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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Atabaques



Tambores altos e estreitos, afunilados de um só couro, usados para atrair as diferentes vibrações, quando tocados. Os atabaques são usados para manter o ambiente sob uma vibração homogênea e fazer com que todos os médiuns permaneçam em atenção mediúnica.

Existem 3 tipos de atabaques:

- Rum (grave)

- Rumpi (médio)

- (agudo)

Os atabaques são um dos principais pontos de atração de vibrações de um terreiro. A energia do Orixá/Entidade chamado é captada pelos assentamentos e direcionada para o Zelador onde é concentrada e depois lançada para os atabaques onde é modulada e distribuída para os médiuns da corrente.

O responsável pelos atabaques é normalmente uma pessoas escolhida no terreiro que conheça os ritmos aplicados para cada linha dentro da Umbanda.

Os atabaques devem ser tratados com o máximo de respeito e nenhuma pessoa desautorizada deverá tocá-los, o que poderia colocar em risco o equilíbrio da gira e a faixa mediúnica dos médiuns da corrente.

Quando fora de uso, os atabaques, devem ser cobertos com pano próprio.
É importante observar que o toque (volume) dos atabaques nunca deve exceder as vozes da corrente. Quando o atabaque excede a corrente se desorganiza e o médium perde a concentração, atrapalhando e muito o desenvolvimento dos médiuns e o bom andamento do trabalho.

O toque do atabaque deve manter suas raízes, donde nasceram a maior parte dos pontos cantados da Umbanda. O toque do atabaque é normalmente o "toque samba Angola" do instrumento. é absolutamente desnecessário "surrar" o couro, uma vez que este elemento é usado somente para induzir o ritmo dos pontos cantados. Com a junção do atabaque e a corrente cantando vibrante os pontos cantados faz-se a festa de Umbanda. Esta é que mantém a vibração do terreiro.

Gira de Umbanda não é festa de Olodum. Terreiro de Umbanda não é barzinho onde se toca pagodinho.

Também pode ser usado o Agogô.   

 Os sons são projetados para os ouvidos dos médiuns (regido por Xangô que também rege o som). As vibrações sonoras (moléculas de ar vibrando para frente e para trás) são recolhidas pelo ouvido externo que as conduz até os tímpanos que as faz vibrar, então são levadas ao ouvido interno e através do nervo auditivo chegam até o cérebro onde se dá a percepção do som.

Obs.: O Ogan pode projetar a energia sonora até 40 metros de distância.

Xangô também rege os atabaques através de seus Caboclos. Alguns Caboclos que recebem energização de Xangô são: Pena Verde, Giramundo, 7 Flechas, Cobra Coral. Lembrando: somente os Caboclos de Xangô regem os atabaques.

Quando os Ogans não estão preparados, a energia de Xangô isola os atabaques, assim as vibrações partem direto do Zelador para o campo do Ogan. O Caboclo atrás do Ogan projeta a energia modulada para o chakra espiritual dos médiuns.

Em 1867 Heinrich Rudolph Hertz conseguiu medir a intensidade das vibrações sonoras, determinando em que faixas elas são captadas. Em sua homenagem o número de vibrações por segundo de uma onda sonora recebeu o nome de hertz. Assim a freqüência do som é medida em hertz. O ouvido humano não consegue ouvir ruídos com freqüência superior a 20.000 hertz ou inferior a 30 hertz.

A Umbanda se utiliza desse conhecimento para sintonizar as energias Intensas (longitudinais) e também as Moduladas (centrípetas). Os sons emitidos pelos atabaques na devida intensidade determina que tipo de entidade será "chamada" ou "atraída".

As energias intensas correspondem às entidades classificadas como "guerreiras", que recebemos em nosso corpo de forma direta: Orixás, Guias Guerreiros e Protetores de Demanda e sua chegada na Terra é regida pelo Caboclo Tabajara (exemplo). Os toques para estas entidades são sempre altos e com ritmos acelerados.

