Tambores altos e estreitos, afunilados de um só couro, usados para atrair as diferentes vibrações, quando tocados. Os atabaques são usados para manter o ambiente sob uma vibração homogênea e fazer com que todos os médiuns permaneçam em atenção mediúnica.
Existem 3 tipos de atabaques:
- Rum (grave)
- Rumpi (médio)
- Lê (agudo)
Os atabaques são um dos principais pontos de atração de vibrações de um terreiro. A energia do Orixá/Entidade chamado é captada pelos assentamentos e direcionada para o Zelador ( Dito "Pai de Santo") onde é concentrada e depois lançada para os atabaques onde é modulada e distribuída para os médiuns da corrente.
O responsável pelos atabaques é normalmente uma pessoas escolhida no terreiro que conheça os ritmos aplicados para cada linha dentro da Umbanda.
É importante frisar que a Umbanda não tem Ogã. Este "título" somente se aplica ao Candomblé.
Os atabaques devem ser tratados com o máximo de respeito e nenhuma pessoa desautorizada deverá tocá-los, o que poderia colocar em risco o equilíbrio da gira e a faixa mediúnica dos médiuns da corrente.
Quando fora de uso, os atabaques, devem ser cobertos com pano próprio.
É importante observar que o toque (volume) dos atabaques nunca deve exceder as vozes da corrente. Quando o atabaque excede a corrente se desorganiza e o médium perde a concentração, atrapalhando e muito o desenvolvimento dos médiuns e o bom andamento do trabalho.
O toque do atabaque deve manter suas raízes, donde nasceram a maior parte dos pontos cantados da Umbanda. O toque do atabaque é normalmente o "toque samba Angola" do instrumento. é absolutamente desnecessário "surrar" o couro, uma vez que este elemento é usado somente para induzir o ritmo dos pontos cantados. Com a junção do atabaque e a corrente cantando vibrante os pontos cantados faz-se a festa de Umbanda. Esta é que mantém a vibração do terreiro.
Gira de Umbanda não é festa de Olodum. Terreiro de Umbanda não é barzinho onde se toca pagodinho.
Opcionalmente, um terreiro de Umbanda pode usar o berimbau, principalmente quando são feitos trabalhos de boiadeiros. Os berimbaus são normalmente sem pintura, de madeira Biriba ou similar, medindo 8 palmos, as baquetas devem ser de madeira, lixadas e medir aproximadamente 40 cm de comprimento. As cabaças devem ser preparadas, lixadas e envernizadas, a corda do berimbau deve ser tirada do pneu do carro, sem queimar o pneu. Os dobrões devem ser de bronze ou similar. A linha de berimbaus é composta basicamente por 3 elementos: berra-boi, médio e viola.
Também pode ser usado o Agogô.
Os sons são projetados para os ouvidos dos médiuns (regido por Xangô que também rege o som). As vibrações sonoras (moléculas de ar vibrando para frente e para trás) são recolhidas pelo ouvido externo que as conduz até os tímpanos que as faz vibrar, então são levadas ao ouvido interno e através do nervo auditivo chegam até o cérebro onde se dá a percepção do som.
Obs.: O atabaqueiro ou Batuqueiros como queiram pode projetar a energia sonora até 40 metros de distância.
Xangô também rege os atabaques através de seus Caboclos. Alguns Caboclos que recebem energização de Xangô são: Pena Verde, Giramundo, 7 Flechas, Cobra Coral. Lembrando: somente os Caboclos de Xangô regem os atabaques.
Quando os atabaqueiros não estão preparados, a energia de Xangô isola os atabaques, assim as vibrações partem direto do Zelador para o campo do atabaqueiro. O Caboclo atrás do atabaqueiro projeta a energia modulada para o chakra espiritual dos médiuns.
Em 1867 Heinrich Rudolph Hertz conseguiu medir a intensidade das vibrações sonoras, determinando em que faixas elas são captadas. Em sua homenagem o número de vibrações por segundo de uma onda sonora recebeu o nome de hertz. Assim a freqüência do som é medida em hertz. O ouvido humano não consegue ouvir ruídos com freqüência superior a 20.000 hertz ou inferior a 30 hertz.
A Umbanda se utiliza desse conhecimento para sintonizar as energias Intensas (longitudinais) e também as Moduladas (centrípetas). Os sons emitidos pelos atabaques na devida intensidade determina que tipo de entidade será "chamada" ou "atraída".
