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domingo, 14 de dezembro de 2014

Nações e suas História

Em primeiro lugar, é importante saber que o candomblé é uma religião panteísta. Esse termo é muito importante para compreensão do candomblé, pois, “panteísmo” significa “Toda Crença em Deus” (do grego Pan + Theo). Esse termo sustenta a idéia de que em tudo há um único Deus. Um Deus que está em tudo, onipresente. Também, a idéia politeísta de – vários deuses representando diversos elementares da natureza.

            Quando há uma relação pacífica do conceito politeísta com a idéia que exprime um Deus supremo que vive em tudo, podemos afirmar que essa relação é característica do que chamamos de “panteísmo”.

            Logo, todos os adeptos do candomblé são considerados panteístas, pois, nessa doutrina, existe um Deus supremo e também outros que estão correlacionados aos elementares da natureza, do universo em geral.

            Os Deuses do candomblé são genericamente chamados de Orixás. Genuinamente brasileira, o candomblé é uma religião cujo país de ascendência tem seus adeptos generalizados como “povo do santo”.

            O candomblé não está presente apenas no Brasil. Existem outros países tais como, Espanha, Portugal, Itália, Alemanha, México, Panamá, Colômbia, Venezuela, Argentina e Uruguai – que abrigam esta religião.

            No século XVI, as tribos africanas, ainda na África – cultuavam de forma singular um único Orixá. A junção de todos esses Orixás se deu aqui no Brasil com a importação de escravos de diferentes tribos para o mesmo local.

            Reunidos nas senzalas, os escravos nomeavam um chefe, também negro, responsável por zelar os ritos aos Orixás. Os chefes homens eram chamados de Babalorixás, e as mulheres, Yialorixás.

            Desde seu início, 1549, passando pela Abolição da Escravatura em 1888, até os dias de hoje... O candomblé vem resistindo ao preconceito e a força do tempo – o que propõe uma infinidade de mutações temporais.

            O candomblé possui adeptos de várias partes do Brasil, das mais diversas classes sociais. Aproximadamente três milhões de brasileiros freqüentam o candomblé – espalhado por dezenas de milhares de terreiros.

            Só na cidade de Salvador, Bahia, existem aproximadamente 2.300 terreiros registrados na Federação Baiana de Cultos Afro-Brasileiros e catalogados pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA.

            Devido a inúmeras parecenças, o candomblé é muitas vezes confundido com Umbanda, Macumba e / ou Omoloko – que são religiões brasileiras, e também, religiões americanas tais como Vodou Haitiano, Santeria Cubana e o Obeah – em Trinidad e Tobago.

            Na África, existiam diversos grupos étnicos e que foram trazidos para cá, Brasil. Os mais destacados são:


·        Yoruba – grupo étnico oriundo da Nigéria composto por aproximadamente trinta milhões de pessoas. É o segundo maior grupo étnico da Nigéria – representando 20 % da população. A maioria fala o idioma ioruba, também conhecido por Èdèe Yorùbá ou simplesmente Èdè.
Geralmente, estão localizados no Sudoeste da Nigéria, nos estados de Ekiti, Ogun, Lagos, Kwara, Osun, Oyo e Ongo.
Vivem também em outros países como Brasil, Togo, Gana, República Dominicana, Cuba, Serra Leoa e República do Benin.

·        Ewe – também conhecido como Jeje – habita Gana, Togo e Benin. Falam a língua Ewe – que está relacionada a outras línguas tais como: Aja, Togo, Benim, Gbe e Fon. Essas línguas pertencem à família de Línguas Kwa – que é um ramo da família lingüística nigero-congolesas.

·        Fon – população do sul de Benin e do sul de Togo. Os Fons falam a língua Fon e sua maior expressão histórica se deu na fundação do Reino Dahomey (Reino do Daomé). Este era um reino, onde atualmente é Benin, fundado no século XVII e que durou até 1901, quando foi conquistado por tropas senegalesas e pela França. Outra expressão muito forte foi à chamada Diáspora Negra – que é caracterizada pelos acontecimentos em outros países fora da África, devido ao processo escravista através do Vodum (tradição religiosa deles).

