terça-feira, 7 de junho de 2011
OGÃS EKÉDIS E CAMBONOS
Uma casa de santo, seja de Umbanda ou Candomblé, além dos filhos de santo, tem outros elementos que dão suporte aos trabalhos, além de serem considerados, um tipo de autoridade da casa.
Tais elementos são os Ogãs, Cambonos e Ekédis. A principal características desses filhos, notadamente Ogãs e Ekédis, é que não manifestarem o Orixá ou a Entidade Espiritual. Não são rodantes, como se diz normalmente sobre os filhos de santo que receberem a entidade, ou seja, de manifestarem através da matéria a personificação do espírito.
Na Umbanda, os Ogãs são naturalmente e normalmente os tocadores de atabaques. Aos Cambonos cabe o auxílio às entidades e consulentes. Há uma característica muito comum na Umbanda, que é iniciarem os trabalhos como Cambonos, a maioria dos filhos, mesmo os que têm a capacidade da incorporação.
Enquanto a mediunidade vai se desenvolvendo eles ajudam aos mais velhos que já têm a mediunidade desenvolvida. Esse trabalho de ajuda, não cessa por completo com o desenvolvimento.Na Umbanda, quando não incorporados, todos procuram ajudar aos demais, aos mais novos inclusive. Os Ogãs, mesmo os de Umbanda, normalmente não são rodantes, embora isso possa ocorrer. Neste caso, deveriam não
ser considerados Ogãs, e sim alguém que estariam ajudando na casa tocando o atabaque enquanto aprende e desenvolve sua mediúnidade. De qualquer forma, é preocupante, o atabaque faz a chamada das Entidades, e se o Ogã manifesta-se com sua mediúnidade, poderá haver quebra de concentração e uma quebra fluídica.Isso ocasionará transtornos e mal estar nos médiuns.
No passado, era uma regra geral que atabaques fossem instrumentos consagrados unicamente ao Ogã, que deveria ser necessariamente do sexo masculino. Esta regra vêm sendo quebradas em casas menos tradicionais. Em algumas casas de Umbanda se dá as pessoas de bom nível social ou amigos que se apresentam para o trabalho e ajuda da casa, títulos de Cambono e até Ogãs. Estes, entretanto, na verdade não participam da vida ativa do centro e comparecem eventualmente às sessões comuns e muito ativamente nas festas, são uma categoria especial e devem receber funções específicas como fiscais da freqüência, servem bebidas e comidas aos convidados e procuram manter a normalidade dos trabalhos, impedindo o acesso de elementos negativos que possam criar algum problema ao bom andamento dos trabalhos. Aqueles que participam ativamente da vida vegetativa e espiritual da casa serão os Cambonos de terreiro e participarão ativamente das sessões e festas, sendo na maioria das vezes os futuro médiuns de trabalho com as entidades.
Em contrapartida temos o Ogã e a Ekédi. São funções ou capacitações de elementos nas diversas nações de Candomblé. Nas diversas nações afro-descendentes recebem nomes específicos. Trataremos aqui como Ogã e Ekédi, levando em consideração a importância e tipo de trabalho, além de ser naturalmente, os termos mais conhecidos dentro da religião por iniciados ou neófitos. Não são apenas iniciantes a espera da manifestação dos Orixás, ou pessoas que possam ajudar de alguma forma a casa. No Candomblé, Ogã e Ekédi são cargos que já vêm determinados às pessoas, assim como os que têm a obrigatoriedade de iniciar-se na religião, fazendo o que comumente chamamos de FAZER O SANTO, ou FAZER A CABEÇA!
O Ogã e a Ekédi, primeiramente são suspensos pelo Orixá e futuramente confirmados em iniciação particular, diferente em alguns aspectos, da iniciação do Omo-Orixá, ou Filho de Santo. Possuem poderes específicos dentro dos barracões, pois são autoridades especiais, sendo considerados pais e mães por natureza. A eles são atribuídos os atabaques, os sacrifícios, a guarda de elementos espirituais, colheita de ervas, responsabilidade pela cozinha do santo, auxílio imediato ao Babalorixá/Yalorixá nos ebós e obrigações dadas nos filhos. São Mães e Pais Pequenos do barracão, Mães Criadeiras, verdadeiras mães e pais a quem os filhos devem respeito e carinho.
Podemos notar as diferenças funcionais e fundamentais entre Cambonos e Ogãs que trabalham na Umbanda em contrapartida aos Ogãs e Ekédis no Candomblé, porém é importante lembrar que tanto uns como outros, são importantíssimas suas funções e seria impossível, muitos objetivos do culto serem alcançados sem a presença deles.
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