As energias intensas correspondem às entidades classificadas como "guerreiras", que recebemos em nosso corpo de forma direta: Orixás, Guias Guerreiros e Protetores de Demanda e sua chegada na Terra é regida pelo Caboclo Tabajara. Os toques para estas entidades são sempre altos e com ritmos acelerados.
Já as energias centrípetas correspondem às entidades "harmoniosas" que recebemos em nosso corpo sendo envolvidos por uma espiral: Orixás, Guias Harmoniosos, Protetores de Cura e sua chegada na Terra é regida pela Mãe Jurema que tem sua Lei responsável pelo equilíbrio dos corpos celestes em relação ao espaço infinito. Os toques dos atabaques nestas giras devem ser mais baixos e com ritmos lentos e cadenciados.
Apesar do que foi exposto, é correto lembrar que mesmo sem os atabaques, as entidades e energias podem ser atingidas e atraídas para o mundo material, apenas a gira em si, será completamente diferente. A incorporação dependerá única e exclusivamente de cada médium, exigindo deles toda a sua capacidade de concentração. Além disso o equilíbrio do ambiente será outro pois não será utilizada a ciclagem de energias promovida pelos fundamentos do atabaque como explicaremos a seguir.
Vejamos a importância dos atabaques.
Para produzirmos energia provocamos o atrito no couro dos atabaques e com isso atingimos níveis de calor e vibrações sonoras que vão diretas para os campos celulares dos médiuns. Os médiuns se eletrizam ao som dos atabaques. Sem atabaques, sem eletrização.
Pelo campo magnético do atabaqueiro que absorveu as energias que vieram do Zelador, são projetadas as vibrações dos nossos assentamentos para os demais médiuns assim a corrente magnética se espalha pelo recinto de trabalho.
O atabaqueiro, ao tocar, aguça sua captação de energias, recebe de um Guia uma certa carga de vibrações que se infiltra nos seus planos material e espiritual iniciando, depois, um ciclo que terá término em suas mãos. Com a produção de energia calorífica, através do toque no couro, o atabaqueiro fará a mistura com as vibrações das entidades e as vibrações naturais dos médiuns, a sua energia e a do Guia irão circular na corrente mediúnica começando dos médiuns mais preparados e passando para os iniciantes. Essa energia, quando enfraquecida, volta para as mãos do atabaqueiro onde será fortificada e voltará a fazer o ciclo na corrente.
Percebe-se que tanto a presença física dos atabaques quanto a dos atabaqueiros é de suma importância para a atração e distribuição das energias dentro da gira. Assim, concluímos que através dos discos ou aparelhos eletrônicos jamais teremos os resultados esperados. É melhor que se trabalhe somente com preces e concentração para obter-se maior eficiência caso não haja possibilidade de haver uma pessoa preparada comandando os cânticos e toques.
São formados por três partes distintas:
1) couro animal
2) madeiramento
3) ferragens
O atabaque que tem sua afirmação feita por cordas e tranças devem usar couro animal. O material sintético não tem fundamento. Nessa categoria está a timba utilizada nas escolas de samba. O som pode ser mais forte mas as energias captadas e distribuídas são zero.
O couro animal mais apropriado é o de bode e deve ser adquirido em matadouro. Procuramos não comprar o animal vivo. Deve-se deixar o couro por 24 horas embebido em água e sal, só depois poderá ser utilizado.
A parte de madeiramento é geralmente comprada em lojas especializadas. O preparo é o seguinte:
Lavar com água e sal. Deixar secar ao sol. Lixar a madeira. Pintar e envernizar . Passar uma demão de cera de vela derretida para cobrir qualquer buraco e evitar o cupim.
As ferragens podem, também, ser adquiridas em casas especializados e o ritual deverá ser o seguinte:
Colocar as peças na água com sal, depois secá-las ao sol. Lixar e pintar. Quando secar embeber em azeite de dendê até serem usadas. Elas devem ser colocadas nos atabaques ainda molhadas para proteger da ferrugem.
Essas três partes do atabaque têm sua regência:
O couro pertence ao Caboclo que dá força ao atabaqueiro para tocá-lo. A madeira a Pai Xangô que dá ao atabaque a condição de justiça para não ser utilizado para o mal. A ferragem aos Exús que não permitem que eles sofram demandas.
