Olá a todos,
Hoje vou falar algo que muitos talvez não saibam: Como troca a pele do atabaque?
Então vamos-lá a primeira dúvida que talvez aconteça é, onde eu consigo uma pele (coro) nova(o) isso é simples, em qualquer casa de artigos religiosos de Umbanda ou Candomblé você encontrará facilmente.
Outra dúvida que pode acontecer é, você me perguntar Goga posso comprar pele sintética?
Olha só pessoal, eu também já tive essa dúvida e fiquei um tempo até conseguir a resposta. Por isso eu lhe respondo, coro sintético não tem nenhum fundamento, não tem a energia necessária durante a gira, ai você me pergunta, mas poxa Goga o coro sintético é tão mais fácil, o som é até muitas vezes mais bonito, já que ele não sofre com a umidade, não preciso me preocupa com afinação...., mas ai é que está meu amigo você é o Ogan, você tem que se preocupa com isso, e outras coisas também, senão qualquer um poderia simplesmente chegar lá e se por a tocar, sem fundamento do que esta fazendo e pronto tudo resolvido, mas você sabe que as coisas não funcionam bem assim, por isso reforço, não compre coro sintético para o atabaque da casa. Agora se você quiser comprar para colocar em um atabaque que você usa apenas para treino ai sim tranquilo, mas em caso contrário não!
Muito bem depois de ter comprado a pele vamos ao processo de colocar a pele no atabaque:
1) Coloque o coro dentro de um balde com água, de preferência que a pele seja totalmente coberta pela água, fazemos isso para que a pele fique hidratada e mais fácil de se colocar. Eu costumo deixar 12hrs na água, mas nem sempre é preciso tanto tempo, é que eu sou metódico mesmo, se você sentir que é possível colocar após 2/ 3 / 4 horas, vá enfrente não tem problema.
2) De preferência procure colocar com a ajudar de uma pessoa, muitas vezes o coro fica escapando de um lado e se tiver uma pessoa para ajudar facilita, mas é possível colocar sozinho também. Quanto a outra pessoa estar tocando no coro não tem problema até o momento a pele não foi consagrada então não tem problema.
3) Após colocar a pele deixe-a parcialmente presa não tente afinar ainda, espere a pele secar totalmente, após seca ai sim poderá ser afinada.
4) Dai pra frente minha orientação é que esta pele seja consagrada pelos regentes da casa, se você não saber como proceder, peça auxilio ao seu Pai ( ZELADOR)ou Mãe (ZELADORA) de Santo, com certeza eles saberão o que fazer.
A partir dai tem que ser seguidas algumas regras que tenho certeza não são as mesmas para todas as casas. Vou dar o exemplo da minha casa para que fique mais claro, a partir do momento que o atabaque junto com a pele nova foi consagrado, ninguém mais além do Ogan, o Pai ou Mãe de Santo ou o Padrinho ou Madrinha do Atabaque podem manusear o Atabaque, isso porque as energias que se manifestam no Atabaque tem que ser sempre preservadas e quanto mais gente tocando, manuseando fica mais difícil para o Ogan se manter firme, não estou dizendo que ninguém mais possa tocar no coro, pode sim, mas com previa autorização do Ogan, do Pai ou Mãe de Santo ou Padrinho ou Madrinha. Como disse acima esse método é o que eu como Ogan adotei para a casa que pertenço, isso não quer dizer que o seu método esteja errado, se seu coração diz que esta certo, então esta certo hehe, ouvi a nós mesmo é o primeiro passo para sabermos se aquilo que estamos fazendo é certo ou errado.
O fato de só algumas pessoas poderem manusear o Atabaque também evita que aconteçam desrespeitos com as entidades protetoras do Som que nos guiam durante as giras, então o comportamento quando estamos postos para tocar, deve ser sempre de muito respeito, ou seja, o Atabaque não é lugar de descanço, não se apoie com os braços encima do coro, o Atabaque não é encosto não é mesmo, existem comportamentos que o Ogan deve adotar e acima de tudo respeitar os mentores do Som e cobrar das outras pessoas respeito com essas entidades.
É isso ai pessoal. Dúvidas quanto a troca de pele (coro), só mandar uma mensagem, e-mail, sinal de fumaça... que eu responderei com prazer.
Axé para todos, e que nosso Pai Maior Olorum possa no guiar e iluminar nosso caminho.
José Rodolfo Salgado
Goga