixar secar ao sol. Lixar a madeira. Pintar e envernizar . Passar uma demão de cera de vela derretida para cobrir qualquer buraco e evitar o cupim.

As ferragens podem, também, ser adquiridas em casas especializados e o ritual deverá ser o seguinte:

Colocar as peças na água com sal, depois secá-las ao sol. Lixar e pintar. Quando secar embeber em azeite de dendê até serem usadas. Elas devem ser colocadas nos atabaques ainda molhadas para proteger da ferrugem.

Essas três partes do atabaque têm sua regência:

O couro pertence ao Caboclo que dá força ao atabaqueiro para tocá-lo. A madeira a Pai Xangô que dá ao atabaque a condição de justiça para não ser utilizado para o mal. A ferragem aos Exús que não permitem que eles sofram demandas.

Com essas energias combinadas ao toque e ao canto temos um instrumento de contato com qualquer entidade, seja ela de ação, reação, sublimação, positiva, negativa ou neutra. Com os atabaques devidamente preparados podemos então trabalhar com os Orixás, Guias e Protetores. É ele o mensageiro entre nós e o mundo espiritual. As mensagens vão para outras dimensões por códigos, feito um telégrafo, através dos "toques".

No atabaque só quem pode tocar são os Zeladores, os atabaqueiros previamente autorizados para isso e os Caboclos, nenhuma outra vibração deve ser colocada sobre os mesmos. As pessoas devem ser preparadas para tocá-lo e só devem ser utilizados para trabalhos espirituais, nunca para diversão. Se acontecer perderá toda imantação e deverá ser "cruzado" novamente.

Caso alguém resolva usá-lo sem autorização estará consumindo uma energia que para ele se tornará negativa. Assim como uma lâmpada estoura se ligada em fase superior a sua capacidade, também a pessoa irá sofrer as conseqüências desse contato. Poderá sentir dores de cabeça, ou pior, poderá estar evocando algum espírito trevoso pela correspondência do toque usado, então o atabaque acaba se tornando uma arma contra aquele que o está usando indevidamente.

Nos terreiros em que qualquer um toca no atabaque, das duas uma: ou são todos desconhecedores de sua energia ou o atabaque não é cruzado. Quando uma entidade pedir o atabaque devemos entregá-lo pois ele nunca irá bater, mas sim tirar alguma demanda ou imantá-lo para alguma gira específica. As outras entidades cruzam o atabaque sem tocar nele.

Quando for necessário trocar um atabaque uma entidade irá avisar.

Quando fora de uso, os atabaques devem estar sempre cobertos com um pano contendo a firmeza do terreiro.

Antes de usar o atabaque deve-se pedir permissão, tocando o couro e dizendo:

Dai-me licença Pai Oxalá. Dai-me licença ...(entidade dona do atabaque). Dai-me força e dignidade para esse instrumento eu tocar.

Quando o atabaque for guardado, deve-se agradecer:

Obrigado meu Pai Oxalá. Obrigado .....(Caboco Gira Mundo). Obrigado por ter-me permitido cumprir a minha missão.



Louvação aos Atabaqueiros
"Ah, como é lindo o batuque do Tambor

Ah, como é lindo o batuque do Tambor

Na Umbanda linda de Nosso Senhor

Na Umbanda linda de Nosso Senhor



É a mensagem que enaltece os Orixás

É a oração que elevo ao senhor

É a vibração que nos faz incorporar

Sem batuque na Umbanda não se pode trabalhar



Eu não sabia, mas agora aprendi

Que o canto faz a gira de Umbanda

Quem canta, encanta a vida dos Orixás

É uma benção divina que emana muita paz"



Curimba é o nome que damos para o grupo responsável pelos toques e cantos sagrados dentro de um terreiro de Umbanda. São eles que percutem os atabaques (instrumentos sagrados de percussão), assim como conhecem cantos para as muitas “partes” de todo o ritual umbandista. Esses pontos cantados, junto dos toques de atabaque, são de suma importância no decorrer da gira e por isso devem ser bem fundamentados, esclarecidos e entendidos por todos nós.

Muitas são as funções que os pontos cantados têm. Primeiramente uma função ritualística, onde os pontos “marcam” todas as partes do ritual da casa. Assim temos pontos para a defumação, abertura das giras, bater cabeça, etc.

Temos também a função de ajudar na concentração dos médiuns. Os toques assim como os cantos envolvem a mente do médium, não a deixando desviar–se do propósito do trabalho espiritual. Além disso, a batida do atabaque induz o cérebro a emitir ondas cerebrais diferentes do padrão comum, facilitando o transe mediúnico. Esse processo também é muito utilizado nas culturas xamânicas do mundo afora.