Com essas energias combinadas ao toque e ao canto temos um instrumento de contato com qualquer entidade, seja ela de ação, reação, sublimação, positiva, negativa ou neutra. Com os atabaques devidamente preparados podemos então trabalhar com os Orixás, Guias e Protetores. É ele o mensageiro entre nós e o mundo espiritual. As mensagens vão para outras dimensões por códigos, feito um telégrafo, através dos "toques".
No atabaque só quem pode tocar são os Zeladores, os atabaqueiros previamente autorizados para isso e os Caboclos, nenhuma outra vibração deve ser colocada sobre os mesmos. As pessoas devem ser preparadas para tocá-lo e só devem ser utilizados para trabalhos espirituais, nunca para diversão. Se acontecer perderá toda imantação e deverá ser "cruzado" novamente.
Caso alguém resolva usá-lo sem autorização estará consumindo uma energia que para ele se tornará negativa. Assim como uma lâmpada estoura se ligada em fase superior a sua capacidade, também a pessoa irá sofrer as conseqüências desse contato. Poderá sentir dores de cabeça, ou pior, poderá estar evocando algum espírito trevoso pela correspondência do toque usado, então o atabaque acaba se tornando uma arma contra aquele que o está usando indevidamente.
Nos terreiros em que qualquer um toca no atabaque, das duas uma: ou são todos desconhecedores de sua energia ou o atabaque não é cruzado. Quando uma entidade pedir o atabaque devemos entregá-lo pois ele nunca irá bater, mas sim tirar alguma demanda ou imantá-lo para alguma gira específica. As outras entidades cruzam o atabaque sem tocar nele.
Quando for necessário trocar um atabaque uma entidade irá avisar.
Quando fora de uso, os atabaques devem estar sempre cobertos com um pano contendo a firmeza do terreiro.
Antes de usar o atabaque deve-se pedir permissão, tocando o couro e dizendo:
Dai-me licença Pai Oxalá. Dai-me licença ...(entidade dona do atabaque). Dai-me força e dignidade para esse instrumento eu tocar.
Quando o atabaque for guardado, deve-se agradecer:
Obrigado meu Pai Oxalá. Obrigado .....(Caboco Gira Mundo). Obrigado por ter-me permitido cumprir a minha missão.
Louvação aos Atabaqueiros
"Ah, como é lindo o batuque do Tambor
Ah, como é lindo o batuque do Tambor
Na Umbanda linda de Nosso Senhor
Na Umbanda linda de Nosso Senhor
É a mensagem que enaltece os Orixás
É a oração que elevo ao senhor
É a vibração que nos faz incorporar
Sem batuque na Umbanda não se pode trabalhar
Eu não sabia, mas agora aprendi
Que o canto faz a gira de Umbanda
Quem canta, encanta a vida dos Orixás
É uma benção divina que emana muita paz"
Curimba é o nome que damos para o grupo responsável pelos toques e cantos sagrados dentro de um terreiro de Umbanda. São eles que percutem os atabaques (instrumentos sagrados de percussão), assim como conhecem cantos para as muitas “partes” de todo o ritual umbandista. Esses pontos cantados, junto dos toques de atabaque, são de suma importância no decorrer da gira e por isso devem ser bem fundamentados, esclarecidos e entendidos por todos nós.
Muitas são as funções que os pontos cantados têm. Primeiramente uma função ritualística, onde os pontos “marcam” todas as partes do ritual da casa. Assim temos pontos para a defumação, abertura das giras, bater cabeça, etc.
Temos também a função de ajudar na concentração dos médiuns. Os toques assim como os cantos envolvem a mente do médium, não a deixando desviar–se do propósito do trabalho espiritual. Além disso, a batida do atabaque induz o cérebro a emitir ondas cerebrais diferentes do padrão comum, facilitando o transe mediúnico. Esse processo também é muito utilizado nas culturas xamânicas do mundo afora.
Entrando na parte espiritual, os cantos, quando vibrados de coração, atuam diretamente nos chakras superiores, notavelmente o cardíaco, laríngeo e frontal, ativando–os naturalmente e melhorando a sintonia com a espiritualidade superior, assim como os toques dos atabaques atuam nos chakras inferiores, criando condições ideais para a prática da mediunidade de incorporação.
