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quarta-feira, 17 de julho de 2013
Esclarecimentos Tipo de atabaques e toques
Olá a todos,
Começo este post com uma pergunta: Como eu aprendo a ser um Ogan?Pois é irmão assim como você, também já tive essa dúvida e acredito que ainda não sei a resposta, mas já tenho em mente um caminho a trilhar, isso porque após muito tempo compreendi que estar no coro é uma missão divina, ai você me
pergunta e como compreendi isso, eu te respondo, estudando irmão, não apenas os toques, os pontos, as saudações, o estudo do Ogan tem que ser muito mais abrangente, pois você será os olhos do dirigente da casa enquanto ele encontrar-se incorporado, é você que terá a responsabilidade muitas vezes de dar continuidade no trabalho, por isso irmão, estude, estude e estude mais um pouco, tenha certeza que isso só o tornará digno do seu posto e mais do que isso você estará cumprindo sua missão perante aos Guias, Orixás e ao nosso Pai Maior Olorum.
Mas pensando em facilitar sua vida preparei algumas informações
que julgo serem muito importantes para quem esta começando, por isso se você já é "macaco velho" e tem algo que acha importante a acrescentar neste post envie seu comentário, agora se você esta começando não sabe nada mas ama tanto os atabaques, os pontos e os demais instrumentos leia e estude o conteúdo abaixo.
TIPOS DE ATABAQUES: Começo com os três tipos de atabaques, que são: RUM, RUMPI e LÊ, não irei entrar em detalhes neste post sobre o que cada um significa e qual a atuação de cada um dentro da gira, minha intenção é escrever um post falando de cada um e se me for permitido falarei também sobre os
demais instrumentos, mas isso ainda pode demorar um pouco, com o nome de cada um já da para estudar bastante, se continuar com dúvidas me envie um e-mail, ficarei feliz em poder ajudar.
TOQUES: Quero deixar claro que sou Ogan tanto de Umbanda como de Candomblé, mais aqui falarei somente de Umbanda, por isso se você é Ogan do Candomblé e que compartilhar conosco os nomes dos toques, me envie e postarei com o maior prazer, lembrem-se este blog não foi criado apenas para falar dos Ogãs dentro da Umbanda mais sim em um contexto geral, bem vamos-lá:
TOQUE MARCAÇÃO: Consiste em um toque com 8 (oito) posições, e se fossemos falar do verbo falar mesmo, fica : TA TUM TUM TA TUM TUM TUM TUM.Imaginemos que você esteja tentando tocar este toque e você termina o primeiro ciclo TA TUM TUM TA TUM TUM TUM TUM neste caso ele vai começar novamente na mesma posição que antes ou seja no primeiro TA ... assim sucessivamente até terminar o ponto, falo isso porque alguns toques começam de outra forma.Com esse toque é possível tocar qualquer ponto dentro do Ritual de Umbanda, claro que é preciso tomar cuidado com o tempo de cada ponto para isso ser possível.
TOQUE NAGÔ: Consiste em um toque com 8 (oito) posições, e se fossemos falar do verbo falar mesmo, fica :TUMMM TA TA TUM TA TA TUM TUMMM. Veja que esse toque é um pouco diferente do anterior e como comentado acima, ele finaliza exatamente como começa, isso mesmo o toque (8) na verdade se torna o (1), durante o ciclo é como se o toque (8) não existisse, talvez seja complicado em um primeiro momento mas com o tempo você irá se acostumar.
TOQUE IJEXÁ: Consiste em um toque com 4 (quatro) posições, e se fossemos falar do verbo falar mesmo, fica : TA TA TUMMM TA.O ciclo começa da mesma forma como no início, ou seja, no TA. Neste toque temos uma redução na quantidade de toques, e de certa forma é até mais fácil de se aprender mas temos que tomar muito cuidado com seu tempo, pois é ele que da o swing para o toque.
TOQUE BARRA-VENTO: Consiste em um toque com 4 (quatro) posições, e se fossemos falar do verbo falar mesmo, fica : TA TA TUM TUM.O ciclo começa da mesma forma como no início, ou seja, no TA.
Esse toque na minha opinião é um dos mais difíceis de se aprender pois ele tem uma forma de se tocar totalmente especial diferente dos demais, são os detalhes deste toque que o fazem especial apesar da simplicidade inicial pois são apenas 4 posições mas ele tem algo a mais (desculpem me empolguei hehe é que realmente acho ele muito especial).
TOQUE ANGOLA: Consiste em um toque com 12 (doze) posições, e se fossemos falar do verbo falar mesmo, fica : TUMMM TA TUM TA TUM TUM TA TA TUM TA TUM TUMMM. Neste caso o ciclo começa da mesma forma como no início, ou seja, o toque que seria o 12(décimo segundo) se torna o (1). Apesar do tamanho impressionar este toque requer um pouco de atenção devido ao seu tempo, mas com a prática fica fácil.
TOQUE CONGO de OURO: Consiste em um toque com 12 (doze) posições, e se fossemos falar do verbo falar mesmo, fica : TUMMM TA TA TA TUM TUM TA TA TA TA TUM TUMMM. Neste caso o ciclo começa da mesma forma como no início, ou seja, o toque que seria o 12(décimo segundo) se torna o (1). Toque muito bonito, causa uma bela impressão quando bem executado.
Bem pessoal chegamos ao final deste post, ainda falta muita coisa ser abordada mas com o que foi escrito
acima já da pra fazer alguma coisa, portanto vá atrás irmão, estude que tenho certeza que sua caminhada será luminosa.Aproveito para adiantar, em breve disponibilizarei vídeos para todos os toques, a base de cada um como descrito acima, em tendão que o que eu falei acima é o toque crú, dentro de cada toque podemos acrescentar variações, repiques, contra-tempos, vai do seu conhecimento.
Axé para todos, e que nosso Pai Maior Olorum possa iluminar e guiar cada um de nós em nossa caminhada.
José Rodolfo Salgado olá tudo bom?
ResponderExcluirQueria apenas compartilhar que o "Angola" e "Congo" pelo que estudei tiveram origem na Região de Angola (Luanda e região) e pela sua musicalidade e força foram adaptados a umbanda
Já o Ijèsà tem origem do Jejè mesmo (posso estar equivocado) e foi profundamente trabalhado pelo Povo Yorubá (Nigéria e República do Nibe)
A diferença mais notável hoje que vemos nos ases quanto a sonoridade são os ogans/tabaqueiros novos ou com pouca experiência querer desempenhar em um ilú/ngoma o papel dos três
Os asés de umbanda tem muita evidência mas de forma harmoniosa, existem ensaios para que todos toquem da mesma forma e façam "paradas" ritmadas
Todavia nos candomblés de Angola e Ketu cada qual tem sua função e execução muito bem diferenciados, sendo erro/equívoco do Ogan não seguir este fundamento
O RUM predomina na maioria das representações, salvo Angola que é claro que quem determina a "pegada" é o Lé com marcação forte e nítida
O Rum de Angola faz um contratempo, dando "swing" a execução do toque, já o Rum do Ketu dá o tempo, a passagem e o ritmo
Abs
Consegue indicar alguma bibliografia sobre a historia dos toques ?
Excluirboa tarde, achei muito bacana e muito instrutivo seu blog.é possível você colocar vídeos ensinando como fazer os toques?
ResponderExcluirObrigada por compartilhar tão preciosas informações.