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terça-feira, 28 de maio de 2013

O Yorubá


O Yorubá constitue o segundo maior grupo étnico na Nigéria, representando 18% da população total aproximadamente. Vivem em grande parte no sudoeste do país; também há comunidades de iorubas significativas no Benin, Togo, Serra Leoa, Cuba e Brasil.
O Yorubá é o principal grupo étnico nos estados de Ekiti, Kwara, Lagos, Ogun, Ongo, Osun, e Oyo. Um número considerável de yorubás vive na República do Benin, ainda podendo ser encontradas pequenas comunidades no campo, em Togo, Serra Leoa, Brasil e Cuba. O Islã inclui aproximadamente um quarto da população Yorubá, com a tradicional religião yorùbá respondendo pelo resto.
Os Yorubás têm uma história urbana que data de 500 D.C. As principais cidades yorubás são Lagos, Ibadan, Abeokuta, Akure, Ilorin, Ogbomoso, Ondo, Ota, Shagamu, Iseyin, Osogbo, Ilesha, Oyo e Ilé-Ifè.
Segundo diversos pesquisadores o termo Yorubá é recente. Segundo Biobaku, aplica-se a um grupo lingüístico de vários milhões de indivíduos. Ele acrescenta que, "além da língua comum, os Yorubás estão unidos por uma mesma cultura e tradições de sua origem comum, na cidade de Ifé, mas não parece que tenham jamais constituído uma única entidade política, e também é duvidoso que, antes do XIX, eles se chamassem uns aos outros por um mesmo nome.

A. E.Ellis mencionou-o, judiciosamente, no título do seu livro The Yorùbá speaking people (Os indivíduos que falam Yorubá), dando a significação de língua a uma expressão que teve a tendência a ser posteriormente aplicada a um povo, a uma expressão ou a um território. Antes de se ter conhecimento do termo Yorubá, os livros dos primeiros viajantes e os mapas antigos, entre 1656 e 1730, são unânimes em chamar Ulkumy ou Ulcuim, com algumas variantes. Depois de Snelgrave, em 1734, o termo Ulkumy desapareceu dos mapas e é substituído por Ayo ou Eyo (para designar Oyó).
Francisco Pereira Mendes, em 1726, comandante do forte português de Ajudá, já mencionava em seus relatórios enviados à Bahia os ataques dos ayos contra os territórios de Agadjá, rei de Daomé e chamado "O revoltoso", por haver atacado Allada em 1724, e que iria, posteriormente, conquistar Uidá, em 1727. Foi esse povo, chamado atualmente Uidá (Glébué para os daomeanos, Igéléfé para os yorubás, Ajudá para os portugueses, Juda ou Grégoy para os franceses, Whidah para os ingleses e Fida para os holandeses) e habitado pelos hwéda, que se tornou o principal ponto de exportação dos escravos originários das regiões vizinhas, inimigos do Daomé. A língua oficial dos Yorubás é o Akan ou Kwa.
Língua Yorubá

O Yorubá é um idioma subsaariano, i.e. falado ao sul do Saara, na África, dentro de um certo contínuo cultural-lingüístico, por entre 22 milhõesa 30 milhões de locutores.
O Yorubá é uma língua africana antiga, herdada pelo povo Yorubá de seus antepassados. Ele é falado, ao lado de outros idiomas, na parte oeste da África, principalmente na Nigéria, Benin, Togo e Serra Leoa.
No continente americano, o yorubá também é praticado, sobretudo em ritos religiosos, como nos ritos afro-brasileiros, onde é chamado de Nagô, e nos ritos afrocubanos de Cuba (e em menor escala, em certas partes dos Estados Unidos entre gentes de origem cubana), onde é conhecido também por Lucumí).
O Yorubá faz parte da classe lingüística cuá (também escrito Kwa, internacionalmente), pertencente à família guineense.
Em lingüística, o Yorubá é classificado como pertencente ao grupo de idiomas tonais (entre outras, juntamente ao guarani) com sintaxe SVO, i.e. Sujeito-Verbo-Objeto (internacionalmente conhecido, em inglês, como Subjet-Verb-Object ou SVO).
O idioma oficial da Nigéria é o inglês no entanto muitas pessoas também falam outros idiomas, os principais deles sendo igbo ou ibo e hausa ou hauçá (en:Languages of Nigeria). O inglês funciona mais é como língua franca no país, e possui caracteríscas próprias bem distintas. Portanto, falantes de Yorubá da Nigéria muitas vezes utilizam curtas expressões em inglês, intercaladamente, em suas conversações no idioma materno.


ALGUMAS PALAVRAS DO DIALETO YORUBÁ

Letra A

Ààbò - metade
Ààfin - Palácio, residência de um rei (Oba)
Àáké - machado
Ààrè - doença, fadiga, cansaço
Ààyè - vida
Aba - escada de mão
Abánigbèro - conselheiro, aquele que aconselha, um sábio mais velho
Abanijé - difamador
Abaya - rainha mãe
Abélà - vela
Abomalè - aquele que cultua os ancestrais (egúngún)
Abòrisà - aquele que cultua/adora os orixás
Aboyún - mulher grávida
Abuku - desgraça
Adèbo - pessoa que prepara a comida com os animais oferecidos em sacrifício de acordo com as regras religiosas
A dúpé - agradecemos a você
Afará - oyin - fovo de mel
Àfomó - doença infecciosa, trazida pelo Orixá das doenças infecciosas (Babaluaiyé; Xapanã)
Àgàn - mulher estéril
Agbádá - vestes sacerdotais
Àgbàdo - milho, sagrado para o Orixá Èsù (Bará)
Àgbaiyé - o mundo inteiro
Àgbon - coco
Àìsàn - doença
Áike - machado
Aláàfin - título tradicional para o rei de Oyó

Letra B

Báàlè - chefe de um povoado, com menos status que um Oba
Bàbà - milho da Guiné
Babagba - homem velho, geralmente o avô
Báde - caçar em grupo
Bájà - lutar, brigar
Balògun - chefe da sociedade dos guerreiros
Bàlagà - entrar na maturidade
Barapetu - grande, uma pessoa de distinção
Burú - ruim, negativo, destrutivo

Letra D

Dáàdáà - bom ou bonito
Dabòbò - proteger, fornecer proteção
Dàgbá - envelhecer, ficar velho
Dàgalágbà - tornar-se um homem adulto
Dalè - quebrar uma promessa
Dára - bom, ser bom
Dáradára - muito bom, tudo certo
Délade - coroar um rei
Dele - chegar em casa
Dídá - ara - boa saúde
Dígí - espelho
Dùbúlè - deitar

Letra E

Éèdì - encanto, feitiço
Éègun - ossos, ossos humanos
Efi - fumar
Égbéé - amuleto de proteção para o Orixá (Ògún)
Egbò - chaga, ferida
Égún - espírito dos ancestrais
Eji - chuva
Ejò - cobra
Èké - pessoa mentirosa, falsa, fraudulenta
Ékú - rato
Elégbògi - curandeiro que usa ervas
Elésù - pessoa que adora o mensageiro Èsú
Elu - estranho
Enìní - inimigo
Enini - orvalho da manhã
Erinká - milho na espiga
Erú - carregamento, fardo
Erupe - sujo
Ewé - folha de planta
Ewu - perigo
Ewú - cabelo grisalho, sinal de dignidade
Ewure - cabra
Èdán àrá - pedra de raio, sagrada para o Orixá Sàngó
Edùn - machado
Efó - vegetais verdes
Èfóri - dor de cabeça
Ègbé - comunidade de pessoas com o mesmo propósito
Eiye - pássaro
Èmí - respiração, também se refere a alma humana
Enyin - você
Èrúbo - compromisso de fazer uma oferenda aos Orixás
Èwòn - corrente

Letra F

Faiya - encantar, seduzir
Fári - cortar o cabelo com lâmina
Fe - há muito tempo
Fèrè - flauta
Fé - amar
Féniyawo - casar
Fijúbà - respeitar
Fòiya - estar com medo, amedrontado
Fowólérán - agir com paciência
Funfun - branco
Fúnwiniwini - garoar
Fúnlèfólorun - dar liberdade, agir de maneira certa
Fúù - o som feito pelo vento

Letra G

Gáàri - refeição feita de farinha de mandioca
Gala - veado, alce
Géndé - homem forte
Gèlédé - sociedade dedicada a homenagear os ancestrais
Góòlù - ouro
Gòmbó - cicatriz; marca no rosto que indica linhagem
Gun - subir
Gùn - pessoa alta
Gunnugun - abutre, urubu

GB

Gbabe - esquecer
Gbada - faca com lâmina grande
Gbàdúrà - rezar
Gbagbo - acreditar
Gbaguda - farinha de mandioca
Gbajumo - cavalheiro; homem gentil
Gbé - levantar
Gbédè - agir de maneira inteligente
Gbérè - cumprimentos
Gbese - dívida
Gbéyàwó - casar
Gbóju - bravo
Gbórín - grande
Gbúròó - ouvir

Letra H

Hà - expressão de prazer
Halè - amedrontar, ameaçar, intimidar
He - pegar, apanhar
Hó - ferver
Hun - tecer, trançar
Hùwà - comportar-se