Entrando na parte espiritual, os cantos, quando vibrados de coração, atuam diretamente nos chakras superiores, notavelmente o cardíaco, laríngeo e frontal, ativando–os naturalmente e melhorando a sintonia com a espiritualidade superior, assim como os toques dos atabaques atuam nos chakras inferiores, criando condições ideais para a prática da mediunidade de incorporação.

As ondas energéticas–sonoras emitidas pela curimba vão tomando todo o terreiro de Umbanda e vão dissolvendo formas–pensamento negativas, energias pesadas agregadas nas auras das pessoas, diluindo miasmas, larvas astrais, limpando e criando toda uma atmosfera psíquica com condições ideais para a realização das práticas espirituais. A curimba transforma–se em um verdadeiro “pólo” irradiador de energia dentro do terreiro, potencializando ainda mais as vibrações dos Orixás.

Os pontos cantados transformam–se em “orações cantadas”, ou melhor, verdadeiras determinações de magia, com um altíssimo poder de realização, pois é um fundamento sagrado e divino. Poderíamos chamar tudo isso de “magia do som” dentro da Umbanda.

A Curimba também é de suma importância para a manutenção da ordem nos trabalhos espirituais, com os seus pontos de “chamada” das linhas, “subida”, “firmeza”, “saudação”, etc. Entendam bem, os guias não são chamados pelos atabaques como muitos dizem. Todos já encontram–se no espaço físico-espiritual do terreiro antes mesmo do começo dos trabalhos. Portanto a curimba não funciona como um “telefone”, mas sim como uma sustentadora da manifestação dos guias. O que realmente invoca os guias e os Orixás são os nossos pensamentos e sentimentos positivos vibrados em vossas direções. Muitas vezes ao cantar expressamos esses sentimentos, mas é o amor aos Orixás a verdadeira invocação de Umbanda.

Falando agora da função de atabaqueiro e curimbeiro, enfatizamos a importância deles serem bem preparados para exercerem tal função em um terreiro. Infelizmente ainda hoje a mentalidade de que o atabaqueiro é “qualquer um que não incorpore” persiste. Mas afirmamos, o atabaqueiro como peça fundamental dentro do ritual é também um médium intuitivo que tem como função comandar todo o “setor” da curimba. Por isso faz-se necessário que seja escolhida uma pessoa séria, estudada, conhecedora dos fundamentos da religião.

Além disso, o ideal é que o “neófito” que busca ser um novo atabaqueiro estude muito sobre a Umbanda antes mesmo de se assumir na posição de atabaqueiro, onde aprenderá os fundamentos, os toques essenciais e “como”, “o quê” e “quando” cantar e, principalmente, a maneira certa de se tocar o couro do instrumento.

Mulheres também podem ser atabaqueiras e curimbeiras, SIM! O "cargo" de ogã vem do Candomblé e apenas é dado a pessoas do sexo masculino. A mulher no Candomblé não toca atabaque, por alguns dogmas da religião, principalmente em relação à menstruação. Na Umbanda não importamos dogmas e conceitos do Candomblé, mas sim seguimos os nossos, passados diretamente pelos nossos guias e mentores. Nunca vimos um caboclo ou preto–velho proibindo mulher de tocar atabaque, por isso afirmamos, na Umbanda mulher toca e canta sim e, diga–se de passagem, por vezes melhor do que os próprios homens.

Por fim, queremos fazer alguns comentários a cerca da espiritualidade que guia os trabalhos da curimba. Muitas linhas de Umbanda existem no astral e trabalham ativamente nele, apesar de não incorporarem. Existem muitas linhas de caboclos, exús, pomba–giras, etc, que por motivos próprios trabalham nos “bastidores”, sem incorporarem ou tomarem a “linha de frente” dos trabalhos espirituais. Também existe uma corrente de espíritos que auxiliam nos toques e cantos da curimba. São mestres na música de Umbanda, verdadeiros guardiões dos mistérios do “som”. Normalmente apresentam–se com a aparência de homens e mulheres negras, com forte complexão física para os homens, e bela mas igualmente forte para as mulheres. Seus trajes variam muito, indo desde a roupagem mais simples como um “escravo” da época colonial, como até mesmo o terno e o vestido branco.

São espíritos bondosos, muito alegres e divertidos, que com o cantar encantam a muitos no astral. Alguns se fazem presentes auxiliando o toque, outros o canto e outros ainda auxiliam a manutenção da energia e sua dissipação dentro do terreiro. Muitas vezes chega a acontecer uma espécie de “incorporação” desses guias com os atabaqueiros, os inspirando a determinados toques e cantos. Qualquer pessoa com experiência em curimba pode relatar casos aonde um ponto cantado vem na hora que ele é necessário e depois você simplesmente o esquece. Isso acontece sobre inspiração desses mentores.