As ondas energéticas–sonoras emitidas pela curimba vão tomando todo o terreiro de Umbanda e vão dissolvendo formas–pensamento negativas, energias pesadas agregadas nas auras das pessoas, diluindo miasmas, larvas astrais, limpando e criando toda uma atmosfera psíquica com condições ideais para a realização das práticas espirituais. A curimba transforma–se em um verdadeiro “pólo” irradiador de energia dentro do terreiro, potencializando ainda mais as vibrações dos Orixás.
Os pontos cantados transformam–se em “orações cantadas”, ou melhor, verdadeiras determinações de magia, com um altíssimo poder de realização, pois é um fundamento sagrado e divino. Poderíamos chamar tudo isso de “magia do som” dentro da Umbanda.
A Curimba também é de suma importância para a manutenção da ordem nos trabalhos espirituais, com os seus pontos de “chamada” das linhas, “subida”, “firmeza”, “saudação”, etc. Entendam bem, os guias não são chamados pelos atabaques como muitos dizem. Todos já encontram–se no espaço físico-espiritual do terreiro antes mesmo do começo dos trabalhos. Portanto a curimba não funciona como um “telefone”, mas sim como uma sustentadora da manifestação dos guias. O que realmente invoca os guias e os Orixás são os nossos pensamentos e sentimentos positivos vibrados em vossas direções. Muitas vezes ao cantar expressamos esses sentimentos, mas é o amor aos Orixás a verdadeira invocação de Umbanda.
Falando agora da função de atabaqueiro e curimbeiro, enfatizamos a importância deles serem bem preparados para exercerem tal função em um terreiro. Infelizmente ainda hoje a mentalidade de que o atabaqueiro é “qualquer um que não incorpore” persiste. Mas afirmamos, o atabaqueiro como peça fundamental dentro do ritual é também um médium intuitivo que tem como função comandar todo o “setor” da curimba. Por isso faz-se necessário que seja escolhida uma pessoa séria, estudada, conhecedora dos fundamentos da religião.
Além disso, o ideal é que o “neófito” que busca ser um novo atabaqueiro estude muito sobre a Umbanda antes mesmo de se assumir na posição de atabaqueiro, onde aprenderá os fundamentos, os toques essenciais e “como”, “o quê” e “quando” cantar e, principalmente, a maneira certa de se tocar o couro do instrumento.
Mulheres também podem ser atabaqueiras e curimbeiras, SIM! O "cargo" de ogã vem do Candomblé e apenas é dado a pessoas do sexo masculino. A mulher no Candomblé não toca atabaque, por alguns dogmas da religião, principalmente em relação à menstruação. Na Umbanda não importamos dogmas e conceitos do Candomblé, mas sim seguimos os nossos, passados diretamente pelos nossos guias e mentores. Nunca vimos um caboclo ou preto–velho proibindo mulher de tocar atabaque, por isso afirmamos, na Umbanda mulher toca e canta sim e, diga–se de passagem, por vezes melhor do que os próprios homens.
Por fim, queremos fazer alguns comentários a cerca da espiritualidade que guia os trabalhos da curimba. Muitas linhas de Umbanda existem no astral e trabalham ativamente nele, apesar de não incorporarem. Existem muitas linhas de caboclos, exús, pomba–giras, etc, que por motivos próprios trabalham nos “bastidores”, sem incorporarem ou tomarem a “linha de frente” dos trabalhos espirituais. Também existe uma corrente de espíritos que auxiliam nos toques e cantos da curimba. São mestres na música de Umbanda, verdadeiros guardiões dos mistérios do “som”. Normalmente apresentam–se com a aparência de homens e mulheres negras, com forte complexão física para os homens, e bela mas igualmente forte para as mulheres. Seus trajes variam muito, indo desde a roupagem mais simples como um “escravo” da época colonial, como até mesmo o terno e o vestido branco.
São espíritos bondosos, muito alegres e divertidos, que com o cantar encantam a muitos no astral. Alguns se fazem presentes auxiliando o toque, outros o canto e outros ainda auxiliam a manutenção da energia e sua dissipação dentro do terreiro. Muitas vezes chega a acontecer uma espécie de “incorporação” desses guias com os atabaqueiros, os inspirando a determinados toques e cantos. Qualquer pessoa com experiência em curimba pode relatar casos aonde um ponto cantado vem na hora que ele é necessário e depois você simplesmente o esquece. Isso acontece sobre inspiração desses mentores.