Letra I

Ìbà - homenagem em respeito aos Orixás
Ìbamolè - forças espirituais que são merecedoras de respeito
Ibà pójúpójú - febre muito alta
Ibòòji - sombra
Ibúlè - àrun - leito de doença
Ibúlè - ikú - leito de morte
Ibùsùn òkú - cemitério
Ìdáwò - consulente de adivinhação
Ifáiyable - visão mística
Ìfeseji - perdão
Iga - quintal de um ancião
Ìgbà - história
Igbado - milho
Ìgbàlè - cemitério
Ìgbín - lesma, caracol
Igbó - floresta
Igbódù Òrìsà - local sagrado para iniciar uma pessoa nos mistérios dos Orixás
Ìgboro - rua, estrada
Igi - òpe - palmeira
Ihò - buraco
Ija - luta
Ikú - morte
Ikùn - estômago
Ilà - marcas faciais
Ìlù - tambor
Ìmale - respeito ao ancestral
Ìmáwò - ara - encarnação, estado de reencarnação
Ìmólè - forças da natureza (Òrìsà)
Imo - ope - folhas de palmeira
Ìpàdé - encontro
Ipin - guardião
Ìràwò - estrelas
Ìtefá - iniciado nos fundamentos de Ifá
Ito - urina
Ìyáláwo - divindade feminina, mãe dos mistérios
Ìyálè - esposa mais velha em uma família polígama
Imonamona - raio
Iná - fogo
Ìpelé - pequena cicatriz facial que indica a linhagem familiar
Ìpitan - tradição oral
Ìrawò - estrelas
Ìrésì - arroz
Ìrèmòjé - cânticos do funeral dos caçadores
Irin - ferro, sagrado para o Orixá Ògún
Irun - cabelo
Irúnmòle - forças da natureza (Òrìsà)
Ìsàlè - órgãos reprodutores
Ise - trabalho
Ìségún - reverência aos antepassados
Isinkú - funeral
Ìtan - história, lenda, mitologia
Ìtan - àtowodowo - lenda tradicional, história sobre os orixás
Ìwà - àgba - caráter de um ancião
Ìwà - édá - natureza
Iwóòrò - ouro
Ìyá - mãe
Ìyá - àgan - mulher mais velha, (anciã), dentro da sociedade dos médiuns ancestrais
Ìyáàgbà - avóÌyáláwo - divindade de ifá feminina, significa: " mãe dos mistérios ".
ÌYálorísà - mulher iniciada nos mistérios das forças da natureza (Òrìsà).
Ìyálè - esposa mais velha em uma família polígama.
Iyekan - ancestrais do pai

Letra J

Jade - sair
Jádeogun - preparar o combate
Jádi - atacar
Je - comer
Je ewo - má sorte que vem como o resultado de uma violação de tabu/regra
Jéjé - rogar uma praga
Jeun - comer
Jéwó - confessar
Jé - acordar
Jigi - espelho
Jije - comer
Jikelewi - borrifar
Joko - sentar
Jóná - estar em chamas
Jóò - desculpar, perdoar
Jowo - grande favor
Juba - rezas, pedido

Letra K

Kàdárà - destino
Kábiyèsí - cumprimento de respeito a um rei (oba)
Kábíyèsìlè - expressão de respeito a um chefe ou mais velho
K'àgò - pedir permissão para entrar em uma casa
Kalè - sentar
Kaná - estar em chamas
Kárò - bom dia
Kárùn - ficar doente
Kàwe - ler
Káwó - saudação, aclamação
Ké - cortar
Kedere - clarear, esclarecer
Kékeré - pequeno
Kéré - ser pequeno
Kéhìndé - o segundo gêmeo a nascer
Kíkún - mortal
Kiniun - leão
Kórira - odiar
Kókóró - chave; sagrado para o mensageiro Exu (Èsú)
Kòla - noz de cola amarga. Sagrada para a maioria dos Orixás
Korin - cantar
Ku - morrer
Kunle - ajoelhar no chão como um gesto de respeito, tanto para um local sagrado como para uma pessoa mais velha
Kunrin - cantar
Kurumu - redondo

Letra L

Lá - sonhar
Lábelè - secretamente
Láikú - imortal
Làí - làí - o começo (considerar tempo)
Láí - láí - para sempre
Làlóju - esclarecer, iluminar
Létòl'tò - segmentos de um ritual
Léwà - ser bonito
Lódè - do lado de fora
Lodê oni - no presente
Lókun - forte
Lóni - hoje
Lówò - ser rico, ter abundância
Lókan - bravo
Lukoun - pênis

Letra M

Ma - de fato, realmente
Maga - sacerdote chefe do Orixá Xangô (Sàngó)
Màlúù - boi
Màrìwò - folhas de palmeira
Méjì - dois
Mérin - quatro
Mérìndílógún - dezesseis (16), também usado para referir a um sistema de adivinhação usado pelos iniciados de Orixás que está baseado nos primeiros dezesseis versos da divindade Ifá (Odù)
Meta - três
Méwà - dez
Mi - engolir, respirar
Mímo - sagrado, divino
Míràn - outro
Mo - eu
Mojú - saber, conhecer
Móoru - tempo quente
Mu - beber

Letra N

Ná - primeiro de todos
Nba - juntar-se
Nfe - amar
Nje - bem
Njo - dançar
Ni - dizer, ser, alguém, aquele, depende do contexto
Nígbàtí - quando
Nikan - sozinho
Níle - em casa
Nko - não
Nlá - grande
Nlo - indo
Nmu - bebendo
Nrin - caminhando
Nro - pensando
Nyín - você

Letra O

O - ele, ela, isto
Obì - noz de cola, usado num sistema simplificado de adivinhação
Obí - sexo feminino
Ogìnrin - mulher
Óbo - vagina
Obuko - bode
Òde - do lado de fora
Òde ayé - o mundo todo
Odideé - papagaio
Odò - rio
Òdodo - justiça
Odukun - batata doce
Òfin - lei, direito
Ogbe - crista de galo
Ogbo ato - ficar velho, vida longa
Ogboni - sociedade de homens anciões que adoram o Orixá Onile
Ògèdè - encanto, feitiçaria
Ojise - mensageiros
Òjò - chuva
Òjòlá - jibóia
Ojú - olho ou face, dependendo do contexto
Ojù àse - força nos olhos
Ojugbede - sacerdote chefe do Orixá do ferro Ògún em Ilé Ifè
Ojubona - professor
Ojú - óòri - sepultura, túmulo
Ojú ònà - caminho, estrada
Oku - cadáver, defunto
Okun - o oceano
Olé - ladrão
Olórí - chefe
Olosa - Orixá da laguna
Oluwo - chefe adivinhador de Ifá do conselho masculino dos anciãos
Omi - água
Omi ayé - as águas da terra
Omi - tútù - água fria
Omira - sangue menstrual
Ònà - estrada, caminho
Oníbàárà - cliente
Oníbode - porteiro
Onílé - guarda da casa
Oni're - nome em louvor para o Orixá do ferro Ogun, que significa "chefe da cidade de Ire"
Onísé - trabalhador
Òòsà - o mesmo que Orixá
Òòsàoko - Orixá da fazenda
Opèlé - corrente usada pela divindade Ifá, significa: " enigma da palmeira "
Òpin ìsìn - o fim do ritual
Òpópó - rua
Òpùrò - mentiroso
Orílè - nome de uma nação
Òrisà bi - esposa de Orungan
Òtitó - verdade
Otu - sacerdote que faz oferendas em nome do Rei (Oba)
Owó - dinheiro
Oyin - mel
Oba obìnrin - Rainha mãe
Ode - caçador
Òdúndún - erva medicinal
Ofà - flecha
Ofò - feitiçaria
Oka - cobra
Okòn - coração
Olona - nome em louvor ao Orixá Ogun que significa: "proprietário da estrada"
Olòwò - sábio mais velho
Omo - criança
Omodé - criança jovem
Ònà - estrada
Òòni - O Rei da nação Yorubá
Ope - palmeira
Osán - fruta
Òsányìn - Orixá das ervas e dos medicamentos
Òsè - semana ritual de quatro dias
Òsóòsì - orixá da caça

Letra P

Pàdé - encontrar
Pákí - farinha de mandioca
Pákórò - ritual noturno nos funerais
Paré - desaparecer, ser destruído
Pari - completar
Pariwo - gritar
Pèlé - marcas na face. Caracteriza as famílias
Peleke - aumentar
Pín - dividir, repartir
Pitan - contar historias
Pòòkò - copo feito de uma casca de coco
Pupa - vermelho
Putu - bom

Letra R

Rà - comprar
Rá - engatinhar
Rári - rapar a cabeça, o primeiro degrau da iniciação
Rèrè - coisas boas, boa fortuna
Réin - rir
Riri - tremer de medo
Ròjo - chover
Run - perecer, sucumbir

Letra S

Sáà - estação, determinado espaço de tempo
Sàn - estar bem
Sánmò - céu
Sanra - estar gordo
Sè - cozinhar
Sééré - chocalho, sagrado para o Orixá Sàngó
Sinsin - descansar
So - amarrar
Sódé - fora
Sòrò - falar
Sun - dormir
Sunkun - chorar
Sánku - morte prematura
Ségègé - tirar a sorte, fundição de certas formas de adivinhação
Sèké - mentir
Sòkoto - calças
Sòtito - ter fé