Algumas vezes também, em festas de Umbanda e dos Orixás, onde muitos se reúnem, percebemos que diversos espíritos chegam portando seus “tambores astrais”, percutindo–os a partir do astral, ajudando na sustentação e na energia das festividades, potencializando ainda mais os toques dos atabaques e as energias movimentadas.

Quando os guias, incorporados fazem sua saudação à frente dos atabaques, estão saudando as pessoas que tocam, estão pedindo para que as forças movimentadas pela curimba sejam benéficas a todos, mas estão principalmente, saudando e agradecendo a toda essa corrente de trabalhadores “anônimos” do astral. Estão percebendo como muita coisa foge aos nossos sentidos em uma “simples” e humilde gira de Umbanda?

Sabemos que esse universo da curimba muitas vezes é pouco explicado e muitos chegam a defender a abolição dos atabaques dos centros de Umbanda. A isso, os próprios guias e mentores de Umbanda respondem, tanto incentivando os toques e trazendo mentores nesse “campo”, como também, abrindo turmas de estudo de Umbanda e desenvolvimento mediúnico, onde percebemos claramente que o "animismo" acontece por despreparo do médium, falta de estudo ou orientação e não pelo uso de atabaques. Colocar a culpa nos atabaques é como “tampar o sol com a peneira”. Afinal, como explicado parágrafos acima, o atabaque quando bem utilizado é ótima ferramenta para o desenvolvimento mediúnico.

Muitos desses toques a respeito da curimba, que aqui estão escritos, foram passados por espíritos amigos, que nos auxiliam nos trabalhos de curimba e que apresenta–se com diversas formas.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Ogã vem do Yorubá

A palavra Ogã vem do Yorubá e significa Senhor da Minha Casa. O Ogã – médium responsável pelo canto e pelo toque - ocupa um cargo de suma importância e de responsabilidade dentro dos rituais de Umbanda, o conjunto de vozes e toques do atabaque ajudando nos trabalhos espirituais para que possam ser fortes e bonitos.

Também devemos observar, que o conjunto de atabaques e vozes é parte fundamental da sustentação da casa e dos trabalhos, a desarmonia no couro, pode tornar fragilizado os trabalhos e as energias da casa em dia de gira, toque ou como vocês irmãos estão acostumados a chamar em suas casas.

O responsável pelo toque, o Ogã, tem de ser bem preparado e Coroado ou Iniciado como Ogã para exercer tal função em um Terreiro, pois além de serem médiuns intuitivos, são Sacerdotes natos, aqueles que nascem com a função de falar por um Orixá, de serem um Instrumento puro dos Orixás e fazem isso através de suas mãos e cantos.

Mas observem que esta importância tem que ter muita observação com respeito à humildade do médium e uma sintonia harmônica com o dirigente da casa, pois sem esta sintonia torna-se inviável a convivência e os trabalhos. Tudo vem relacionado com a harmonização entre os pontos centrais de equilíbrio e relação pessoal.

O Ogã é um canal aberto para muitas linhas de trabalho da Umbanda que trabalham ativamente através dele, são linhas de caboclos, exus, pomba-gira, boiadeiros, crianças, etc... Que por motivos próprios trabalham nos “bastidores”, sem incorporarem ou tomarem a “linha de frente” dos trabalhos espirituais. Formam uma corrente de espíritos que auxiliam nos toques e cantos da curimba, são mestres na música de Umbanda e Candomblé, verdadeiros guardiões dos mistérios do “Som”.

Muitas são as funções que os pontos cantados têm. Primeiramente uma função ritualística, onde os pontos “marcam” todas as partes do ritual da casa. Assim temos pontos para a defumação, abertura das giras, bater cabeça, chamada, subida, sustentação dos Guias e fechamento de gira.

Uma outra função importante é de emitir ondas energéticas pelo som do atabaque e pelos cantos que servem para diluir algumas energias astrais negativas que não fazem bem ao médium.

A curimba é um verdadeiro “pólo” irradiador de energia dentro do Terreiro, potencializando ainda mais as vibrações dos Orixás, ajudando os médiuns tanto na hora das incorporações, desincorporações e da firmeza de um trabalho. A curimba, por si só, emite energia suficiente capaz de descarregar um médium ou uma Casa.

Por isso a curimba deve sempre estar em sintonia com os Guias Espirituais, com os Orixás e com o

Dirigente do trabalho. O Ogã deve estar sempre pronto e procurando aprender mais e mais.

Sempre com amor, pois quando vibramos de coração, os cantos atuam sobre nossos chacras, ativando os, e deixando-nos em total sintonia com a Espiritualidade Superior.

Os pontos transformam-se em “orações cantadas”, ou melhor, verdadeiras determinações de magia, com um altíssimo poder de realização, pois é um fundamento Sagrado e Divino.