Já as energias centrípetas correspondem às entidades "harmoniosas" que recebemos em nosso corpo sendo envolvidos por uma espiral: Orixás, Guias Harmoniosos, Protetores de Cura e sua chegada na Terra é regida pela Mãe Jurema que tem sua Lei responsável pelo equilíbrio dos corpos celestes em relação ao espaço infinito. Os toques dos atabaques nestas giras devem ser mais baixos e com ritmos lentos e cadenciados.

Apesar do que foi exposto, é correto lembrar que mesmo sem os atabaques, as entidades e energias podem ser atingidas e atraídas para o mundo material, apenas a gira em si, será completamente diferente. A incorporação dependerá única e exclusivamente de cada médium, exigindo deles toda a sua capacidade de concentração. Além disso o equilíbrio do ambiente será outro pois não será utilizada a ciclagem de energias promovida pelos fundamentos do atabaque como explicaremos a seguir.

Vejamos a importância dos atabaques.

Para produzirmos energia provocamos o atrito no couro dos atabaques e com isso atingimos níveis de calor e vibrações sonoras que vão diretas para os campos celulares dos médiuns. Os médiuns se eletrizam ao som dos atabaques. Sem atabaques, sem eletrização.

Pelo campo magnético do Ogan que absorveu as energias que vieram do Zelador, são projetadas as vibrações dos nossos assentamentos para os demais médiuns assim a corrente magnética se espalha pelo recinto de trabalho.

O Ogan, ao tocar, aguça sua captação de energias, recebe de um Guia uma certa carga de vibrações que se infiltra nos seus planos material e espiritual iniciando, depois, um ciclo que terá término em suas mãos. Com a produção de energia calorífica, através do toque no couro, o atabaqueiro fará a mistura com as vibrações das entidades e as vibrações naturais dos médiuns, a sua energia e a do Guia irão circular na corrente mediúnica começando dos médiuns mais preparados e passando para os iniciantes. Essa energia, quando enfraquecida, volta para as mãos do Ogan onde será fortificada e voltará a fazer o ciclo na corrente.

Percebe-se que tanto a presença física dos atabaques quanto a dos Ogans é de suma importância para a atração e distribuição das energias dentro da gira. Assim, concluo que através dos discos ou aparelhos eletrônicos jamais teremos os resultados esperados. É melhor que se trabalhe somente com preces e concentração para obter-se maior eficiência caso não haja possibilidade de haver uma pessoa preparada comandando os pontos e toques.

A confecção dos atabaques
São formados por três partes distintas:

1) couro animal


2) madeiramento



3) ferragens


O atabaque que tem sua afirmação feita por cordas e tranças devem usar couro animal. O material sintético não tem fundamento. Nessa categoria está a timba utilizada nas escolas de samba. O som pode ser mais forte mas as energias captadas e distribuídas são zero.

O couro animal mais apropriado é o de bode e deve ser adquirido em matadouro. Procuramos não comprar o animal vivo. Deve-se deixar o couro por 24 horas embebido em água e sal, só depois poderá ser utilizado.

A parte de madeiramento é geralmente comprada em lojas especializadas. O preparo é o seguinte:

Lavar com água e sal. Deixar secar ao sol. Lixar a madeira. Pintar e envernizar . Passar uma demão de cera de vela derretida para cobrir qualquer buraco e evitar o cupim.

As ferragens podem, também, ser adquiridas em casas especializados e o ritual deverá ser o seguinte:

Colocar as peças na água com sal, depois secá-las ao sol. Lixar e pintar. Quando secar embeber em azeite de dendê até serem usadas. Elas devem ser colocadas nos atabaques ainda molhadas para proteger da ferrugem.

Essas três partes do atabaque têm sua regência:

O couro pertence ao Caboclo que dá força ao Ogan para tocá-lo. A madeira a Pai Xangô que dá ao atabaque a condição de justiça para não ser utilizado para o mal. A ferragem aos Exús que não permitem que eles sofram demandas.