Com a semi-independência da religião, o candomblé se espalhou por diversas partes do Brasil, e, devido à soma de fatores históricos, culturais e sociológicos, surgem então as chamadas Nações – que são ramificações do candomblé. Essas nações são conhecidas basicamente como Nagô, Ioruba, Ketu, Efan, Ijexá, Jeje, Xambá entre outras.
            Seus fundamentos são muito parecidos, mas há muita diferença entre essas nações, devido aos ocorridos históricos.

            Com essas culturas, o candomblé se tornou uma religião muito vasta e muito rica em mitologias diferentes. Entretanto, nessas mitologias, nós podemos observar algo em comum: os deuses, independentemente do nome que recebem, sempre são criados por um Deus supremo.

Na mitologia Yoruba, os Orixás foram criados por um deus supremo chamado Olorum ou Olodumare. Eles acreditam que não há outro deus equivalente a Olodumare.

            “Kosi Oba Kan Afi Olorun – Não Há Outro Rei Senão Olorun”.

Na mitologia Fon, os Voduns foram criados por um deus supremo chamado Mawu.

Na mitologia Bantu, os Nkisis foram criados por um deus chamado Zambiapongo, também conhecido como Zambi.

No candomblé em geral, nós podemos observar uma certa hierarquia para organização e melhor execução. Existem os sacerdotes, os instrumentistas e outras funções, geralmente associadas à organização social.

Ao contrário do que muitos pensam, não é errado dizer que o candomblé é uma religião monoteísta, uma vez que, nessa tradição – Deus supremo é apenas um. Mas, também não é errado dizer que é uma religião politeísta devido o fato de ser panteísta. Cabe a visão de cada um.

As diferentes nações possuem autonomia em suas ritualísticas. Devido ao Sincretismo Religioso, muitos interpretam o Deus Católico como o mesmo Deus do candomblé: pai de Jesus Cristo, quando na verdade não.

Para o culto às forças da natureza (Orixás, Nkisis e Voduns) – podemos observar uma série de fundamentos, sempre na linhagem da devoção materializada paralela a fé. Geralmente são cânticos, oferendas de animais e vegetais, vestimentas especiais e danças. Os cultos estão sempre baseados na comunicação do homem com a natureza.

É realmente uma religião muito vasta, e aos poucos, vamos mergulhando neste maravilhoso mundo dos estudos referentes ao candomblé.

Sintetizando:

Desde 1549 o candomblé vem se desenvolvendo em diversos estados brasileiros, com alguns costumes diferentes e outros parecidos. São quase quinhentos anos de história. O candomblé sofreu repressão por parte da cultura européia, depois foi praticamente liberado, depois de 1888, teve seus primeiros estudiosos e escritores, e hoje passa pela era da informação para todos, através da digitalização. Pode-se dizer que esta era da informação para todos é denominada Modernismo no Candomblé.

O Modernismo no Candomblé não visa mudar radicalmente a sua visão e suas práticas, mas sim, adaptar a religião aos dias de hoje, no sentido de que – seus adeptos não podem mais estar totalmente inseridos na religião deixando suas vidas sociais de lado. Todos precisam trabalhar, estudar, cuidar da saúde e todas essas relações sociais não devem ser interferidos pela religião.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Louvar ao Ogã


Ponto de Autor Desconhecido

"Ah, como é lindo o batuque do Tambor

Ah, como é lindo o batuque do Tambor

Na Umbanda linda de Nosso Senhor

Na Umbanda linda de Nosso Senhor



É a mensagem que enaltece os Orixás

É a oração que elevo ao senhor

É a vibração que nos faz incorporar

Sem batuque na umbanda

Não se pode trabalhar



Eu não sabia, mas agora aprendi

Que o canto faz a gira de Umbanda

Quem canta, encanta a vida dos Orixás

É uma benção, divina que emana muita paz"

O Tambor e sua História

Tambores são tão ancestrais quanto o próprio homem. Os primeiros foram criados e manuseados ainda na Pré – História, com o objetivo de cultuar Deuses e como forma de agradecer a comida conseguida por meio da caça aos animais.

Milênios se passaram e centenas de representações religiosas ou espirituais foram criadas de acordo com a cultura e a cosmovisão de cada povo, de cada etnia, principalmente de acordo com os padrões sócio – econômicos de cada época. Imagens, cerimônias, mitologia, liturgias, símbolos, tambores, chocalhos e atabaques, são expressões da arte na religiosidade e na espiritualidade.