Letra T

Tà - vender
Táìwo - o primeiro gêmeo a nascer
Táláká - pessoa pobre
Téfá - iniciação Ifá
Tanná - acender a luz
Tara - pequena pedra
Te - estabelecer
Tè - pressionar
Té - espalhar
Telé - seguir
Tímótímó - pequeno
Tìnùtìnù - sincero
Titi - até
Tóbi ode - caçar
Túndé - renascer
Tutu - frio

Letra W

Wà - ser
Wádi - fazer perguntas
Wejeweje - coisas boas
Were - jovem
Wo - relaxar
Wo'gun mérin - os quatro cantos do mundo, as quatro direções
Wolé - entrar
Woléwòdè - entrar e sair
Won - então
Wípé - dizer algo
Wó - o qual
Wòran - assistir
Wodi - investigar

Letra Y

Yá - inundar
Yà - virar para o lado
Yalayala - gavião, rápido, veloz
Yàn - escolher
Yanran - bom
Yara - quatro
Yára - ser rápido
Yesi - quem
Yeye - mãe
Yewere - sem valor, indigno
Yèyé - bobagem
Yi - isto
Yibi - grandeza
Yio - desejo
Yo - aparecer

Letra X

Xaorô - Tornozeleira de palha da costa usada durante o recolhimento para o processo de iniciação.
Xarará - Instrumento simbólico do Orixá Obaluaiyê
Xê - Fazer
Xirê - Festa, brincadeira

SINCRETISMO RELIGIOSO


- fusão de diferentes cultos ou doutrinas religiosas, com reinterpretação de seus elementos;
- fusão de elementos culturais diversos, ou de culturas distintas ou de diferentes sistemas sociais. (Dicionário Houaiss)

Palavra originada do grego significa sistema que consiste em conciliar os princípios de várias doutrinas ou filosofias; é a associação de valores espirituais de uma determinada religião com os valores espirituais de outra determinada religião.

Definição dada pelo Caboclo Sete Espadas:

“Fenômeno mistico-religioso que visa tornar inteligível um Culto que possa ser praticado por vários povos ou grupos étnicos, que até o momento tinham rituais e concepções diferentes. É um mal necessário, pois se formos analisar profundamente o Sincretismo vamos ver que ele faz com que vários Cultos se identifiquem em um só Culto (…)”.

A Umbanda apresenta sincretismo com diversas religiões, mas não se fundindo com elas.

A Umbanda utiliza-se da imagem de santos cultuados pela Igreja Católica por um fato histórico-cultural, na medida em que os negros que chegavam ao Brasil como escravos, oriundos das diversas tribos africanas, traziam em seu interior a crença nos Orixás, porém não podiam manifestá-la pelo preconceito de seus senhores, que consideravam tal culto heresia e feitiçaria.

Na África, seu culto fazia-se com o contato direto com a Natureza, cada Orixá sendo cultuado em seu elemento. O negro africano cultuava sua crença através de seus Otás (pedra). Cada Orixá tem a sua pedra (as) e a forma encontrada pelos negros escravos foi associar a imagem do santo católico mais representativa da força desses Orixás, colocar seus otás dentro destas imagens e reverenciar sua crença sem tê-la reprimida por seus senhores.

A partir desse momento, dava-se início ao sincretismo dessas duas religiões, já que a correspondência de Santos Católicos com os Orixás africanos era a única maneira dos negros escravos escaparem dos castigos e perseguições dos seus senhores e de religiosos que tentavam difundir o catolicismo, impondo a crença com as suas representações católicas.

Os Senhores achavam graça no sincretismo e, considerando os africanos ignorantes, consentiam na prática bem disfarçada de seus cultos. E assim, graças à inteligência dos sacerdotes africanos, as suas antiqüíssimas e sábias idéias religiosas puderam sobreviver até hoje, apesar da intolerância de uma ou outra autoridade policial atrasada.

Por isso, encontramos até hoje, as casas de culto de Umbanda utilizando-se dessa representação sincrética, não pela necessidade do culto à imagem, mas sendo admitida pelos zeladores de santo para que os filhos de santo e frequentadores da casa tenham uma imagem para direcionar suas súplicas e pedidos já que para alguns, dirigir seus pedidos a energias da natureza, forças oriundas do ar, da água, da terra ou do fogo, é de difícil compreensão por seu componente abstrato e impalpável. Até porque, não existe imagem representativa dos Orixás na Umbanda, razão pela qual se permite a utilização dos Santos católicos nos Congás, havendo o respeito tanto ao Orixá representado pela imagem, como respeito ao santo cultuado pela mesma.

Ressalte-se que em havendo tal sincretismo, este só demonstra mais ainda o caráter universalista da crença umbandística, que resguarda e respeita a qualidade de espíritos superiores que vêem à Terra em missão de esclarecimento. Se há a utilização das imagens de outra doutrina nos congás de umbanda, isso se dá pela crença e respeito a todos esses espíritos mensageiros e representantes da força divina no plano terreno.

A Umbanda é um celeiro de fé e nela cabem todas as espécies de crenças que possam nos levar ao objetivo maior de amor e caridade pregado pelas nossas entidades.

O africano não abandonou as suas crenças religiosas. Simplesmente, procurou acomodar-se a situação e o processo mais inteligente foi exatamente o de comparar as qualidades dos seus Orixás com as dos Santos católicos. Tomaram como base o Santo mais adorado do lugar: daí, algumas alterações verificadas no sincretismo, especialmente na Bahia e no Rio de Janeiro.

EXEMPLOS:

No Rio de Janeiro

OXALÁ ALUFÃ = Senhor do Universo 
OXALÁ GUIAN = Jesus Cristo 
YEMANJÁ = Nª.Srª. da GLÓRIA (15 de Agosto) 
OXUM = Nª.Srª. da CONCEIÇÃO (8 De Dezembro) 
OXUM Cobra Coral = Nª.Srª. de NAZARÉ 
YANSAN = Santa Bárbara (4 de Dezembro) 
XANGÔ = São Jerônimo (29 de Setembro) 
XANGÔ OBOMI = São João (24 de Junho) 
NÃNÃ = Santa ANA 
OMOLU = SÃO LÁZARO 
OXOSSI = São Sebastião (20 de Janeiro) 
OGUM = São Jorge (23 de Abril) 
IBEIJI = São Cosme e São Damião (27 de Setembro) 
EXU = Santo Antônio da Penha (13 de Junho). 

Na Bahia

OXALÁ = N.Senhor do Bonfim 
YEMANJÁ = Nª.Srª. da Conceição 
OXUM = Nª.Srª. das Candeias e Nª.Srª. Aparecida 
YANSAN ou OYÁ = Santa Bárbara 
XANGÔ = São Jerônimo 
OXUMARÊ = São Bartolomeu 
NÃNÃ = Santa Ana 
OMOLU ou OBALUAIÊ = São Lázaro e São Roque 
LOCUNÊDÊ = Santo Expedito 
OXOSSI = São Jorge 
OGUM = Santo Antônio.


Como se vê, a diferença mais notável é quanto a Oxossi e Ogum. Enquanto no Rio, Ogum é equiparado a São Jorge, na Bahia é Santo Antônio. Oxóssi que, no Rio, é São Sebastião, na Bahia é São Jorge.


Yemanjá e Oxum são comparadas a Nossa Senhora, sob diversas invocações. Os Nagôs, ao que parece, consideram Oxum "faceira e vaidosa", concepção que diverge da adotada no omolocô do Rio, para o qual Oxum é o símbolo da "dona de casa".

Onde há convergência é quanto a Deus, Senhor do Universo, e quanto à Jesus. Nesse ponto, todas as religiões coincidem. Só há um DEUS e um só FILHO DE DEUS. DEUS é DEUS. Tem ELE, na Umbanda, os nomes de Zambi, Olorum.
  
Enquanto os santos católicos e os orixás são entidades espirituais diferentes, Jesus Cristo é a mesma pessoa de OXALÁ GUIAN (ou OXAGUIAN).


O sincretismo se faz entre Divindades, assim, não há sincretismo entre as Entidades, tais como Caboclos, Pretos-Velhos ou Crianças, ainda que seja comum vermos Pais Franciscos, Antonios, Ciprianos e tantos outros, mas que nada têm de sincrético com os santos de mesmo nome.


A Umbanda apresenta sincretismo com o Candomblé, não se confundindo com esse, no entanto. Ambas são religiões com base em um culto ancestral africano, com crença em Orixás africanos, mas cada um encontra seu diferencial na forma de manifestação de sua crença.

Historicamente, o Sincretismo já existia em outras religiões, como exemplo, a católica que incorporou em seu surgimento, deuses romanos como santos, rituais pagãos como sacramentos, hierarquias não religiosas, etc.

Na própria África, onde os negros cultuavam suas centenas de Orixás, havia já o sincretismo, pois cada Orixá era ligado com algo material e tangível.

Quando estes negros foram trazidos de diversas partes da áfrica, provenientes de diversos povos (Haussas, Tapas, Mandingas ou Mandes, Fulas, Yorubanos ou Nagôs, Minas, Gege  Congos ou Cambindas, Angolas, Benguelas, Cassangues, Mocambiques e outros), aportaram no Brasil e em todo o continente americano, na condição de escravos.


Os negros eram vendidos separadamente, para diminuir os riscos de uma rebelião ou tramas de fuga. Isso enfraquecia os negros, dificultando a pratica de um Culto em função de varias línguas falado numa mesma senzala.