Algumas vezes também, em festas de Umbanda e dos Orixás, onde muitos se reúnem, percebemos que diversos espíritos chegam portando seus “tambores astrais”, percutindo–os a partir do astral, ajudando na sustentação e na energia das festividades, potencializando ainda mais os toques dos atabaques e as energias movimentadas.
Quando os guias, incorporados fazem sua saudação à frente dos atabaques, estão saudando as pessoas que tocam, estão pedindo para que as forças movimentadas pela curimba sejam benéficas a todos, mas estão principalmente, saudando e agradecendo a toda essa corrente de trabalhadores “anônimos” do astral. Estão percebendo como muita coisa foge aos nossos sentidos em uma “simples” e humilde gira de Umbanda?
Sabemos que esse universo da curimba muitas vezes é pouco explicado e muitos chegam a defender a abolição dos atabaques dos centros de Umbanda. A isso, os próprios guias e mentores de Umbanda respondem, tanto incentivando os toques e trazendo mentores nesse “campo”, como também, abrindo turmas de estudo de Umbanda e desenvolvimento mediúnico, onde percebemos claramente que o "animismo" acontece por despreparo do médium, falta de estudo ou orientação e não pelo uso de atabaques. Colocar a culpa nos atabaques é como “tampar o sol com a peneira”. Afinal, como explicado parágrafos acima, o atabaque quando bem utilizado é ótima ferramenta para o desenvolvimento mediúnico.
Muitos desses toques a respeito da curimba, que aqui estão escritos, foram passados por espíritos amigos, que nos auxiliam nos trabalhos de curimba e que apresenta–se com diversas formas.
Felicitações a todos!
ResponderExcluirPermitam-me divergir de determinada postagem feita aqui, quando mencionam que na Umbanda não existe Ogan... Isso é um grande engano! Existe Ogan sim e em grande parte de terreiros de Umbanda são como no Candomblé, com as mesmas atribuições e responsabilidades!
O que não se pode é confundir as linhas de Umbanda. Existem casas que simplesmente não se toca para orixás, ou guias (numa determinada linha), diferente do que acontece na maioria das casas. Existem casas que inclusive não apenas 3 tocam, mas vários tocam ao mesmo tempo (já visitei uma casa que tinham 10 atabaques simultaneos).
Que Oxalá abençoe a todos!
Motumba.
ResponderExcluirNão querendo entrar em contradição com o senhor mas sim, enriquecer conhecimentos.
Num tempo muito distante, o orun (céu) era lugar de grandes festas. Os orixás (protetores de cabeças) lá se reuniam para celebrar a vida. Exu era o grande animador daquelas festas porque era ele quem tocava os tambores e
que entoava as mais belas e alegres cantigas. E ele ficava todo prosa por exercer tal função. Certo dia, entendendo que estava difícil conversar ao mesmo tempo em que o som dos tambores ecoavam, os orixás pediram para Exu que parasse com aquela cantoria e toques. E assim se deu: Exu deixou de tocar e cantar nas festas.
Sem muita demora, os orixás perceberam que festa sem tambores e sem cantoria, não era festa. Eles se reuniram novamente e decidiram pedir para que Exu voltasse com toda a animação. Mas ele não aceitou: estava profundamente magoado com o pedido do grupo, uma vez que ele desempenhava tais atividades com tanto fervor e o impediram de continuar. Os orixás insistiram bastante até que Exu disse: “Perdi totalmente a vontade de cantar e tocar para vocês, mas vou passar a tarefa para a primeira pessoa que se colocar na minha frente”.
E assim aconteceu. Ogãn, um jovem rapaz caminhou na direção de Exu. Exu olhou para ele e o escolheu para inicia-lo na arte dos cânticos e toques em louvor aos orixás. Ogan, prontamente aceitou o convite de Exu, era rapaz esforçado e que queria aprender.
Tão bem Exu o ensinou Ogãn e Ogãn tão bem aprendeu a animar as festas dos orixás que em sua homenagem, Exu estabeleceu que todo o homem responsável por animar as festas dos orixás deveria receber o cargo de Ogan.