O homem pré – histórico acreditava que a pele de sua caça esticada em troncos de arvores reproduzia o choro do animal morto. E foi com esse sentimento de gratidão que passou a consagrar a morte de sua caça. Pode – se dizer que esse foi um dos princípios da manifestação religiosa do homem e a origem dos tambores. O toque do tambor revela a arte de conectar – se com a Mãe Terra e com nosso eu interior, sintonizando nosso coração ao coração dela, e de viajar ao mundo do invisível, constatando nossa ancestralidade e todos os reinos da Natureza.

Os tambores são utilizados desde as mais remotas eras da humanidade. Acredita – se que os primeiros tambores fossem troncos ocos de arvores tocados com as mãos ou galhos. Posteriormente, quando o homem aprendeu a caçar e as peles de animais passaram a ser utilizadas na fabricação de roupas e outros objetos, percebeu – se que ao esticar uma pele sobre o tronco, o som produzido era mais poderoso. Pela simplicidade de construção e execução, tipos diferentes de tambores existem em praticamente todas as civilizações conhecidas. A variedade de formatos, tamanhos e elementos decorativos dependem dos materiais encontrados em cada região e dizem muito sobre a cultura que os produziu. São típicos nos cultos afro – brasileiros; na dança, nos pontos cantados, no transe.

Em sua fase mais primitiva, a manifestação religiosa do homem tinha como base principal o contato com as divindades – o transe.

A musica e a dança sempre foram os principais feradores dessa comunicação com os Deuses. Alguns historiadores e antropólogos do século vinte destacaram a idéia de que a maneira utilizada para se chegar aos conhecimentos místicos em religiões primitivas, esteve sempre associada ao êxtase ( o transe ) provocado pelo toque do tambor. Esse instrumento seria então o responsável pela comunicação entre o homem e as divindades – seres responsáveis pelo comando da Natureza em nosso planeta.

Mesmo nas religiões mais antigas, o toque dos tambores também foi utilizado não somente para o culto às divindades, mas também como forma de manter contato com os espíritos dos mortos.

Tão comum nas religiões primitivas, segundo a Bíblia, essa pratica foi “proibida por Deus” aos filhos de Israel. Isso acabou por gerar, ao passar do séculos, que a crença dos mais antigos – o fato do tambor constituir – se em instrumento sagrado, e que seu toque fosse utilizado como forma de contato entre os homens e o mundo invisível, pertencente às divindades e aos espíritos dos ancestrais, fosse uma simples superstição. (...).


Os Tambores na África



Nas sociedades africanas, a tradição oral é o método pelo qual histórias e crenças religiosas são passadas de geração em geração, transmitindo elementos de uma cultura. Uma parte integrante da tradição oral africana é, sem duvida, a dança e o canto, e o mais importante instrumento musical africano é o tambor, em diferentes tamanhos e formas e para diferentes fins.

O tambor é utilizado para enviar e receber mensagens espirituais, e é essencial na preservação da tradição oral. Na religião africana de culto aos Orixás e Ancestrais, é considerado sagrado, e seu tocador é classificado como um comunicador oral. Aquele que toca o tambor é um orador e um comunicador de mensagens sagradas.

Djembe

No ritual religioso, os tambores são o inicio de tudo, sempre representaram papel muito importante na cultura africana. Existe um antigo provérbio que diz: ” Quando os tambores são tocados, eles não mentem “.

  O  "Djembe" é possivelmente o mais influente e a base de todos os outros tambores africanos, e remota há pelo menos 500 anos d.C. é um tambor sagrado utilizado em cerimônias de cura, rituais de passagem, culto aos ancestrais e ainda em danças e socialmente. 

Os Tambores Batá

A origem dos tambores Bata remonta há mais de 500 anos, e sua história sobreviveu juntamente com o povo Yorubá, que chegou à América como escravo, mostrando a profundidade dessa religião e cultura, das quais é parte importante. O tambor Bata faz parte da prática religiosa chamada de “Santeria”, desenvolvida em Cuba e nos EUA, com influencia principal da religião tradicional Yorubá, mas também de outros grupos étnicos, como os de língua Bantu, da região do Congo.