Apesar destas dificuldades, os valores religiosos dos negros eram intensos e com a chegada, nos vários lotes de escravos, de adivinhos, médicos-feiticeiros e sacerdotes, estas dificuldades foram sendo eliminadas.

Eles, por serem mais ligados aos ritos africanos, souberam, ao longo do tempo, unir de maneira adequada, os negros de varias etnias e línguas, naquilo que tinham em comum, a crença nos Orixás, Inkices ou Voduns. Sem dúvida que esse foi o primeiro sincretismo religioso do negro no Brasil, pois eram obrigados a cultuar os Orixás comuns, eliminando as outras dezenas de Orixás não afins.

Com o Espiritismo, doutrina que se difundiu com os ensinamentos de Allan Kardec, a Umbanda apresenta não sincretismo, mas semelhanças, bem como diferenças na forma de manifestação das entidades que atuam em cada religião.

As semelhanças podem ser resumidas em:
- Monoteísmo; 
- Embasamento moral primário na mensagem deixada no Cristianismo; 
- Crença na reencarnação; 
- Crença na idéia de causa/efeito, karma, lei do retorno;
- Crença na evolução do espírito/alma;
- Crença na possibilidade de comunicação mediunica;
No mais, são bem diferentes.
A Umbanda é essencialmente ritualística, enquanto o Espiritismo é essencialmente despido de rituais.
A Umbanda tem como foco principal a doutrinação do encarnado, enquanto o Espiritismo tem um trabalho bem grande na doutrinação do desencarnado.
A Umbanda transmite conceitos e conhecimentos na oralidade, enquanto o Espiritismo é todo literário.

sábado, 25 de maio de 2013

Lenda da Cigana, entidade encantada onde é tanto cultuada no Candomblé, Umbanda e o povo cigano em particular.


A cigana tem grandes poderes vibratórios, dona do baralho de adivinhação (tarô ou baralho cigano). Essa entidade possui vários nomes sendo alguns deles: Cigana da Estrada,  Cigana das Almas, Praia Cigana, das Matas, Cigana dos Caminhos, Cigana das Encruzilhadas, Cruzeiro, da P
edreira, Cigana do Lago ,  Calunga Cigana Luz,  da Lua, do Oriente, Cigana das Rosas, Cigana Encantada

Era uma vez uma terra, lá nas bandas do Oriente... Nessa terra, o sol demorava muito a chegar e também demorava muito a partir... Era uma terra privilegiada, onde existiam as mais belas flores e os mais saborosos frutos, inúmeros rios e árvores especiais. Essa terra ficava entre dois rios. Um corria para o norte, e a água era fria; o outro corria para o sul e a água era quente. Dessas águas quentes, um dia se espalhou um povo pelo mundo. E isso aconteceu por conta de uma perseguição...



Havia um rei chamado Quivir, que tinha uma tropa dos mais destemidos e valentes beduínos do mundo...
Ele não era um mau rei, mas um pouco egocêntrico demais, por vezes perdia-se com o seu orgulho. Um dia, esse rei foi acometido por uma dor de cabeça fortíssima. Parecia que iam romper os nervos, a dor era lancinante e persistia por vários dias...

Significado do Baralho cigano e a Cartomancia
Os magos foram consultados, bem como os curandeiros do país. O rei ofereceu sumptuosa quantia a quem o livrasse de tão nefasto mal que punha em risco o seu cargo de dirigente do país. Todos os magos eram unânimes em afirmar que a doença misteriosa do rei não tinha cura. E o tempo passava...Um mago ambicioso, ao saber da recompensa, resolveu agir... Seus olhos brilhavam cobiçosos quando, depois de examinar cuidadosamente o rei, sentenciou:


- Majestade! Já sei o motivo de tal dor, o que a causa e qual a solução! Permita-me dizer, ó senhor de todas as coisas! – a sua atitude falsa não foi percebida pelo aflito rei,nem pela sua corte de magos.


- Diz! Reafirmo que te recompensarei regiamente se me disseres! - ele estava desesperado.- O que causa a sua infinita dor, ó Rei, é uma víbora que se alojou na sua cabeça! Trata-se de um gênio mau, que tomou a forma ofídia para lhe causar transtornos! E não há como livrá-lo de tão nefasta presença!

- o mago falava com entoação profética.- O que farei, mago? Saberias dizer-me como domar esse gênio das trevas?- Essa serpente acalmar-se-á se, todas as semanas, o senhor beber o sangue do homem mais forte e mais inteligente deste país, e comer o coração da jovem mais formosa e mais cheia de graça! Só através desse sacrifício será possível aliviar as suas dores!O rei era muito desconfiado, e, da mesma forma que todos os magos, que já estavam invejosos e irritados com o rival, não acreditou logo nisso e disse que só pagaria a recompensa se sentisse uma melhora na terceira semana.

O mago concordou e assim foi feito. A notícia espalhou-se rapidamente e uma macabra eleição foi feita para que se decidisse quem era o guerreiro mais forte e mais destemido, e quem era a beldade que o acompanharia ao sacrifício que devolveria a saúde do insano rei. Sabe-se lá como, depois do bizarro ritual, as dores do rei cessaram, e todas as semanas um casal era sacrificado.


- Comida Cigana -

Os pais escondiam os seus filhos, mandavam-nos para longe, na tentativa de fugir de tão desumana tirania. Com o tempo, as pessoas que estavam na mira dessa situação não se conformavam em ter uma morte tão indigna e tão estúpida. Fugiam dessa terra abençoada... Uns iam para a região da neve, subindo. E outros desciam para as regiões de deserto, ao sul... E com o tempo, iam-se encontrando e formando grupos, era a elite daquela terra abençoada, mas estragada por um mau rei...

Esses grupos eram a nata,formado pelos homens mais valentes e mais inteligentes, e pelas mulheres mais encantadoras... Seguindo e viajando, sempre fugindo de Quivir, esses fugitivos deram origem aos povos ciganos, que, como se dizia na Pérsia Antiga, eram os bactiares , cujo nome significa: "os que buscam a sorte".

sexta-feira, 10 de maio de 2013

OBRIGAÇÕES NA UMBANDA



O que é uma OBRIGAÇÃO?

É a confecção de um ponto de atração e ligação entre um ser encarnado e uma Força Superior (um Orixá). Na Umbanda essas ditas Obrigações, são preparadas com elementos naturais, fazendo desta forma uma alquimia, tal que, determina a Freqüência do Orixá desejado.
Qual é a melhor forma de determinar esta dita freqüência?
Pelo conhecimento detalhado de cada Orixá, a sua força, seu atributo, seu Oti (bebida), suas ervas, seu Amalá (comida), chegaremos à um determinado modo de fazer este Orixá vibrar.

As Obrigações se dividem em:

Feitura do Santo 
Reforço do Santo 
Emergenciais 

As obrigações da feitura e do reforço são idênticas, já nas emergenciais, mudam de aspecto.
As obrigações da Feitura de Santo, como o próprio termo está dizendo, é preparado e entregue quando o filho é feito no Santo, só e exclusivamente nesta ocasião.
Pelo menos uma vez ao ano, na data dos Orixás, o filho deverá fazer um reforço ou agrado das obrigações de feitura.
As emergenciais só deverão ser usadas em casos realmente de emergência (caso de uso de anestésicos em operações, assédios espirituais e possessões) e com a aquiescência e anuência de uma Coroa Maior.
As Obrigações na Umbanda devem ser feitas na seguinte ordem após o Amací, o Batismo e a Confirmação:
1º OBRIGAÇÃO DE EXU com o fito de resguardo do filho de ataque de inimigos esporádicos. Após a de Exu, deverão ser feitas as obrigações dos demais Orixás (quer masculinos, quer femininos) exceto os do Eledá (Pai e Mãe de cabeça dito Pais pequenos) que ficarão por último e que serão efetuados quando da feitura da pré-camarinha, nos filhos que não terão comando de terreiro e na Camarinha aos que se destinam ser Chefes de Terreiros (Babalorixá). Por terem os filhos de terreiro feito as obrigações de feitura (exceto a do Eledá), é que se torna imprescindível o reforço anual das obrigações já efetuadas. Quanto ao Eledá fica inteiramente à critério de cada filho fazer-lhes um AGRADO a contento.
A condição de ter o filho feito obrigações para os diversos Orixás do Panteon durante a sua feitura não determina necessariamente que tenha guias (colares) deste ditos Orixás. Esse colares (Guias) devem ser pedidos pelas Entidades trabalhadoras e responsáveis durante o tempo da espera da Pré-camarinha ou Camarinha, porém, a cada guia nova corresponde a um novo reforço.
forma material de magnetização, em determinado local, de frequências adequadas à proteção do ambiente.