Com essas energias combinadas ao toque e ao ponto cantado, temos um instrumento de contato com qualquer entidade, seja ela de ação, reação, sublimação, positiva, negativa ou neutra. Com os atabaques devidamente preparados podemos então trabalhar com os Orixás, Guias e Protetores. É ele o mensageiro entre nós e o mundo espiritual. As mensagens vão para outras dimensões por códigos, feito um telégrafo, através dos "toques".

No atabaque só quem pode tocar são os Zeladores, os Ogans previamente autorizados para isso e os Caboclos, nenhuma outra vibração deve ser colocada sobre os mesmos. As pessoas devem ser preparadas para tocá-lo e só devem ser utilizados para trabalhos espirituais, nunca para diversão. Se acontecer perderá toda imantação e deverá ser "cruzado" novamente.

Caso alguém resolva usá-lo sem autorização estará consumindo uma energia que para ele se tornará negativa. Assim como uma lâmpada estoura se ligada em fase superior a sua capacidade, também a pessoa irá sofrer as conseqüências desse contato. Poderá sentir dores de cabeça, ou pior, poderá estar evocando algum espírito trevoso pela correspondência do toque usado, então o atabaque acaba se tornando uma arma contra aquele que o está usando indevidamente.

Nos terreiros em que qualquer um toca no atabaque, das duas uma: ou são todos desconhecedores de sua energia ou o atabaque não é cruzado. Quando uma entidade pedir o atabaque devemos entregá-lo pois ele nunca irá bater, mas sim tirar alguma demanda ou imantá-lo para alguma gira específica. As outras entidades cruzam o atabaque sem tocar nele.

Quando for necessário trocar um atabaque uma entidade irá avisar.

Quando fora de uso, os atabaques devem estar sempre cobertos com um pano contendo a firmeza do terreiro.

Antes de usar o atabaque deve-se pedir permissão, tocando o couro e dizendo:

Dai-me licença Pai Oxalá. Dai-me licença ...(entidade dona do atabaque). Dai-me força e dignidade para esse instrumento eu tocar.


Quando o atabaque for guardado, deve-se agradecer:

Obrigado meu Pai Oxalá. Obrigado .....(Caboco Gira Mundo). Obrigado por ter-me permitido cumprir a minha missão.

É uma benção divina que emana muita paz"

 Curimba é o nome que damos para o grupo responsável pelos toques e cantos sagrados dentro de um terreiro de Umbanda. São eles que percutem os atabaques (instrumentos sagrados de percussão), assim como conhecem pontos (cantados) para as muitas “partes” de todo o ritual umbandista. Esses pontos cantados, junto dos toques de atabaque, são de suma importância no decorrer da gira e por isso devem ser bem fundamentados, esclarecidos e entendidos por todos nós.

Muitas são as funções que os pontos cantados têm. Primeiramente uma função ritualística, onde os pontos “marcam” todas as partes do ritual da casa. Assim temos pontos para a defumação, abertura das giras, bater cabeça, etc.

Temos também a função de ajudar na concentração dos médiuns. Os toques assim como os pontos (cantados) envolvem a mente do médium, não a deixando desviar–se do propósito do trabalho espiritual. Além disso, a batida do atabaque induz o cérebro a emitir ondas cerebrais diferentes do padrão comum, facilitando o transe mediúnico. Esse processo também é muito utilizado nas culturas xamânicas do mundo afora.

Entrando na parte espiritual, os pontos (cantados), quando vibrados de coração, atuam diretamente nos chakras superiores, notavelmente o cardíaco, laríngeo e frontal, ativando–os naturalmente e melhorando a sintonia com a espiritualidade superior, assim como os toques dos atabaques atuam nos chakras inferiores, criando condições ideais para a prática da mediunidade de incorporação.