Tambores Batá

Os tambores Bata podem falar, e não no sentido metafórico, podem realmente ser usados para recitar preces religiosas, poesias, saudações e louvores. Em Cuba, são utilizados em todas as cerimônias relacionadas ao Orixás, e recebem o nome de ‘ Bata de Fundamento’. Sua fabricação e consagração requerem toda uma força espiritual, que é inserida dentro de seu cilindro de madeira. Ao ser consagrado, recebe o nome de ‘ Ayàn ‘.

Tambores em rituais Indígenas Brasileiros

Um dos mais importantes instrumentos sonoros das culturas indígenas do Brasil, por se relacionar com o lado pratico, musical e religioso, é o tambor. Existem os tambores de madeira, tambores de tábua, tambores de tronco escavado, feitos e moldados a fogo.

Alguns tipos de tambores indígenas:

a.. Tambor Catuquinaru: Instrumento de sinalização.
b.. Tambor de Fenda: Feito de uma tora de madeira e escavado por meio de pedras incandescentes.
c.. Tambor de Carapaça: Feito de Carapaça de tartaruga.
d.. Tambor de Cerâmica: Consiste num vaso de barro, tendo abertura fechada com couro. É um velho elemento de civilização, talvez representando um dos mais antigos tambores do mundo.



e.. Tambor de Pele: Confeccionado com um cilindro de madeira, geralmente fechado de um lado só. A fixação da pela é feita com cipós, por meio de compressão.

Os tambores feitos de tora de madeira tanto existem nas tribos brasileiras, quanto entre populações da África e Oceania. Também os tambores de cerâmica podem ser encontrados na África. 
(...).

O Poder dos Tambores Indígenas

Na cultura dos índios americanos, os tambores são objetos sagrados, usados pelo Xamã ( líder espiritual ) na cerimônias de cura. Também servem para proteger o ambiente.

De acordo com os princípios do Xamanismo, cada pessoa tem um bicho de poder que o acompanha por toda a vida. Para descobrir qual é o animal de cada um, é feita uma jornada xamânica em que a pessoa relaxa ao som do tambor e visualiza a imagem do bicho. Feita a descoberta, o animal é então pintado no tambor.

Os nativos norte – americanos associam o toque do tambor às batidas do coração da Mãe – Terra e também ao som do útero. O tambor dá acesso à força vital através de seu ritmo. É a canoa que leva ao mundo espiritual, o instrumento que faz a comunicação entre o Céu e a Terra. É usado para ativar e curar o nosso espírito, alinhando – se com a vibração do nosso coração e com a Mãe Terra. Cada tambor tem seu próprio som, sem igual. Usado em cerimônias, danças, canções e para celebrar. 

Os Tambores Xamânicos

Os tambores xamânicos existem há pelo menos 40 mil anos em todas as cultuar tradicionais do planeta. Está associado à direção Sul, ao arquétipo do Curador, ao elemento Terra, às criaturas de
Quatro Patas e com a qualidade da Cura. É utilizado para produzir diversos tipos de ritmos com finalidades diferenciadas, desde a musica para a celebração e a dança até o toque constante, que leva ao transe profundo ou ao frenesi coletivo.


Tambor Xamânico
Muitos Xamãs usam seu tambor para realizar diversos tipos de cura, como o resgate de uma alma perdida ou sair viajando por outras dimensões do ser em busca de visões e conhecimento. Durante as experiências são comuns as visões de Animais de Poder, Aliados Espirituais, ou outras visões de poder ou de cura.

O som do tambor facilita a conexão de qualquer pessoa com o seu mundo interior e com todos os ritmos de seu corpo, produzindo um estado de relaxamento, de equilíbrio e ampliação de consciência, proporcionando assim uma conexão e harmonização com os ritmos planetários e cósmicos.

Para os que praticam os Rituais Xamânicos – religião oriunda de povos asiáticos e árticos, pratica filosófica e de cura encontrada no mundo todo – , as batidas do tambor são como as batidas do coração da Mãe Terra.