FIRMEZAS 
Firmezas são, toda e qualquer forma material de magnetização, em determinado local, de freqüências adequadas à proteção do ambiente.
As firmezas se dividem em três grandes grupos, à saber:
• Interna 
• Externa 
• Contra terceiros 

FIRMEZA INTERNA 
 É toda aquela que é feita no interior do recinto de trabalho, à saber:
1. Firmeza do Stadium (terreiro) - Ponto feito à esquerda (entrada) e outro à direita (saída) 
2. Firmeza do Pegi (material e espiritual) 
3. Firmeza dos trabalhos (Defumador) 

FIRMEZA EXTERNA 
É toda aquela destinada a barrar fora do terreiro as influências espirituais negativas.
1. Cruzeiro das Almas 
2. Casa dos Empregados (Exus em geral) 
3. Tronqueira (firmeza para os Exus da casa) 

FIRMEZA CONTRA TERCEIROS
Para evitar interferência espiritual de terceiros (visitantes, vizinhos, etc..)
1. Portas e Janelas 
2. Assistência 
3. Ambiental 

Firmeza Interna - Colocada no Peji, 1 (um) copo com água (calunguinha) e uma vela; para não permitir a entrada de cargas negativas e também firmeza para o Anjo de Guarda dos participantes. Além disso tem também a Quartilha e a firmeza dos Orixás (o atabaque), que os representa.
Firmeza externa
Rua - Entrada - A tronqueira situa-se do lado esquerdo do portão principal, de quem entra em um terreiro e destina-se à magnetização de frequências especiais, para que o Empregado da casa possa dar a sua parcela de trabalho, tomando conta de quem entra. Neste local, normalmente são colocados os pontos riscados do Exú da casa, copos e/ou taças com as bebidas preferidas e velas, para iluminar a vigilância dos sentinelas.
Firmeza contra terceiros - É distribuída e praticada, desde a tronqueira, até o Peji, a saber: Portas, janelas, entrada e saída do Stadium, todas firmadas pelo Chefe do Terreiro (Babalorixá/Ialorixá) antes da abertura inicial dos trabalhos do terreiro.
Firmeza da Assistência - É feita através do Defumador e serve para magnetizar todos numa freqüência positiva e uníssona. Por isso não se deve entrar num terreiro depois de começados os trabalhos.
Firmeza Ambiental - É feita em partes iguais, pelo defumador, pelo calunguinha do Pegí e pelo cruzeiro das almas.

GUIAS (colares) 
A Guia (colar) é um ponto de referência e atração entre a Entidade e o médium. Ela é preparada para que haja maior facilidade de comunicação, ou um elo mais firme entre a Corrente de Vibração do Astral Cósmico e a Corrente de Vibração material dos médiuns.
A Confecção da guia, obedece quanto ao número de contas, uma das três séries, à saber:

Série de 7: Médiuns em preparação e etc...
Série de 5: Médiuns que terão subcomandos
Série de 3: Médiuns que terão Comando

Na série de 7
Estão incluídos os médiuns em preparação (desenvolvimento) e também os que, embora suas Entidades já tenham permissão para dar passes, consultas e participem de determinados trabalhos, jamais poderão alcançar as séries superiores, pois que assim está pré determinado em seu Carma.
Nesta série, as guias constam de 7 contas brancas, alternadas por uma conta da cor do Eledá, que de acordo com os méritos e a evolução, se acrescentará uma conta do Eledá, retirando uma branca, a cada ano, até perfazer 7 contas de cor e 1 branca.

Na série de 5
Os médiuns preparados para subcomandos ou para substituí-los à saber: Iaba, Mão de Faca, Mão de Ofá, e Ogã Calofé.
Nesta série as guias constam de 5 contas brancas, alternadas por uma conta da cor do Eledá, que de acordo com o mérito, se acrescentará uma conta do Eledá, retirando uma branca, a cada 3 anos, até perfazer 5 contas do Eledá e 1 branca.
Na série de 3 estão incluídos todos os médiuns que tiverem por Carma, que ser preparados para comando: Cambone de Ebó, Pai ou Mãe Pequenos, subchefe e Chefe de Terreiro (Babalorixá ou Ialorixá).
Nesta série, as guias constam de 3 contas brancas, alternadas por 1 da cor do Eledá, que de acordo com os méritos, se acrescentará uma conta do Eledá, retirando 1 branca, a cada 7 anos, até perfazer 3 contas do Eledá e 1 branca.
O mérito para o acréscimo nas guias, é sempre determinado pelo Comando do Terreiro, ou seja pelo Guia Chefe do Terreiro (ou Orientador), os subchefes Espirituais; nunca pela própria Entidade incorporante, no referido médium.

O Médium
No decorrer do seu preparo, deverá receber as seguintes guias (colares).
1. Guia de Oxalá: Dada ao médium como segurança, após o seu Amacís e Batismo na Lei
2. Guia do Obreiro: Dado ao médium em consonância com a Entidade que ficará responsável pelo médium.
3. Guia do Capangueiro: Dado ao médium, com autorização da Entidade (acima) responsável pelo mesmo, afim de elo de ligação entre o médium e o empregado (Exu) da dita Entidade.
4. Guia de Orixás: Guias de referência aos Orixás que mais influem no médium . (1º Adjutor e Adjutor Auxiliar).
5. Guias do Eledá: Guias com contas da cor do Eledá.

A - Pai de cabeça
B - Mãe de cabeça

ERVAS 
Na Umbanda, utiliza-se Litúrgica e Ritualisticamente, as ervas de nossa flora, para amacís, imantações, banhos de descarga, etc... As plantas dos Orixás se dividem em 3 grupos primordiais, à saber: POSITIVAS, NEGATIVAS e NEUTRAS.

As plantas Positivas, Neutras e Negativas, são assim catalogadas, conforme a fase lunar da colheita.
A. Positivas - deverão ser colhidas na fase crescente ou cheia
B. Neutras - deverão ser colhidas na fase nova
C. Negativas - deverão ser colhidas na fase minguante
Entretanto a sua polarização final vai sempre depender das seguintes condições explícitas:
1. Vibração de quem vai usá-la
2. Vibração das demais ervas utilizadas
3. Vibração da intenção com que serão usadas

POSITIVAS: São ervas que, quando usadas, só positivam, não podendo ser intrinsecamente usadas para outro tipo de trabalho.

NEUTRAS: São todas as ervas que servem para, material ou espiritualmente, neutralizar o efeito de outras ervas, o efeito de doenças, assim como o efeito de vibrações negativas e/ou positivas.

NEGATIVAS: São ervas usadas explicitamente para negativar.
A erva é sempre positiva quando colhida nos dois primeiros dias da lunação respectiva, a dita erva torna-se neutra quando colhida nos 3o, 4o e 5o dias da lunação, e negativa quando colhida nos 6o e 7o dias da lunação. Diz-se Dia de Lunação, porque as ervas devem ser colhidas da 6hs às 18hs, portanto sob o efeito dos raios solares (apesar de regidas pelas fases da lua). Jamais deve-se colher uma erva antes das 6hs ou depois das 18hs, como também, nunca se deve plantar qualquer erva no mesmo período.
As ervas devem ser usadas de três formas diferentes:
A. Para efeito medicinal
B. Para efeito Litúrgico
C. Para efeito Ritualístico
A) Para efeito medicinal, as ervas podem ser usadas como:
I. Como tratamento preventivo
II. Como tratamento normal da doença
III. Como abortivo rápido e definitivo da referida doença
I) Para uso preventivo, as plantas devem ser colhidas nos 1o e 2o dias da lunação respectiva.
II) Para uso no tratamento normal da doença, as plantas devem ser colhidas nos 3o, 4o e 5o dias da lunação respectiva.
III) Para uso como abortivo, as plantas devem ser colhidas sempre no 6o e 7o dias da lunação respectiva.
B) Para efeito litúrgico, as ervas podem ser usadas como:
I. Como imã, para atrair as vibrações do Orixá desejado.
II. Como neutralizante entre duas forças ou Orixás.
III. Como ação repulsiva ao Orixá não desejado.
I) Como imã, as ervas devem ser colhidas nos 1o, 2o e 3o dias da lunação respectiva.
II) Como neutralizante, as ervas devem ser colhidas nos 3o, 4o e 5o dias da lunação respectiva.
III) Para efeito repulsivo, as ervas devem ser colhidas nos 6o e 7o dias da lunação respectiva.
C) Para efeito ritualístico, as ervas podem ser usadas como:
I. Como afirmação ou concordância de efeito Litúrgico.
II. Como equilíbrio entre as forças vibratórias implantadas durante a ação litúrgica.
III. Como discordância com as forças imantadas.
Entende-se por força imantada, toda a vibração atuante no Ser, mesmo que seja à revelia do mesmo.
I) Como confirmação, as ervas devem ser colhidas nos 1o e 2o dias da lunação respectiva.
II) Como equilíbrio, as ervas devem ser colhidas nos 3o, 4o e 5o dias da lunação respectivo.
III) Como discordância (descarga), as ervas devem ser colhidas nos 6o e 7o dias da lunação respectiva.

RELAÇÃO DAS ERVAS POR ORIXÁS

LINHA DE OXALÁ: Arruda, arnica, laranja-da-terra (folhas), hortelã, poejo, girassol, vassoura-branca, erva-de-oxalá, erva-cidreira, alecrim-do-campo, levante, alecrim miúdo, bambu (folhas), erva-quaresma.

LINHA DAS SENHORAS: Lágrimas-de-nossa-senhora (folhas), mastruço, rosa branca (folhas), pariparoba, orirí-de-oxum, erva-de-sta-luzia, espada-de-sta-bárbara, trevo (folhas), quina roxa, abóbora-d'anta, vitória-régia, açucena, erva-de-sta-bárbara, malva-rosa, suma-roxa.

LINHA DE IBEJI: Amoreira (folhas), alfazema, salsaparrilha, manjericão, ipecacuanha, anil (folhas), capim-pé-de-galinha, arranha-gato.

