segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

KOLOFÉ, MUKUIU, MOTUMBÁ...


Saudosos os tempos em que essas palavras eram usadas com amor e orgulho pelos iniciados no Caminho do Orixá. Tínhamos orgulho em pedir a benção de uma pessoa mais velha, pois, significava para nós a proteção, o reconhecimento, enfim, tudo de melhor que poderíamos ter e desejar.
Hoje as pessoas parecem sentir vergonha de pedirem a benção e quando o fazem, podemos notar que é de forma automática, somente por obrigação mesmo e como se desejassem nos fulminar.
Aprendi dentro da casa onde me iniciei que uma benção de uma pessoa do santo, é na verdade a benção do próprio Orixá, e que jamais deveríamos nos negar a pedir a benção de quem quer que fosse, uma vez que mais tarde nos tornaríamos um zelador ou zeladora e essas as bênçãos recebidas em nossa jornada como yawô, seriam nossa principal base de sustentação.
As pessoas de hoje, sentem repúdio ao pedirem um Kolofé, Mukuiu, Motumbá, acham-se poderosos demais para tal atitude, esquecendo-se de que dentro de nossa religião, o que conta é a humildade acima de tudo. Arrogância e prepotência nunca foram partes da iniciação de uma pessoa, ao contrário pessoas assim são repudiadas quando demonstram tais ações e atitudes.
Os mais velhos devem ser respeitados e amados, até por que precisamos de sua experiência como uma criança precisa da experiência de seus pais. Tanta coisa a ser aprendida e perdem seu tempo com fofocas, orgulho, soberba, esquecendo-se de que é justamente com os antigos que aprendemos até mesmo a acender uma vela para nosso orixá.
Mas, a religião segue em frente, muito embora cada dia mais as igrejas estejam cheias de dissidentes do Candomblé, que ao verem suas ânsias de aprendizagem frustradas, se dedicam noite e dia a difamarem quem os acolheu em seus momentos mais difíceis quando não tinham nem mesmo um caminho a seguir. E por que fracassaram? A resposta é simples: fracassaram porque Orixá e humildade acima de qualquer coisa e nossos mais velhos jamais passam seus verdadeiros conhecimentos a quem não faça por merecê-los.
Refaçamos nossa jornada, aprendamos a nos colocar a mercê de nossos guardiões e veremos tudo se transformar para melhor em nossas vidas.

6 comentários:

  1. Goga, meu nome é marcia. gostaria de um contato para falar com vc se possível.
    Siu irmã de fé tb. To aprendendo muito no seu blogg.
    Obrigada por cada palavra.
    Um grande abraço

    ResponderExcluir
  2. ola parabens pelo seu blog, sou um iniciado em almas e angola, sou baba ogan, e aqui vi que a muito a ser aprender ainda, vc tem um contato que possamos conversar what , skype??
    grato desde de ja

    ResponderExcluir
  3. Respeitar os mais velhos
    E as religiões de matriz Africana, é respeitar a própria história.

    ResponderExcluir
  4. Super correto e verdadeiro estes conhecimentos e aprendizados multuos... infelizmente hoje e a questão de quem pode mais e ou respeitabilidade zero...mas podemos nos encontrar novamente com nossos encinamentos e aprendizagem...num terreiro e exercitando diariamente todo dia pra todos nós...a serviço da espiritualidade ascencionada mediúnica e terapêutica,,,amiga

    ResponderExcluir
  5. Muito tocante s explicação. Além de muito clara. Parabéns e muito sucesso com o blogg. São pessoas como você. Com esta inteligência e essa capacidade de transmissão que faz a diferença em um mundo afro religioso tão defasado como está no momento. Contudo ests explicação me despertou um enorme curiosidade que vem de tantos anos e por consciência do trabalho nunca a fiz nem mesmo a quem né iniciou. Eu venho de tradição ketu e na minha cultura usamos o kolofé como forma de pedir w benção. Porém existe outras casas também de tradição ketu que usa o motumbá. Qual a real diferença entre as duas? Existe alguma razão para isso?

    ResponderExcluir