O tambor representa a própria cultura xamânica, unificando – a e aproximando as comunidades. Costuma ser utilizado em diferentes ocasiões, como casamentos e funerais, e em todas as reuniões dos povos nativos, criando uma aura energética que possibilita a conexão com o Mundo Espiritual. Também são utilizados por curandeiros, em rituais de cura.

a.. Tambor Catuquinaru: Instrumento de sinalização.
b.. Tambor de Fenda: Feito de uma tora de madeira e escavado por meio de pedras incandescentes.
c.. Tambor de Carapaça: Feito de Carapaça de tartaruga.
d.. Tambor de Cerâmica: Consiste num vaso de barro, tendo abertura fechada com couro. É um velho elemento de civilização, talvez representando um dos mais antigos tambores do mundo.



e.. Tambor de Pele: Confeccionado com um cilindro de madeira, geralmente fechado de um lado só. A fixação da pela é feita com cipós, por meio de compressão.

Os tambores feitos de tora de madeira tanto existem nas tribos brasileiras, quanto entre populações da África e Oceania. Também os tambores de cerâmica podem ser encontrados na África. 
(...).

O Poder dos Tambores Indígenas

Na cultura dos índios americanos, os tambores são objetos sagrados, usados pelo Xamã ( líder espiritual ) na cerimônias de cura. Também servem para proteger o ambiente.

De acordo com os princípios do Xamanismo, cada pessoa tem um bicho de poder que o acompanha por toda a vida. Para descobrir qual é o animal de cada um, é feita uma jornada xamânica em que a pessoa relaxa ao som do tambor e visualiza a imagem do bicho. Feita a descoberta, o animal é então pintado no tambor.

Os nativos norte – americanos associam o toque do tambor às batidas do coração da Mãe – Terra e também ao som do útero. O tambor dá acesso à força vital através de seu ritmo. É a canoa que leva ao mundo espiritual, o instrumento que faz a comunicação entre o Céu e a Terra. É usado para ativar e curar o nosso espírito, alinhando – se com a vibração do nosso coração e com a Mãe Terra. Cada tambor tem seu próprio som, sem igual. Usado em cerimônias, danças, canções e para celebrar. 

Os Tambores Xamânicos

Os tambores xamânicos existem há pelo menos 40 mil anos em todas as cultuar tradicionais do planeta. Está associado à direção Sul, ao arquétipo do Curador, ao elemento Terra, às criaturas de Quatro Patas e com a qualidade da Cura. É utilizado para produzir diversos tipos de ritmos com finalidades diferenciadas, desde a musica para a celebração e a dança até o toque constante, que leva ao transe profundo ou ao frenesi coletivo.


Tambor Xamânico
Muitos Xamãs usam seu tambor para realizar diversos tipos de cura, como o resgate de uma alma perdida ou sair viajando por outras dimensões do ser em busca de visões e conhecimento. Durante as experiências são comuns as visões de Animais de Poder, Aliados Espirituais, ou outras visões de poder ou de cura.

O som do tambor facilita a conexão de qualquer pessoa com o seu mundo interior e com todos os ritmos de seu corpo, produzindo um estado de relaxamento, de equilíbrio e ampliação de consciência, proporcionando assim uma conexão e harmonização com os ritmos planetários e cósmicos.

Para os que praticam os Rituais Xamânicos – religião oriunda de povos asiáticos e árticos, pratica filosófica e de cura encontrada no mundo todo – , as batidas do tambor são como as batidas do coração da Mãe Terra.

O tambor representa a própria cultura xamânica, unificando – a e aproximando as comunidades. Costuma ser utilizado em diferentes ocasiões, como casamentos e funerais, e em todas as reuniões dos povos nativos, criando uma aura energética que possibilita a conexão com o Mundo Espiritual. Também são utilizados por curandeiros, em rituais de cura.


OS ATABAQUES


Poucos sabem que a expressão "atabaque" não é de origem africana. É uma expressão árabe "at-tabaq". Constitui-se de um tambor cilíndrico ou ligeiramente cônico, com uma das bocas coberta de couro de boi, veado ou bode.

Na África,  o nome desse instrumento dependia da nação em que era tocado. Por exemplo, na nação Ketu os atabaques eram conhecidos como Ilú. Na nação Bantu (Angola) eram chamados de Ngoma. Na nação Jeje os tabores eram divididos pelo tamanho e classificados em Rum (o maior) Rumpi (o médio) e Le (o menor).   