LINHA DE XANGÔ: Limoeiro (folhas), erva-lírio, café (folhas), saião (folhas), erva-de-são-joão, abre-caminho, quebra-mandinga, erva-de-xangô, quebra-pedra, ruibarbo, louro, aperta-ruã, maria-nera, erva-moira, maria-preta, erva-de-bicho.

LINHA DE OGUM: Comigo-ninguém-pode, espada-de-ogum, lança-de-ogum, flecha-de-ogum, cinco-folhas, jurupitã (folhas), jurubeba (folhas), musgo (marinho), ipê (folhas), losna, romã (folhas), sabugueiro, erva-de-coelho.

LINHA DE OXÓSSI: Picão-do-mato, cipó-caboclo, barba-de-milho, mil-folhas, funcho, fava-de-quebranto, gervão-roxo, tamarindo (folhas), alecrim-do-mato, boldo, malvarisco, sete-sangrias, unha-de-vaca, azedinha, chapéu-de-couro, grama-barbante.

LINHA DAS ALMAS: Café (grão), guiné (erva-pipi), arruda (folhas), cambará, sete-folhas, aroeira (folhas), erva-grossa, vassoura-preta, cravo-de-defunto, mal com tudo, cipó-cabeludo.


Dez maneiras de Amar a Nós mesmos

01 - Disciplinar os próprios impulsos.
02 - Trabalhar, cada dia, produzindo o melhor que pudermos.
03 - Atender os bons conselhos que traçamos para os outros.
04 - Aceitar sem revolta a crítica e a reprovação.
05 - Esquecer as faltas alheias sem desculpar as nossas.
06 - Evitar as conversações inúteis.
07 - Receber no sofrimento o processo de nossa educação.
08 - Calar diante da ofensa, retribuindo o mal com o bem.
09 - Ajudar a todos, sem exigir qualquer pagamento de gratidão.
10 - Repetir as lições edificantes, tantas vezes se fizerem necessárias, perseverando no aperfeiçoamento de nós mesmos, sem desanimar, e colocando-nos a serviço do Divino mestre, hoje e sempre.

A palavra médium muitas vezes é mal interpretada, pois muitos a confundem com conceitos errados e acham até coisas de “outro mundo”, condenando até algumas pessoas de se expressarem com estes dons. Na verdade Ser Médium é ser antes de tudo Transmissor e Receptor. 
Temos um bom exemplo no rádio, que recebe as ondas em forma de freqüência e que as transforma e transmite em forma de som para que todos possam ouvir. A televisão é um exemplo mais amplo ainda, pois além do som, transmite ainda as imagens. Nem o radio e nem a televisão são donos das freqüências em forma de onda que recebem e transmitem. Estes objetos são nada mais que receptores e transmissores de alguma coisa, que no caso são as ondas em formas de freqüências.
Pois bem, o médium tem um papel similar a estes objetos, analisando-se por comparação, pois o ser humano quando usa sua mediunidade para algum tipo de comunicação, está sendo naquele momento o canal de ligação entre o mundo espiritual (recebendo a comunicação) e o mundo material (transmitindo a comunicação).
Parece fácil, se levarmos em consideração que este dom pode ser desenvolvido por qualquer ser humano. 
Sabemos que a Dualidade está presente em nosso mundo e assim sendo, junto com ela está o lado ruim que sempre insiste em estar presente e é por este motivo que existe a necessidade de estarmos atentos. Quando falo Dualidade, me refiro a ambos os lados, ou seja, tanto no Material como no Espiritual.
Estar atento significa estarmos em equilíbrio conosco mesmo, pois costumo dizer aos meus amigos: “Tudo que é demais não presta” e por melhor que seja ou pareça ser, nos fará mal. O equilíbrio tem que estar constante em nossa vida, em todos os sentidos possíveis: social, espiritual, esportivo, familiar, moral, etc...
Pois para darmos algo a alguém, ou servirmos de canal, antes de tudo temos que estar muito bem conosco mesmo, porque senão atrapalharemos e influenciaremos nas comunicações, sendo o elo e este elo sempre tem que estar forte. Se houver problemas no elo, ambos os lados da comunicação sofrerão conseqüências.

Ser Médium parece bonito, bom e fácil, mas naquele momento de comunicação existe um desgaste natural de energias (um vai e vem) onde as nossas próprias energias estão no jogo e não é difícil de se deduzir que se não houver o preparo e o equilíbrio, nós, mais do que ninguém, sentiremos um abalo em nossas estruturas (material, energética, mental e espiritual).
Diria que um bom Médium deve praticar 24 horas seu dom, seja ele qual for, pois bem sabemos que a mediunidade pode se expressar de varias maneiras.
Será que 24 horas é muito?
Praticar a caridade é a melhor forma de abrirmos nossos canais para as boas energias e boas comunicações e digo que esta pratica nos fortalece e engrandece muito. Quanto mais doamos, mais recebemos...
Não nos esqueçamos de um ponto muito importante:
Quando exercitamos a nossa mediunidade para servir de elo ou instrumento para um ser espiritual (entidade, mentor, guia, protetor, etc...) são eles que atuam por nosso intermédio e ajudam as pessoas e portanto não somos donos deste poder... e é muito comum se escutar por ai: meu guia fez isto, eu fiz aquilo, etc....

Resumindo:
A humildade é a principal característica de um Bom Médium...
Pratique a Caridade...
Seja Honesto...
Teremos que prestar contas de nossos atos...
Ame e viva a vida...

Seja um Bom Médium.


quinta-feira, 2 de maio de 2013


Oferenda para Exù.
Material: Farinha; Azeite de dendê; Mel de abelha; Farinha de milho branco; Fígado, coração e bofe de boi; Cebola; Camarão seco socado; Um alguidar.
Modo de fazer: Faça uma farofa com dendê, uma com mel e uma com água, separadamente. Faça o acaça branco cozinhando a farinha de milho em água, deixe a massa bem consistente, depois coloque em um pedaço de folha de bananeira e enrole. Deixe esfriar. Corte os miúdos de boi em pedaços pequenos e coloque para refogar com dendê, cebola, um pouco de sal, o camarão e rodelas de cebolas. Coloque as farofas no alguidar sem misturar muito, ponha o refogado de miúdos sobre a farofa e coloque o acaça no centro. Oferece-se para Exú pedindo o que se quer. Coloque em uma praça bem movimentada.

Oferenda para Ògùn.
Material: 1 inhame; Azeite de dendê; Mel de abelhas; 1 palma de dendezeiro (mariwo), pode ser de coqueiro caso não ache o dendezeiro; 1 vela branca.
Modo de fazer: Asse o inhame. Retire os talinhos das folhinhas da palma do dendezeiro. Depois que o inhame esfriar monte-o enfiando os talinhos em toda o corpo do inhame, escreva o nome da pessoa que se deseja ajudar em um prato branco e coloque o inhame em pé sobre o nome, coloque o mel e um pouco de dendê sobre o inhame e os talinhos . Pede-se o desejado à Ogum. Coloque próximo ao portão da casa que se fez a oferenda.

Oferenda para Osòssì.
Material: 1 milho verde com casca; Milho vermelho em grãos; melado de cana; Coco; 1alguidar.
Modo de fazer: Cozinhe o milho vermelho e coloque dentro do alguidar, desfie a palha do milho verde deixando apenas o milho descoberto e as palhas desfiadas penduradas, desfiar sem arrancar a palha do milho. Corte o coco em fatias finas e enfeite sobre o milho cozido, coloque o milho verde em pé sobre o coco, apontado para cima e com as palhas escondendo os grãos e o coco que ficarão em baixo. Coloque em cima da casa ou em um lugar alto pedindo à Oxóssi o que se quer.

Oferenda para Osànyin.
Material: Batata doce; Cebola; Azeite de dendê; 1 alguidar
Modo de fazer: cozinha-se a batata-doce apenas em água. Depois, descasca-se e amassa-se feito purê. Aí, mistura-se num refogado de cebola ralada com azeite de dendê e coloca-se tudo no alguidar. Coloque próximo a plantas e faça seus pedidos.

Oferenda para Ómòlù
Material: Milho de pipocas; Areia de praia; 1 alguidar; 1vela branca.
Modo de fazer: Este é o prato mais comum oferecido à Obaluaye ou Omolú. Coloque a areia de praia em uma panela e deixe esquentar, depois de quente coloque o milho de pipoca para estourar nesta areia. Quando estiver estourado, coloque o milho no alguidar e está pronta a oferenda, faça seus pedidos à esse grande Òrìsà.

Oferenda para Sàngò.
Material: 12 quiabos; mel de abelhas; azeite de oliva; água; 1 tigela branca.
Modo de fazer: Corte os quiabos em rodelas finas, coloque na tigela com água, ponha um pouco de mel e um pouco de azeite por cima e mexa com as mãos até que se forme uma baba viscosa, enquanto estiver amassando com as mãos vá pedindo o que se quer à Xangô, Depois coloque em um lugar alto .

Oferenda para Osùmarê.
Material: Feijão fradinho; Milho vermelho em grãos; Cebola; Azeite de dendê; 1 prato colorido.
Modo de fazer: Cozinha-se o feijão fradinho em água. Separadamente, cozinha-se o milho vermelho também em água. Depois, juntar o feijão e o milho, misturar bem e depois colocar num refogado de cebola ralada e azeite de dendê que deverá estar pronto. Coloque no prato e coloque próximo as plantas oferecendo a Oxumarê e fazendo seus pedidos.