Poderíamos chamar tudo isso de “magia do som” dentro da Umbanda, pois não é simplesmente evocar uma Divindade, mas é chamado de magia por envolver toda uma “cadeia” onde o som da curimba atua nos médiuns positivando-os e equilibrando-os. Infelizmente, não temos visto nos templos de Umbanda uma preocupação com a qualidade da curimba, ou seja, com o conjunto de vozes e toques de atabaques.

Há Casas em que os atabaques são “tocados” com tanta força que parece que os Ogãs estão descarregando sua energia e sentimentos positivos e ou negativos nos couros dos instrumentos e não é possível ouvir as letras dos pontos cantados às vezes, nem mesmo a melodia.


Curimba, é um ponto de força dentro de um Terreiro de Umbanda. Sempre enaltece nossas giras, sendo de suma importância dentro do Terreiro. Os atabaques são chamados de Ilú na nação Ketu e Ngoma na nação Angola, mas todas as nações adotaram esses nomes Rum, Rumpi e Le para os atabaques, apesar de ser denominação Jeje.No Candomblé Jeje os Ogãs são classificados como:

PEJIGAN que é o primeiro Ogã da casa Jeje. O mais velho de todos os Ogãs é geralmente o mais sábio.
RUNTÓ é o segundo, que é o tocador do atabaque Rum.
AXOGUN é um ogã de suma importância no Candomblé, pois é o responsável pela execução sacrificial dos animais votivos, e é um especialista no que faz.


No Candomblé Ketu os Ogãs são classificados como:


ALAGBÊ - O chefe dos tocadores de atabaques, os instrumentos de percussão.
OGÃ GIBONÃ - Zelador da casa de Exu, outro ogã de suma importância, pois seus conhecimentos ajudam na firmeza da casa.
OGÃ APONTADO - Pessoa apontada como possível candidato a Ogã. Equivalente ao Ogã suspenso.
OGÃ SUSPENSO - Pessoa escolhida por um Orixá para ser um Ogã, é chamado suspenso, por ter passado pela cerimônia onde é colocado em uma cadeira e suspenso pelos Ogãs da casa, significando que futuramente será confirmado e passará por todas as obrigações para ser um Ogã.

Há também outros Ogãs como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé.

No Candomblé Bantu os Ogãs são classificados como:

Tata NGanga Lumbido - Ogã guardião das chaves da casa.

Kambondos - Ogãs. Kambondos Kisaba ou Tata Kisaba - Ogã responsável pelas folhas.
Tata Kivanda - Ogã responsável pelas matanças, pelos sacrifícios animais (mesmo que axogun).
Tata Muloji - Ogã preparador dos encantamentos com as folhas e cabaças.Tata Mavambu - Ogã ou filho de santo que cuida da casa de Exu (de preferência homem, pois mulher não deve cuidar porque mulher menstrua e só deve mexer depois da menopausa, quando não menstruar mais, portanto, pelo certo as zeladoras devem ter um homem para cuidar desta parte, mas que seja pessoa de alta confiança).
Xicarangoma - O chefe dos tocadores de atabaques, os instrumentos de percussão.

O respeito que os Ogãs devem ter pela Mãe e pelo Pai é enorme pois o Ogã nada mais é que o exemplo a ser seguido na gira pelos médiuns da casa, portanto devem passar uma imagem discreta, humilde e respeitosa.

Em suma o Ogã representa o respeito, harmonia, mística, e principalmente representa a religião de forma que só ele com o fundamento da musicalidade pode agir, assim como devemos sempre lembrar que tudo é uma extensão de energia das casas, uma corrente, um elo.

Salve a Curimba! Salve o Ogã! Salve a Umbanda

Axé Irmãos.......

terça-feira, 28 de maio de 2013

O Yorubá


O Yorubá constitue o segundo maior grupo étnico na Nigéria, representando 18% da população total aproximadamente. Vivem em grande parte no sudoeste do país; também há comunidades de iorubas significativas no Benin, Togo, Serra Leoa, Cuba e Brasil.
O Yorubá é o principal grupo étnico nos estados de Ekiti, Kwara, Lagos, Ogun, Ongo, Osun, e Oyo. Um número considerável de yorubás vive na República do Benin, ainda podendo ser encontradas pequenas comunidades no campo, em Togo, Serra Leoa, Brasil e Cuba. O Islã inclui aproximadamente um quarto da população Yorubá, com a tradicional religião yorùbá respondendo pelo resto.
Os Yorubás têm uma história urbana que data de 500 D.C. As principais cidades yorubás são Lagos, Ibadan, Abeokuta, Akure, Ilorin, Ogbomoso, Ondo, Ota, Shagamu, Iseyin, Osogbo, Ilesha, Oyo e Ilé-Ifè.
Segundo diversos pesquisadores o termo Yorubá é recente. Segundo Biobaku, aplica-se a um grupo lingüístico de vários milhões de indivíduos. Ele acrescenta que, "além da língua comum, os Yorubás estão unidos por uma mesma cultura e tradições de sua origem comum, na cidade de Ifé, mas não parece que tenham jamais constituído uma única entidade política, e também é duvidoso que, antes do XIX, eles se chamassem uns aos outros por um mesmo nome.