                                   
Como mencionado acima, na nação Bantu (Angola) os tambores são chamados de Ngoma. São instrumentos sagrados, tocados com a mão único e exclusivamente pelos  Xicarangoma (homens responsáveis pelo toque de Ngoma).

Seu toque e cânticos na língua bantu servem para invocação dos Nkises (divindades Bantu semelhantes aos Orixás) e dos Ancestrais.  


Já na nação Ketu, os tambores, como visto, eram chamados de Ilú. Possuem a mesma função sagrada de chamar as divindades para a sessão. No caso de Ketu as dividades são chamadas de Orixás. Na nação Ketu os atabaques possuem tamanhos diferenciados e são tocados único e exclusivamente pelos Alagbê (homens responsáveis pelo toque do atabaque).  Seus rítimos são executados com varetas chamadas de Aguidavis, dando uma sonoridade diferente das demais nações do candomblé. Atualmente a expressão Ilú é pouco utilizada, sendo adotado a classificação Rum, Rumpi e Le da nação Jeje.



  Le               Rumpi   e            Rum
Na nação Jeje (Djeje) os atabaques receberam o nome de Le, Rumpi e Rum. Tal denominação  passou a ser adotada pelas outras nações. Também é tido como um instrumento sagrado, tocado apenas pelo Runtó (homem responsável pelo toque). Seu toque é feito com as mãos. É cadenciado e lento e serve para invocação dos Voduns (divindades Jeje semelhante aos Orixás).

Cada nação possui seus toques, seus cânticos e suas danças. A forma com que é tocado e cantado possui um fundamento que deve ser respeitado. Ademais, entre essas nações existe algo em comum. O toque do atabaque serve de invocação das divindades para que se manifestam no iniciado. No candomblé, independentemente da nação, o cântico revela uma passagem de sua mitologia, na qual o iniciado manifestado pela divindade irá executar os movimentos durante a roda.    


OS ATABAQUES NA UMBANDA


Com o passar do tempo, aos poucos, o atabaque foi sendo inserido na liturgia da Umbanda, mas com uma função diversa da do Candomblé. Como visto, nas nações, o toque do atabaque serviam para trazer os Orixás e para fazê-los dançar na roda. Na Umbanda, o toque do atabaque serve unica e exclusivamente para acompanhar os pontos cantados, que nada mais são do que uma oração cantada.

O objetivo do toque da Umbanda não é fazer os Orixás ou as entidades dançarem, mas sim, criar uma "psicoesfera" propícia para chegada dos irmãos de Aruanda, que vêm em auxílio dos necessitados. O toque do atabaque na Umbanda ajuda o médium a se concentrar, a se desligar das coisas do dia-a-dia, fazendo que entregue-se completamente a manifestação espiritual. 

Todavia, o toque do atabaque deve ser feito com respeito, com amor e com responsabilidade. Tudo para evitar o animismo e a influencia dos espíritos pertubadores (Kiumbas). Na Umbanda  os responsáveis pelo toque do atabaque e pelos cânticos são chamados de Ogans, Curimbeiros e Atabaqueiros ou Batuqueiros. 

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Prece de Caritas

Deus nosso pai, vós que sois todo poder e bondade.
Dai a força àquele que passa pela provação.
Dai a luz àquele que procura à verdade.
Ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.

Deus,
Dai ao viajor a estrela guia,
Ao aflito a consolação,
Ao doente o repouso.

Pai,
Dai ao culpado o arrependimento,
Ao espírito a verdade,
A criança o guia
Ao órfão o pai

Senhor,
Que a vossa bondade se estenda sobre tudo que criaste.
Piedade senhor para aqueles que não vos conhecem,
A esperança para aqueles que sofrem.
Que a vossa bondade permita aos espíritos consoladores
Derramarem por toda parte a paz, a esperança e a fé.

Deus,
Um raio, uma faísca do vosso amor pode abrasar a terra.
Deixai-nos beber nas fontes esta bondade fecunda e infinita
E todas as lágrimas secaram, todas as dores acalmar-se-ão.
Uma só oração, um só pensamento subirá até vos,
Como um grito de reconhecimento e de amor.

Como moisés sobre a montanha
Nos lhe esperamos com os braços abertos
Oh bondade !
Oh beleza !
Oh perfeição !
E queremos de alguma sorte alcançar vossa misericórdia.