Oferenda para Oyà.
Material: Feijão fradinho; Camarão seco ralado; Cebola ralada; Azeite de dendê; 1 prato de barro ou louça.
Modo de fazer: Coloque o feijão de molho de um dia para o outro. Descasque o feijão um a um. Triture o feijão e misture com cebola ralada e o camarão seco socado, mexa por um tempo até que se obtenha uma massa firme. Coloque a massa para descansar coberta com um pano e com uma pedra de carvão dentro. Coloque +/- um litro de dendê em uma panela funda e deixe esquentar bem, faça bolos da massa de freijó com uma colher e coloque para fritar. Quando estiverem todos fritos, coloque no prato e deixe esfriar. Ofereça-os para Yansã. Faça seus pedidos.

Oferenda para Obà.
Material: Feijão fradinho; Cebola; Camarão seco socado; Azeite de dendê; Farinha de mandioca; 1Alguidar; Flores e velas coloridas.
Modo de fazer: Cozinha-se o feijão fradinho em água. Depois, mistura-se num refogado de cebolas raladas, camarão seco socado, azeite de dendê e água. Por cima coloca-se a farinha de mandioca, fazendo um pirão e coloca-se no alguidar. Deixe esfriar e enfeite com flores por cima do prato. Coloque nas margens de um rio e acenda as velas coloridas pedindo o que se quer a Obá. Sendo por muitos divindade interligada ao amor.

Oferenda para Ò sun.
Material: 5 batatas doces brancas; mel de abelhas; velas amarelas; prato branco; fitas coloridas.
Modo de fazer: Coloque as batatas para cozinhar em água até que fiquem bem molinhas. Deixe esfriar e amasse estas batatas com mel pedindo o que se quer. Tenha muita concentração em amassar, depois de amassado, coloque no prato e molde um coração com a massa. Depois enfeite com flores e fitas. Ofereça à Oxum em uma lagoa ou riacho. Esta oferenda é muito eficaz em casos amorosos.

Oferenda para Logùnédè.
Material: Milho vermelho; Feijão fradinho; Azeite de dendê; Cebola; Camarão seco socado; 1 Alguidar; 1 inhame; ovos cozidos; coco; mel de abelhas.
Modo de fazer: Cozinha-se o milho vermelho só em água. Separado, cozinha-se o feijão fradinho, também só em água. Refoga-se o feijão fradinho com azeite de dendê, cebola ralada e camarão seco socado. Coloca-se o feijão em uma metade do alguidar e, na outra, o milho vermelho cozido. Frita-se o inhame e coloca-se por cima em fatias, em volta, enfeita-se com ovos cozidos em rodelas, fatias de coco e coloca-se bastante mel de abelhas por cima. Pede-se o que se quer e oferece-se ao Orixá Logun Edé.

Comidas dos Orixas



VARIEDADES
EXÚ - Farofa - Dendê e Pinga.
OGUN - Feijão Preto com Cebola ( macundê ).
OXOSSI - Milho com Melado e Coco.
OSSAIN - Feijão Preto com Mel e Coco.
OBALUAIÊ - Pipocas.
XANGÔ - Quiabo ( Ajobô ).
OXUMARÊ - Batata Doce ou Amendoim Cozido com Casca e Mel.
OXUN - Ovos Cozidos, Camarões, Milho e Coco.
IANSÃ - Acarajés.
NANÃ - Folha de Mostarda com Arroz.
OBÁ - Divide com Xangô o Quiabo ( Amalá ).
EWÁ - Frutas.
IROCO - Verduras e Cebola.
IEMANJÁ - Arroz com Mel e Manjar Branco.
OXALÁ - Arroz Branco - Inhame Pilado e Cozido.
COMIDA PARA EXU
 Material Necessário: Farinha Azeite-de-Dendê Mel de Abelha Milho Branco Figado, Coração e Bofe de Boi Cebola Camarão Seco Socado Um Oberó
Maneira de Preparar:
Mi-Ami-Mi: É a farofa amarela ( farinha misturada com Azeite-de-Dendê ).
Padê Branco : É a farofa de Mel ( farinha de mandioca misturada com mel de Abelha ).
Acaçá Branco: O acaçá feito de milho branco de canjica, moido e enrolado na folha da bananeira depois de cozido.
Eram: Figado, coração e bofe de boi, cortados em pedaços muídos, misturados com Azeite-de-Dendê, camarão seco socado e cebolas cortadas em rodelas, num oberó.
COMIDA PARA OGUN
 Material Necessário: Inhame Azeite-de-Dendê Mel de Abelha
Maneira de Fazer:
Frita-se o inhame na brasa. Depois disso, descansa-se e tempera-se no Azeite-de-Dendê e o mel de abelhas.
ERAN - O Eran de Ogún é feito com miúdos de boi, cortados bem pequenos e cozidos no Azeite-de-Dendê. Depois, eles são passados num refogado de cebola ralada e estão prontos.
EFUN - Farofa de mel - mistura-se a farinha de mandioca com mel de abelhas e pronto. Pode-se colocar num Oberó, nos pés de Ogun, ou nas estradas, pedindo a Ogun que adoce os seus caminhos e suas estradas.
COMIDA PARA ODÉ ou OSHÓSSI
Material Necessário: Milho Vermelho Côco 1 Oberó
Maneira de Fazer:
Axoxón - É a comida mais comum de Oshóssi - cozinha-se o milho vermelho somente em água, depois deixa-se esfriar, coloca-se num Oberó e enfeita-se por cima com fatias de côco.
COMIDA DE OMOLU E OBALUAYIÊ
Doburu
Material Necessário: Milho Alho ( para pipoca ) ou milho vermelho Areia da praia
Maneira de Fazer:
Numa panela quente com areia da praia, estourar o milho e está pronto o doburu.
Outra comida
Material Necessário: Feijão Preto Cebola ½ K de Camarão Seco Azeite-de-dende
Maneira de Fazer:
Cozinha-se o feijão preto, só em água, e depois refoga-se cebola ralada, camarão seco e Azeite-de-Dendê.
COMIDA PARA OSANYIN
Material Necessário: Batata-doce Cebola Azeite-de-Dendê 1 Oberó
Maneira de Fazer:
Cozinha-se a batata-doce só em água. Depois, descança-se e amassa-se feito purê. Ai, mistura-se num refogado de cebola ralada com Azeite-de-Dendê, e coloca-se tudo num oberó.
COMIDA PARA OSHUMARÊ
Material Necessário: Feijão Fradinho Milho Vermelho Cebola Azeite-de-Dendê
Maneira de Fazer:
Cozinha-se o feijão fradinho em água. Separado, cozinha-se o milho vermelho também em água. Depois, juntar o feijão e o milho, num refogado de cebola ralada com Azeite-de-Dendê.
Nota: Oshumarê e Ewá comem juntos. Oshumarê é a cobra macho e Ewá a cobra, chamados no Jejê de Dan-Bessén  ou Azaundô.
Material Necessário: Milho Vermelho Feijão Fradinho Azeite-de-Dendê Camarão Seco 1 Oberó 1 Inhame ( grande ) Ovos Cozidos 1 Côco 1 Litro de Mel
Maneira de Fazer:
Cozinha-se o milho só em água. Separado, cozinha-se o feijão fradinho, também só em água. Refoga-se o feijão com Azeite-de-Dendê, cebola ralada e camarão seco socado. Coloca-se o feijão em metade de um oberó e, na outra metade o milho vermelho. Frita-se um inhame e coloca-se por cima em fatias, em volta, enfeita-se um ovos cozidos em rodelas, fatias de côco e coloca-se bastante mel de abelha por cima.
COMIDA PARA OXUN
OMOLOKUN
Material Necessário: Feijão Fradinho Cebola Camarão Seco Socado Azeite-de-Dendê 08 Ovos Cozidos
Maneira de Fazer:
Cozinha-se o feijão fradinho só em água. Em seguida, tempera-se num refogado de cebola ralada com camarão seco socado de dendê. Coloca-se em uma tigela e enfeita-se por cima com 8 ovos, descascados.
COMIDA PARA YEMANJÁ
EJÁ
Material Necessário: Peixe de Qualidade Vermelho Azeite Doce Camarão Seco Socado Cebola Ralada
Maneira de Fazer:
Cozinha-se o peixe em refogado de azeite Doce com camarão seco socado e cebola.
DIBÓ
Material Necessário: Canjica Cozida Azeite Doce Camarão Seco Socado Cebola Ralada
Maneira de Fazer:
Cozinha-se a canjica, tempera-se com azeite doce, camarão seco socado e cebola ralada.
COMIDA PARA YASÁN
ACARAJÉ
Material Necessário: Feijão Fradinho Camarão Seco Socado Cebola Azeite-de-Dendê
Maneira de Fazer:
Coloca-se o feijão fradinho de molho em água, para descansá-lo cru. Depois, moi-se o feijão e mistura-se com a cebola ralada, camarão seco socado e deixa-se a massa descansar, coberta por um pano ou uma pedra de carvão no meio. Depois, bate-se bem a massa para dar ponto, e fritam-se bolos tirados com a colher, no Azeite-de-Dendê bem quente.
COMIDA PARA OBÁ
Material Necessário: Feijão Fradinho Cebola Camarão Seco Socado Azeite-de-Dendê Farinha de Mandioca 01 Oberó
Maneira de Fazer:
Cozinha-se o feijão em água. Depois, mistura-se num refogado de cebola raladas, camarão seco socado, Azeite-de-Dendê e água. por cima, adiciona-se farinha de mandioca, fazendo um pirão e coloca-se num oberó.
Nota: Conta-se que Obá é a dona do amor e quando se quer solucionar uma questão de amor, oferece-se uma comida desta na beira do lago, com muitas velas e flores.
COMIDA PARA ANAMBURUCU
DAMBORÔ
Material Necessário: Folha de Taioba ou Mostarda Cebola Ralada Camarão Seco Socado Azeite-de-Dendê
Maneira de Fazer:
Cozinha-se bem a folha de taioba ou mostarda,e em seguida tempera-se num refogado de cebola ralada, camarão seco socado e Azeite-de-Dendê.
COMIDA PARA SHANGÔ
 AGEBÔ ou AGEGBÔ
Material Necessário: 12 Quiabos 1 Litro de Mel Azeite-de-Dendê Água Carne de Peito
Maneira de Fazer:
Cortam-se os quiabos em pedacinhos bem pequenos, depois tempera-se com cebola ralada, camarão seco socado e azeite-de-Dendê. Cozinha-se bastante e depois mistura-se com rabada, ou carne de peito cozidos, cortadas em pedacinhos.
COMIDA PARA OXALÁ
EBÔ
Material Necessário: Canjica Branca 1 Litro de Mel Algodão Água
Maneira de Fazer:
Cozinha-se a canjica somente em água. Depois de bem cozida, coloca-se numa vasilha branca, coloca-se bastante mel de abelhas e cobre-se com algodão.
ACAÇÁ
Material Necessário: Canjica Branca Folha de Bananeira
Maneira de Fazer:
Moi-se o milho de canjica, cozinha-se até dar até dar o ponto de ficar bem durinho e enrole os bolinhos na folha da bananeira.
INHAME ACARÁ
Cozinha-se o inhame e depois amassa-se feito um purê. Faz-se bolinhos na mão e coloca-se em pratos brancos. Oferece-se a Oxalá.
Nota: Todos os Orixás do Candomblé comem acaçá branco. Em cima da comida do Orixá, antes de oferecer-lhe, deve-se abrir um acaçá branco.
COMIDA DE CABOCLO
Material Necessário: Alface Farinha de Mandioca Mel de Abelha Azeite de Oliva Carne Crua 01 Travessa de Barro
Maneira de Fazer:
Faz-se uma salada de alface, com uma farofa d'água ou de mel, carne crua e azeite de oliva por cima, coloca-se tudo numa travessa de barro.
OUTRA COMIDAS
Abóbora moranga, assada na brasa, com mel de abelha. Aipim ou mandioca, assado na brasa, com mel de abelha. Ebô ( canjica ) com fumo de rolo desfiado e côco. Mingau de milho vermelho com côco e fumo de rolo. Milho vermelho com côco e fumo de rolo desfiado. Amendoim cozido em água, com mel de abelhas. Vinho branco, moscatel e cachaça.