A. E.Ellis mencionou-o, judiciosamente, no título do seu livro The Yorùbá speaking people (Os indivíduos que falam Yorubá), dando a significação de língua a uma expressão que teve a tendência a ser posteriormente aplicada a um povo, a uma expressão ou a um território. Antes de se ter conhecimento do termo Yorubá, os livros dos primeiros viajantes e os mapas antigos, entre 1656 e 1730, são unânimes em chamar Ulkumy ou Ulcuim, com algumas variantes. Depois de Snelgrave, em 1734, o termo Ulkumy desapareceu dos mapas e é substituído por Ayo ou Eyo (para designar Oyó).
Francisco Pereira Mendes, em 1726, comandante do forte português de Ajudá, já mencionava em seus relatórios enviados à Bahia os ataques dos ayos contra os territórios de Agadjá, rei de Daomé e chamado "O revoltoso", por haver atacado Allada em 1724, e que iria, posteriormente, conquistar Uidá, em 1727. Foi esse povo, chamado atualmente Uidá (Glébué para os daomeanos, Igéléfé para os yorubás, Ajudá para os portugueses, Juda ou Grégoy para os franceses, Whidah para os ingleses e Fida para os holandeses) e habitado pelos hwéda, que se tornou o principal ponto de exportação dos escravos originários das regiões vizinhas, inimigos do Daomé. A língua oficial dos Yorubás é o Akan ou Kwa.
Língua Yorubá

O Yorubá é um idioma subsaariano, i.e. falado ao sul do Saara, na África, dentro de um certo contínuo cultural-lingüístico, por entre 22 milhõesa 30 milhões de locutores.
O Yorubá é uma língua africana antiga, herdada pelo povo Yorubá de seus antepassados. Ele é falado, ao lado de outros idiomas, na parte oeste da África, principalmente na Nigéria, Benin, Togo e Serra Leoa.
No continente americano, o yorubá também é praticado, sobretudo em ritos religiosos, como nos ritos afro-brasileiros, onde é chamado de Nagô, e nos ritos afrocubanos de Cuba (e em menor escala, em certas partes dos Estados Unidos entre gentes de origem cubana), onde é conhecido também por Lucumí).
O Yorubá faz parte da classe lingüística cuá (também escrito Kwa, internacionalmente), pertencente à família guineense.
Em lingüística, o Yorubá é classificado como pertencente ao grupo de idiomas tonais (entre outras, juntamente ao guarani) com sintaxe SVO, i.e. Sujeito-Verbo-Objeto (internacionalmente conhecido, em inglês, como Subjet-Verb-Object ou SVO).
O idioma oficial da Nigéria é o inglês no entanto muitas pessoas também falam outros idiomas, os principais deles sendo igbo ou ibo e hausa ou hauçá (en:Languages of Nigeria). O inglês funciona mais é como língua franca no país, e possui caracteríscas próprias bem distintas. Portanto, falantes de Yorubá da Nigéria muitas vezes utilizam curtas expressões em inglês, intercaladamente, em suas conversações no idioma materno.


ALGUMAS PALAVRAS DO DIALETO YORUBÁ

Letra A

Ààbò - metade
Ààfin - Palácio, residência de um rei (Oba)
Àáké - machado
Ààrè - doença, fadiga, cansaço
Ààyè - vida
Aba - escada de mão
Abánigbèro - conselheiro, aquele que aconselha, um sábio mais velho
Abanijé - difamador
Abaya - rainha mãe
Abélà - vela
Abomalè - aquele que cultua os ancestrais (egúngún)
Abòrisà - aquele que cultua/adora os orixás
Aboyún - mulher grávida
Abuku - desgraça
Adèbo - pessoa que prepara a comida com os animais oferecidos em sacrifício de acordo com as regras religiosas
A dúpé - agradecemos a você
Afará - oyin - fovo de mel
Àfomó - doença infecciosa, trazida pelo Orixá das doenças infecciosas (Babaluaiyé; Xapanã)
Àgàn - mulher estéril
Agbádá - vestes sacerdotais
Àgbàdo - milho, sagrado para o Orixá Èsù (Bará)
Àgbaiyé - o mundo inteiro
Àgbon - coco
Àìsàn - doença
Áike - machado
Aláàfin - título tradicional para o rei de Oyó