As ondas energéticas–sonoras emitidas pela curimba vão tomando todo o terreiro de Umbanda e vão dissolvendo formas pensamento negativas, energias pesadas agregadas nas auras das pessoas, diluindo miasmas, larvas astrais, limpando e criando toda uma atmosfera psíquica com condições ideais para a realização das práticas espirituais. A curimba transforma–se em um verdadeiro “pólo” irradiador de energia dentro do terreiro, potencializando ainda mais as vibrações dos Orixás.

Os pontos (cantados) transformam–se em “orações cantadas”, ou melhor, verdadeiras determinações de magia, com um altíssimo poder de realização, pois é um fundamento sagrado e divino. Poderíamos chamar tudo isso de “magia do som” dentro da Umbanda.

A Curimba também é de suma importância para a manutenção da ordem nos trabalhos espirituais, com os seus pontos de “chamada” das linhas, “subida”, “firmeza”, “saudação”, etc. Entendam bem, os guias não são chamados pelos atabaques como muitos dizem. Todos já encontram–se no espaço físico-espiritual do terreiro antes mesmo do começo dos trabalhos. Portanto a curimba não funciona como um “telefone”, mas sim como uma sustentadora da manifestação dos guias. O que realmente invoca os guias e os Orixás são os nossos pensamentos e sentimentos positivos vibrados em vossas direções. Muitas vezes ao cantar expressamos esses sentimentos, mas é o amor aos Orixás a verdadeira invocação de Umbanda.

Falando agora da função de Ogan e filhos de santo, enfatizo a importância deles serem bem preparados para exercerem tal função em um terreiro. Infelizmente ainda hoje a mentalidade de que o Ogan é “qualquer um que não incorpore” persiste. Mas afirmo, o Ogan como peça fundamental dentro do ritual é também um médium intuitivo que tem como função comandar todo o “setor” da curimba. Por isso faz-se necessário que seja escolhida uma pessoa séria, estudada, conhecedora dos fundamentos da religião e que tenha o dom para isso.

Além disso, o ideal é que o “neófito” que busca ser um novo Ogan estude muito sobre a Umbanda antes mesmo de se assumir na posição de Ogan, onde aprenderá os fundamentos, os toques essenciais e “como”, “o quê” e “quando” cantar e, principalmente, a maneira certa de se tocar o couro do instrumento.

Mulheres também podem ser Ogans , NÂO ! O "cargo" de ogã vem do Candomblé e apenas é dado a pessoas do sexo masculino. A mulher no Candomblé  ou na Umbanda não toca atabaque, por alguns dogmas da religião, principalmente em relação à menstruação.

Por fim, quero fazer alguns comentários a cerca da espiritualidade que guia os trabalhos da curimba. Muitas linhas de Umbanda existem no astral e trabalham ativamente nele, apesar de não incorporarem. Existem muitas linhas de caboclos, exús, pomba–giras, etc, que por motivos próprios trabalham nos “bastidores”, sem incorporarem ou tomarem a “linha de frente” dos trabalhos espirituais. Também existe uma corrente de espíritos que auxiliam nos toques e cantos da curimba. São mestres na música de Umbanda, verdadeiros guardiões dos mistérios do “som”. Normalmente apresentam–se com a aparência de homens e mulheres negras, com forte complexão física para os homens, e bela mas igualmente forte para as mulheres. Seus trajes variam muito, indo desde a roupagem mais simples como um “escravo” da época colonial, como até mesmo o terno e o vestido branco.

São espíritos bondosos, muito alegres e divertidos, que com o cantar encantam a muitos no astral. Alguns se fazem presentes auxiliando o toque, outros o canto e outros ainda auxiliam a manutenção da energia e sua dissipação dentro do terreiro. Muitas vezes chega a acontecer uma espécie de “incorporação” desses guias com os atabaqueiros, os inspirando a determinados toques e cantos. Qualquer pessoa com experiência em curimba pode relatar casos aonde um ponto cantado vem na hora que ele é necessário e depois você simplesmente o esquece. Isso acontece sobre inspiração desses mentores.