OGÁN e EKÉJI


São pessoas que não têm a capacidade de incorporarem o Òrìsà mas foram escolhidos por êle para seus filhos e, como tal, êles devem apresentar-se numa casa de Òrìsà. Uma vêz aceitos e entronizados na casa, êles devem enquadrar-se antes de tudo como um filho do Òrìsà, depois é que vêm as prerrogativas e "status " do Ogán ou Ekéji.
Ocupam vários cargos da casa de Òrìsà. Os mais conhecidos são os ONÍÌLU, tocadores de atabaques, AXÒGÚN, que sacrifica para os Òrìsàs, PEJIGÁN, zela e guarda o PEJI, etc..Para as Ekéji temos a YAMORÒ, mãe criadeira, ÁLÁAXÈ ou ÌYÁLÁXÈ, cozinha para os Òrìsàs ou no culto, IYÁEFUN, pinta os ÌYÀWÓ, etc..
São suspensos e depois confirmados, receberão todas as obrigações necessárias mas não serão raspados. Alguns escolhidos para cargos de confiança total dentro da casa, devem ser raspados e serem ADÓSÙU, visto que em certos casos êles terão permissão para colocar a mão num ORÍ ADÓSÙU, cabeça que levou ÓSUN, tendo, necessàriamente, de ser também um ADOSÙU.
cargos religiosos

Apresentamos agora alguns cargos religiosos, ipò e títulos, oyè, que todas as pessoas iniciadas recebem por razões ligadas ao seu Òrìsà e por seu espírito de iniciativa e a deferência que possuem junto à “mãe de santo”ou o “pai de santo”.

ACulto a Èsù.bésùmulè ou Olusùmulè - Sacerdote do
Abíyán - 1º Cargo dentro da religião. (ambos os sexos).
Abore - Sacerdote do Culto dos Orixá
Abòrisa–Cultuador(a) dos Orixá. Terminologia substituída incoerentemente pelo termo candomblecista.
Àbúrò - Não é cargo religioso (simplesmente é o irmão mais novo).
Adébo - Sacrificador de animais aos OOrixa.
NB.: Termo totalmente abolido no Brasil. Motivo: Complexo da terminologia “ade -homossexual”.
Ahoun Osun - Homem chefe dos cantores do culto de Osun.
Àjimúdà - Sacerdootisa de Oya.
Ajoyé - Cargo de exclusividade feminina - Pessoa encarregada de cuidar e ladear os Orixá, quando incorporados.
Alágbè - Mestre de Cerimoniais (civis ou religiosos), Cruner de um determinado conjunto musical.
NB.: Tornou-se cargo religioso no Brasil.
Alásé - Cozinheiro dos Orixás.
Alãrù - Cargo masculino – Encarregadoo de levar os ebo.
Apétèbi - Auxiliar feminina do Bàbálàwoo.
Ásogba, Apogan, Ejitata e Apotun - Títulos exclusivamente masculinos/cargos dentro do Culto aos Orìsà Omolu/Obaluaiyé, Ajágún,Etetu e Boromu.
NB.: A terminologia “Asògún” não e utilizada dentro do  culto aos Òrìsà acima discriminados.
Àràbà - A mais alta autoridade no Culto a Orumila.
Asògún - Cargo exclusivamente masculinno. Literalmente, significa aquele que possui as bênçãos do Òrìsà Ogún, que é o portador doObe/Faca. Possui dois auxiliares o Otun e Osi.
NB.; Outrora, somente os filhos do Orixá Ogún, os não elegun, podiam ocupar este cargo após iniciação religiosa.
Alagbã - O mais alto cargo do Culto dee Egungun.
Alapini - Chefe supremo do Culto a Egunngun.
Amúsan ou Amúisan - São os futuros Ojé.
Bàbá Efun - Pai da pintura/responsável pela pintura dos iniciados.
Bàbáalàáse - Dirigente de uma linhagem saccerdotal.
Bàbá Kékeré - Pai pequeno.
Bàbálòrìsà - Pai de Santo.
Bàbáláwo - Sacerdote do Culto a Orunmilaa.
Bàbálóòsanyìn ou Onisegùn - Encarregado da colheita e maceração das folhas  litúrgicas/Sacerdote do Culto ao Òrìsà Osanyìn.
Bàbá Korin - Responsável pelos cânticos sagrados dos Orixá.
Bàbá Kókìkí - Responsável pela entoação dos oriki dos Orixá.
Ègbon  (pronuncia-se Ebomi) -  Simplesmente o irmão mais velho (a) de uma família .  Tornou-se cargo religioso no Brasil.
Ìyábasé - Cozinheeira, aquele que prepara as comidas dos Orixás
  Ìyádagan - Realiza os rituais do ipadé.
Ìyá Efun - Mãe da pintura/encarregada de pintar os iniciados.
Ìyá Kékeré - Mãe pequena.
Ìyá Kirun - Responsável pelas adura dos Orixá.
Ìyágbásé - A mais antiga das cozinheiras dos Orrixa.
Ìyálòrìsà - Mãe de santo.
Ìyámorò - Encarreegada de encaminhar os ebo, após o término do ipadé.
Ìyá Pepe - É quem cuida dos altares dos Orixá.
Ìyá Tebese - Encarregada dos cânticos dos Orixá.
Ìyá Bãra/Sidagan - Sacerdotisa de Èsù.
Obàlàse - É quem cuida dos altares de ÒÒsàlá
Obàlale - Guardiãão do Templo de Òsàlá.
Ogã (pronuncia-se Ogam) - Qualquer pessoa de ambos os sexos que exerça ou ocupe altos cargos ou funções civis ou religiosas.   No Brasil, tornou-se cargo religioso de exclusividade masculina.
Òjè - Sacerdoote do Culto de Egúngun.
Ojugbonã - Mãe criadeira. Aquela que mosstra/ensina o caminho ao neófito da religião dos Orixá.
Olùpona - Guardião dos Templos de Exú ee Ògún.
Onilú - Literalmente “proprietário/toocador do Ìlu/atabaque”.

Os cargos apresentados anteriormente são apenas uma parte dos ipò e oyè dados aos iniciados na religião africana, pois grande parte dos cargos do povo de santo foi se perdendo com os passar do tempo ou foram esquecidos.