Letra B

Báàlè - chefe de um povoado, com menos status que um Oba
Bàbà - milho da Guiné
Babagba - homem velho, geralmente o avô
Báde - caçar em grupo
Bájà - lutar, brigar
Balògun - chefe da sociedade dos guerreiros
Bàlagà - entrar na maturidade
Barapetu - grande, uma pessoa de distinção
Burú - ruim, negativo, destrutivo

Letra D

Dáàdáà - bom ou bonito
Dabòbò - proteger, fornecer proteção
Dàgbá - envelhecer, ficar velho
Dàgalágbà - tornar-se um homem adulto
Dalè - quebrar uma promessa
Dára - bom, ser bom
Dáradára - muito bom, tudo certo
Délade - coroar um rei
Dele - chegar em casa
Dídá - ara - boa saúde
Dígí - espelho
Dùbúlè - deitar

Letra E

Éèdì - encanto, feitiço
Éègun - ossos, ossos humanos
Efi - fumar
Égbéé - amuleto de proteção para o Orixá (Ògún)
Egbò - chaga, ferida
Égún - espírito dos ancestrais
Eji - chuva
Ejò - cobra
Èké - pessoa mentirosa, falsa, fraudulenta
Ékú - rato
Elégbògi - curandeiro que usa ervas
Elésù - pessoa que adora o mensageiro Èsú
Elu - estranho
Enìní - inimigo
Enini - orvalho da manhã
Erinká - milho na espiga
Erú - carregamento, fardo
Erupe - sujo
Ewé - folha de planta
Ewu - perigo
Ewú - cabelo grisalho, sinal de dignidade
Ewure - cabra
Èdán àrá - pedra de raio, sagrada para o Orixá Sàngó
Edùn - machado
Efó - vegetais verdes
Èfóri - dor de cabeça
Ègbé - comunidade de pessoas com o mesmo propósito
Eiye - pássaro
Èmí - respiração, também se refere a alma humana
Enyin - você
Èrúbo - compromisso de fazer uma oferenda aos Orixás
Èwòn - corrente

Letra F

Faiya - encantar, seduzir
Fári - cortar o cabelo com lâmina
Fe - há muito tempo
Fèrè - flauta
Fé - amar
Féniyawo - casar
Fijúbà - respeitar
Fòiya - estar com medo, amedrontado
Fowólérán - agir com paciência
Funfun - branco
Fúnwiniwini - garoar
Fúnlèfólorun - dar liberdade, agir de maneira certa
Fúù - o som feito pelo vento

Letra G

Gáàri - refeição feita de farinha de mandioca
Gala - veado, alce
Géndé - homem forte
Gèlédé - sociedade dedicada a homenagear os ancestrais
Góòlù - ouro
Gòmbó - cicatriz; marca no rosto que indica linhagem
Gun - subir
Gùn - pessoa alta
Gunnugun - abutre, urubu

GB

Gbabe - esquecer
Gbada - faca com lâmina grande
Gbàdúrà - rezar
Gbagbo - acreditar
Gbaguda - farinha de mandioca
Gbajumo - cavalheiro; homem gentil
Gbé - levantar
Gbédè - agir de maneira inteligente
Gbérè - cumprimentos
Gbese - dívida
Gbéyàwó - casar
Gbóju - bravo
Gbórín - grande
Gbúròó - ouvir

Letra H

Hà - expressão de prazer
Halè - amedrontar, ameaçar, intimidar
He - pegar, apanhar
Hó - ferver
Hun - tecer, trançar
Hùwà - comportar-se

Letra I

Ìbà - homenagem em respeito aos Orixás
Ìbamolè - forças espirituais que são merecedoras de respeito
Ibà pójúpójú - febre muito alta
Ibòòji - sombra
Ibúlè - àrun - leito de doença
Ibúlè - ikú - leito de morte
Ibùsùn òkú - cemitério
Ìdáwò - consulente de adivinhação
Ifáiyable - visão mística
Ìfeseji - perdão
Iga - quintal de um ancião
Ìgbà - história
Igbado - milho
Ìgbàlè - cemitério
Ìgbín - lesma, caracol
Igbó - floresta
Igbódù Òrìsà - local sagrado para iniciar uma pessoa nos mistérios dos Orixás
Ìgboro - rua, estrada
Igi - òpe - palmeira
Ihò - buraco
Ija - luta
Ikú - morte
Ikùn - estômago
Ilà - marcas faciais
Ìlù - tambor
Ìmale - respeito ao ancestral
Ìmáwò - ara - encarnação, estado de reencarnação
Ìmólè - forças da natureza (Òrìsà)
Imo - ope - folhas de palmeira
Ìpàdé - encontro
Ipin - guardião
Ìràwò - estrelas
Ìtefá - iniciado nos fundamentos de Ifá
Ito - urina
Ìyáláwo - divindade feminina, mãe dos mistérios
Ìyálè - esposa mais velha em uma família polígama
Imonamona - raio
Iná - fogo
Ìpelé - pequena cicatriz facial que indica a linhagem familiar
Ìpitan - tradição oral
Ìrawò - estrelas
Ìrésì - arroz
Ìrèmòjé - cânticos do funeral dos caçadores
Irin - ferro, sagrado para o Orixá Ògún
Irun - cabelo
Irúnmòle - forças da natureza (Òrìsà)
Ìsàlè - órgãos reprodutores
Ise - trabalho
Ìségún - reverência aos antepassados
Isinkú - funeral
Ìtan - história, lenda, mitologia
Ìtan - àtowodowo - lenda tradicional, história sobre os orixás
Ìwà - àgba - caráter de um ancião
Ìwà - édá - natureza
Iwóòrò - ouro
Ìyá - mãe
Ìyá - àgan - mulher mais velha, (anciã), dentro da sociedade dos médiuns ancestrais
Ìyáàgbà - avóÌyáláwo - divindade de ifá feminina, significa: " mãe dos mistérios ".
ÌYálorísà - mulher iniciada nos mistérios das forças da natureza (Òrìsà).
Ìyálè - esposa mais velha em uma família polígama.
Iyekan - ancestrais do pai