Deus,
Dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até vos.
Dai-nos a caridade pura.
Dai-nos a fé e a razão.
Dai-nos a simplicidade, que fará de nossas almas...
Um espelho onde se refletirá a vossa santa e misericordiosa imagem.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Fundamentos de cantar, bater palmas e tocar Atabaques na Umbanda !


Para tentar explicar como se dá a comunicação entre os planos espiritual e material, grosseiramente, podemos imaginar essa comunicação através de freqüências.

O rádio, a TV, o celular são exemplos. Estes aparelhos emitem freqüências de um ponto, o transmissor, até outro ponto, o receptor. As freqüências não se cruzam porque uma é mais forte do que a outra. O receptor recebe apenas a freqüência na qual está programado.

Analogamente, se imaginarmos que nossos pensamentos são como freqüências e as vibrações emitidas pelos espíritos também são freqüências, podemos dizer que são essas freqüências que ligam espíritos e matéria, onde conseguimos nos conectar com os espíritos de acordo com nossos pensamentos e atitudes, logo, pensamentos baixos atraem espíritos de camadas mais inferiores do plano espiritual, e pensamentos mais elevados, atraem espíritos mais elevados.

Quando nos dirigimos ao terreiro, dependendo de como foi nosso dia, nossa semana, nós estamos vibrando numa freqüência tal que pode interferir nos trabalhos, ajudando ou atrapalhando. Um dia vivido em torno de brigas e discussões, alimentação pesada, pensamentos voltados para o ódio, má conduta, etc, deixam a freqüência muito baixa, atraindo espíritos que vibram numa esfera mais baixa, e isso faz com que o trabalho seja prejudicado. Um dia bem vivido, trabalhado e participativo nas coisas particulares, uma boa alimentação, bons pensamentos, preparação mental para a gira, faz com que nossa freqüência fique mais elevada, atraindo espíritos de esferas mais elevadas.

Para que os trabalhos não sofram variações excessivas de freqüências, para que se evitem a atração de espíritos de esferas inferiores e para o bom andamento da gira, é usado um artifício que acelera o processo para que todos, ou pelo menos a maioria, se concentrem no trabalho e eliminem pensamentos mais baixos, que é de cantar e bater palmas.

Como funciona?

Ao final de um espetáculo, um show, um discurso, normalmente as pessoas batem palmas para demonstrar àquele que se apresentou o agradecimento, por compartilhar aqueles minutos de entretenimento ou aprendizado. Se as palmas se estenderem por vários segundos, aos poucos elas vão entrando num ritmo e muito rapidamente todas as pessoas batem palmas no mesmo ritmo e, junto com essa sonorização, algo começa a acontecer: as pessoas começam a se sentir mais alegres, com vontade de rir, ou seja, as pessoas ali envolvidas começam a vibrar numa mesma freqüência, e inconscientemente, todas estão fazendo as mesmas coisas que as outras pessoas estão fazendo.

Já com o canto, logo de início, todos começam a cantar juntos, e isso faz com que a vibração das pessoas se equalize mais rapidamente.

Quanto mais cantamos, mais batemos palmas, mais rapidamente elevamos o nível de freqüência das pessoas, fazendo com que, momentaneamente, os problemas, a baixa auto-estima, as preocupações, sejam esquecidos, pois todos começam a prestar atenção no trabalho que está sendo realizado e isso ainda ajuda a absorver as informações que estão sendo passadas.

Com a freqüência estabilizada, os espíritos conseguem se aproximar mais facilmente de nós, permitindo assim que o trabalho transcorra com mais facilidade e de acordo com o pretendido pelos planos espiritual e material.

Para acelerar mais ainda o processo, usa-se o atabaque, pois o som emitido pelo atabaque ajuda a igualar o ritmo cardíaco de todas as pessoas no terreiro, fazendo com que, por exemplo, para quem chega muito afobado, o ritmo cardíaco é normalizado, diminuindo a afobação, ou para quem chega muito para baixo, com o aumento do ritmo cardíaco, ajuda na elevação da auto-estima. Com base nisso, por estarmos cantando e batendo palmas, além de estarmos mudando nossa freqüência, também estamos praticando caridade, por já estar ajudando outras pessoas.

Com todos participando, batendo palmas e cantando, o clima do terreiro já fica muito melhor, pois todos estão ajudando, focados num mesmo objetivo.