Algumas vezes também, em festas de Umbanda e dos Orixás, onde muitos se reúnem, percebemos que diversos espíritos chegam portando seus “tambores astrais”, percutindo–os a partir do astral, ajudando na sustentação e na energia das festividades, potencializando ainda mais os toques dos atabaques e as energias movimentadas.

Quando os guias, incorporados fazem sua saudação à frente dos atabaques, estão saudando as pessoas que tocam, estão pedindo para que as forças movimentadas pela curimba sejam benéficas a todos, mas estão principalmente, saudando e agradecendo a toda essa corrente de trabalhadores “anônimos” do astral. Estão percebendo como muita coisa foge aos nossos sentidos em uma “simples” e humilde gira de Umbanda?

Sabemos que esse universo da curimba muitas vezes é pouco explicado e muitos chegam a defender a abolição dos atabaques dos centros de Umbanda. A isso, os próprios guias e mentores de Umbanda respondem, tanto incentivando os toques e trazendo mentores nesse “campo”, como também, abrindo turmas de estudo de Umbanda e desenvolvimento mediúnico, onde percebemos claramente que o "animismo" acontece por despreparo do médium, falta de estudo ou orientação e não pelo uso de atabaques. Colocar a culpa nos atabaques é como “tampar o sol com a peneira”. Afinal, como explicado parágrafos acima, o atabaque quando bem utilizado é ótima ferramenta para o desenvolvimento mediúnico.

Muitos desses toques a respeito da curimba, que aqui estão escritos, foram passados por espíritos amigos, que nos auxiliam nos trabalhos de curimba e que apresenta–se com diversas formas.

PEJIGAN !



Pejigan que é o primeiro Ogan da casa .

A palavra Pejigan quer dizer “Senhor que zela pelo altar sagrado”, porque Peji = "altar sagrado" e Gan = "senhor". O responsável pelos axés da casa, do terreiro. Primeiro Ogan na hierarquia. O mais velho de todos os ogans geralmente mais sábio, tem todo conhecimento do terreiro de camdomblé, são os olhos da mãe ou pai de santo quando não está presente, cuida da casa enquanto os irmãos estão em transe, tão respeitado quanto um babalorixá.

O que é ser um Ogã de Umbanda?


Ogan: Palavra de origem Bantu que significa: Chefe. Tanto na Umbanda, quanto no Candomblé, este cargo é muito respeitado, porém como este tópico é destinado a Umbanda, falaremos das suas atribuições na mesma. Dentro de um terreiro de Umbanda o Ogan é tal qual como o nome significa o chefe, aquele que vêm logo após a Mãe ou Pai no santo. Os Ogans não têm incorporação (estado de transe), e assim sendo em todas as vezes que a Mãe de santo ou o Pai de santo estiverem incorporados, os demais médiuns devem respeitá-los, tal como respeitam seu pai ou mãe no santo. O Ogan é os olhos da mãe de santo ou pai no santo, é a pessoa que observa e coordenar toda a parte ritualística do terreiro, para que tudo corra bem. Quando uma entidade é nova ou se faz presente pela primeira vez, é para o Ogan que ela se apresenta, e diz o seu nome, sua origem e risca o seu ponto, isso sempre na ausência da Mãe ou Pai no santo, quando os mesmos estão presentes , apenas chamam o Ogan para participe da conversa assim como da leitura do ponto. Na verdade o Ogan é como um fiscal. Além desta importante função o Ogan têm outra função, que é a de cantar e tocar os atabaques para que as entidade possam trabalhar, para tanto o mesmo é conhecedor de todas os Ponto “Cantigas”, e para que serve cada um deles. O Ogan também é responsável por ler o ponto riscado da entidade e saber se corresponde realmente ao que ela está propondo ser. Existem três Ogans normalmente em cada casa, porém o Ogan que têm todas essas atribuições chama-se Alabê (O Ogan de sala) que geralmente é o mais antigo, e é Ogan do santo da mãe ou do pai no santo da casa. 