Letra J

Jade - sair
Jádeogun - preparar o combate
Jádi - atacar
Je - comer
Je ewo - má sorte que vem como o resultado de uma violação de tabu/regra
Jéjé - rogar uma praga
Jeun - comer
Jéwó - confessar
Jé - acordar
Jigi - espelho
Jije - comer
Jikelewi - borrifar
Joko - sentar
Jóná - estar em chamas
Jóò - desculpar, perdoar
Jowo - grande favor
Juba - rezas, pedido

Letra K

Kàdárà - destino
Kábiyèsí - cumprimento de respeito a um rei (oba)
Kábíyèsìlè - expressão de respeito a um chefe ou mais velho
K'àgò - pedir permissão para entrar em uma casa
Kalè - sentar
Kaná - estar em chamas
Kárò - bom dia
Kárùn - ficar doente
Kàwe - ler
Káwó - saudação, aclamação
Ké - cortar
Kedere - clarear, esclarecer
Kékeré - pequeno
Kéré - ser pequeno
Kéhìndé - o segundo gêmeo a nascer
Kíkún - mortal
Kiniun - leão
Kórira - odiar
Kókóró - chave; sagrado para o mensageiro Exu (Èsú)
Kòla - noz de cola amarga. Sagrada para a maioria dos Orixás
Korin - cantar
Ku - morrer
Kunle - ajoelhar no chão como um gesto de respeito, tanto para um local sagrado como para uma pessoa mais velha
Kunrin - cantar
Kurumu - redondo

Letra L

Lá - sonhar
Lábelè - secretamente
Láikú - imortal
Làí - làí - o começo (considerar tempo)
Láí - láí - para sempre
Làlóju - esclarecer, iluminar
Létòl'tò - segmentos de um ritual
Léwà - ser bonito
Lódè - do lado de fora
Lodê oni - no presente
Lókun - forte
Lóni - hoje
Lówò - ser rico, ter abundância
Lókan - bravo
Lukoun - pênis

Letra M

Ma - de fato, realmente
Maga - sacerdote chefe do Orixá Xangô (Sàngó)
Màlúù - boi
Màrìwò - folhas de palmeira
Méjì - dois
Mérin - quatro
Mérìndílógún - dezesseis (16), também usado para referir a um sistema de adivinhação usado pelos iniciados de Orixás que está baseado nos primeiros dezesseis versos da divindade Ifá (Odù)
Meta - três
Méwà - dez
Mi - engolir, respirar
Mímo - sagrado, divino
Míràn - outro
Mo - eu
Mojú - saber, conhecer
Móoru - tempo quente
Mu - beber

Letra N

Ná - primeiro de todos
Nba - juntar-se
Nfe - amar
Nje - bem
Njo - dançar
Ni - dizer, ser, alguém, aquele, depende do contexto
Nígbàtí - quando
Nikan - sozinho
Níle - em casa
Nko - não
Nlá - grande
Nlo - indo
Nmu - bebendo
Nrin - caminhando
Nro - pensando
Nyín - você

Letra O

O - ele, ela, isto
Obì - noz de cola, usado num sistema simplificado de adivinhação
Obí - sexo feminino
Ogìnrin - mulher
Óbo - vagina
Obuko - bode
Òde - do lado de fora
Òde ayé - o mundo todo
Odideé - papagaio
Odò - rio
Òdodo - justiça
Odukun - batata doce
Òfin - lei, direito
Ogbe - crista de galo
Ogbo ato - ficar velho, vida longa
Ogboni - sociedade de homens anciões que adoram o Orixá Onile
Ògèdè - encanto, feitiçaria
Ojise - mensageiros
Òjò - chuva
Òjòlá - jibóia
Ojú - olho ou face, dependendo do contexto
Ojù àse - força nos olhos
Ojugbede - sacerdote chefe do Orixá do ferro Ògún em Ilé Ifè
Ojubona - professor
Ojú - óòri - sepultura, túmulo
Ojú ònà - caminho, estrada
Oku - cadáver, defunto
Okun - o oceano
Olé - ladrão
Olórí - chefe
Olosa - Orixá da laguna
Oluwo - chefe adivinhador de Ifá do conselho masculino dos anciãos
Omi - água
Omi ayé - as águas da terra
Omi - tútù - água fria
Omira - sangue menstrual
Ònà - estrada, caminho
Oníbàárà - cliente
Oníbode - porteiro
Onílé - guarda da casa
Oni're - nome em louvor para o Orixá do ferro Ogun, que significa "chefe da cidade de Ire"
Onísé - trabalhador
Òòsà - o mesmo que Orixá
Òòsàoko - Orixá da fazenda
Opèlé - corrente usada pela divindade Ifá, significa: " enigma da palmeira "
Òpin ìsìn - o fim do ritual
Òpópó - rua
Òpùrò - mentiroso
Orílè - nome de uma nação
Òrisà bi - esposa de Orungan
Òtitó - verdade
Otu - sacerdote que faz oferendas em nome do Rei (Oba)
Owó - dinheiro
Oyin - mel
Oba obìnrin - Rainha mãe
Ode - caçador
Òdúndún - erva medicinal
Ofà - flecha
Ofò - feitiçaria
Oka - cobra
Okòn - coração
Olona - nome em louvor ao Orixá Ogun que significa: "proprietário da estrada"
Olòwò - sábio mais velho
Omo - criança
Omodé - criança jovem
Ònà - estrada
Òòni - O Rei da nação Yorubá
Ope - palmeira
Osán - fruta
Òsányìn - Orixá das ervas e dos medicamentos
Òsè - semana ritual de quatro dias
Òsóòsì - orixá da caça

Letra P

Pàdé - encontrar
Pákí - farinha de mandioca
Pákórò - ritual noturno nos funerais
Paré - desaparecer, ser destruído
Pari - completar
Pariwo - gritar
Pèlé - marcas na face. Caracteriza as famílias
Peleke - aumentar
Pín - dividir, repartir
Pitan - contar historias
Pòòkò - copo feito de uma casca de coco
Pupa - vermelho
Putu - bom

Letra R

Rà - comprar
Rá - engatinhar
Rári - rapar a cabeça, o primeiro degrau da iniciação
Rèrè - coisas boas, boa fortuna
Réin - rir
Riri - tremer de medo
Ròjo - chover
Run - perecer, sucumbir

Letra S

Sáà - estação, determinado espaço de tempo
Sàn - estar bem
Sánmò - céu
Sanra - estar gordo
Sè - cozinhar
Sééré - chocalho, sagrado para o Orixá Sàngó
Sinsin - descansar
So - amarrar
Sódé - fora
Sòrò - falar
Sun - dormir
Sunkun - chorar
Sánku - morte prematura
Ségègé - tirar a sorte, fundição de certas formas de adivinhação
Sèké - mentir
Sòkoto - calças
Sòtito - ter fé

Letra T

Tà - vender
Táìwo - o primeiro gêmeo a nascer
Táláká - pessoa pobre
Téfá - iniciação Ifá
Tanná - acender a luz
Tara - pequena pedra
Te - estabelecer
Tè - pressionar
Té - espalhar
Telé - seguir
Tímótímó - pequeno
Tìnùtìnù - sincero
Titi - até
Tóbi ode - caçar
Túndé - renascer
Tutu - frio

Letra W

Wà - ser
Wádi - fazer perguntas
Wejeweje - coisas boas
Were - jovem
Wo - relaxar
Wo'gun mérin - os quatro cantos do mundo, as quatro direções
Wolé - entrar
Woléwòdè - entrar e sair
Won - então
Wípé - dizer algo
Wó - o qual
Wòran - assistir
Wodi - investigar

Letra Y

Yá - inundar
Yà - virar para o lado
Yalayala - gavião, rápido, veloz
Yàn - escolher
Yanran - bom
Yara - quatro
Yára - ser rápido
Yesi - quem
Yeye - mãe
Yewere - sem valor, indigno
Yèyé - bobagem
Yi - isto
Yibi - grandeza
Yio - desejo
Yo - aparecer

Letra X

Xaorô - Tornozeleira de palha da costa usada durante o recolhimento para o processo de iniciação.
Xarará - Instrumento simbólico do Orixá Obaluaiyê
Xê - Fazer
Xirê - Festa, brincadeira