Como é feita a escolha de um Ogan

Dentro da Umbanda, a escolha do Ogan pode ser feita pelo Dirigente (Pai ou Mãe de santo) ou ainda por um determinado Orixá de Umbanda. A partir deste momento ele passa por um período de aprendizado e logo após este período é Coroado. Entretanto caso o mesmo seja Ogan de atabaque, somente poderá prosseguir para coroação, uma vez que autorizado pelo Ogan mais antigo, que fará provas com o novato a fim de saber se o mesmo aprendeu os ensinamentos. Um bom Ogan consegue perceber quando determinada entidade está por vir, sé é realmente um espírito doutrinado ou não. Normalmente em um terreiro de Umbanda que haja doutrina e hierarquia, o Ogan pode até mesmo solicitar que determinada entidade vá embora por não se comportar dentro da doutrina ritualística. O que um Ogan fala, a mãe ou pai no santo assina em baixo, é a pessoa de mais alta confiança, se por ventura o Ogan tomar uma decisão ou dar uma ordem que o dirigente não goste, o mesmo chama o Ogan no quarto de santo, e junto com o pai e ou a mãe pequena os três conversam separadamente sem que os médiuns tomem conhecimento. Isto porque dentro da doutrina Umbandista, os mais graduados não se chamam a atenção na frente dos mais novos é uma questão de hierarquia e respeito. 
Os atabaques de Umbanda na realidade são Barricas, que são repercutidas com as mãos, assim como no Candomblé os atabaques comem “Oferendas”, se oferece oferenda pelo fato de trata-se de um espírito também, por este motivo na Umbanda, todos batem cabeça para os atabaques, inclusive as entidades. Hoje em dia ainda existem casas em que os filhos tomam à benção ao Ogan mais velho em respeito ao seu Orixá (Coroado - Ifarí) e pelo fato de ser o segundo chefe da casa, faz parte da doutrina. Assim como devem tomar à benção a Babakekerê ou Iyákekere (Pai pequeno ou mãe pequena) e esses trocam à benção com o Ogan. 

Quando os Orixás de Umbanda se apresentam, o Ogan mais antigo levanta-se e toca o ADJÁ (Instrumento que faz parte dos que emitem os sons vibratórios para os Orixás) cantando e acompanhando o santo, enquanto os demais tocam os atabaques. Dentro da Umbanda, somente o (a) Dirigente, a Mãe ou Pai pequeno e Pai Ogan, devem tocar o ADJÁ, por serem os mais graduados e porque o ADJÁ deve ser tocado por pessoas e nunca por outros espíritos. O ADJÁ emite um som que é tido como sagrado assim como os atabaques, e assim como os atabaques não são tocados por qualquer um. Para o Orixá este conjunto de sons somado ao ponto cantado emana uma vibração adequada para o transe e faz parte do ritual. Se na Umbanda com exceção dos Orixás de Umbanda, as demais entidades estão em permanente evolução, os mesmos não podem tocar o instrumento para o Orixá. Esta doutrina inclusive de tocar o ADJÁ é bem semelhante no Candomblé, sendo que na Nação apenas algumas outras pessoas podem tocar, e sempre quando é passado de um para o outro, quem está passando (Independente de cargo) deve se curvar, o que recebe após pegar instrumento se curva também. 
Dentro da Umbanda existem apenas estes três Ogans, todavia na tradição Yoruba, existem diversos outros Ogan’s, exemplo: de folhas Babalosayin, de matança Asogun etc. Como na Umbanda não há sacrifício de animais, quando é necessário se chama alguém Iniciado e com o que chama de “Mão de faca”, para Imolar o animal.