No plano espiritual, os guias preparados para o trabalho, aguardam nossa vibração equilibrar-se com a vibração deles, e assim que nossas freqüências começam a se igualar, eles se aproximam e iniciam o processo de incorporação.

Quando começamos a cantar os pontos dos guias que trabalharão na gira, estamos dizendo para os guias que já estamos prontos e podemos começar a incorporar.

Normalmente, no processo de incorporação, os guias cantam, muitas vezes para si, para que seja mais fácil ainda, e no caso de um guia estar trabalhando no desenvolvimento de um cambono, o guia canta para o cambono ouvir o ponto e elevar sua freqüência para facilitar a incorporação.

Cantamos pontos para ajudar a desincorporação, facilitando assim a “subida” dos guias que levam com eles todo e qualquer tipo de fluído ou influência que possa atrapalhar o médium.

Os pontos cantados trazem mais energia do que podemos imaginar. Quando feitos pelos guias, são conhecidos como “pontos de raiz” e as palavras não podem ser mudadas, pois toda a mironga feita pelo guia está nas disposições das palavras. Quando feita pelo homem, as palavras podem ser mudadas e adaptadas para que fiquem bem arranjadas.

Se prestarmos atenção, alguns pontos parecem não fazer sentido, mas quando cantados, no ritmo certo, acabamos fazendo as mirongas que estão escondidas nos pontos. É por isso que alguns pontos possuem palavras conjugadas de maneira errada ou em tom bem caipira, pois essas palavras foram inseridas nos pontos propositalmente, para poder servir como “palavras mágicas” a serem proferidas por todos, ou seja, os sons que essas palavras produzem é que produzem os efeitos requeridos.

Alguns pontos, quando entoados, podem afastar diversos males, como espíritos obsessores ou pessoas que tentam derrubar o terreiro.

Há pontos de saudação, para defumação, para firmeza, para afastar quiumbas, para descarrego, para despedida, para provocação, para cruzamento de linhas, para cruzamento de falanges, etc. Cada um deve ser cantado de acordo com sua finalidade para o bom andamento do trabalho.

Alguns pontos devem ser evitados cantar tanto dentro do terreiro quanto em nossas casas, pois eles podem atrair maus espíritos. Pontos que falam muito de cemitério, morte, ou qualquer tipo de bestialidade devem ser evitados.

Os atabaques não são simplesmente caixas de madeira com um couro para se batucar, eles são preparados e energizados para o trabalho logo que são trazidos para o terreiro.

Ao ser entregue no terreiro, primeiro é trocado o couro que vem com o atabaque, para eliminar os fluídos de “comércio” que foram depositados sobre ele na loja que o comercializa; depois, são feitos os primeiros preparos de limpeza do atabaque; em seguida, o guia chefe da casa cruza o atabaque iniciando o processo de mironga que será depositada sobre o atabaque. São colocados patuás de acordo com o guia que será o “dono” do atabaque e são feitas rezas sobre ele para fortalecer a energização.

O ogan chefe, ou atabaqueiro chefe, pede forças e energia para o guia, dono do atabaque, para que sejam depositados os fluídos necessários no couro, e toca o atabaque pela primeira vez para que sejam abertas as forças que regerão o atabaque. Em seguida o atabaque é entregue ao ogan que tocará o atabaque nos trabalhos.

Normalmente em um terreiro, os atabaques são múltiplos de três, mas são os guias que definem o número correto a ser utilizado nos trabalhos. O maior dos atabaques é o Rum, destinado ao guia que rege a casa; o segundo, é o Rumpi, destinado ao segundo guia que rege a casa ou ao guia que rege a coroa do pai ou mãe-de-santo fundadores do terreiro; o terceiro, e o menor deles, é o Lé, muitas vezes destinado à Exu ou a um guia homenageado pela casa. As ordens dos donos de cada atabaque são definidas pelos guias que regem o terreiro, podendo eles alterar essa disposição.

O Rum é sempre tocado pelo ogan chefe e só poderá ser tocado por outro ogan
desde que o ogan chefe permita. Ele, o Rum, serve para dar os primeiros toques nos pontos, repicar e conduzir os trabalhos. O Rumpi é tocado pelo segundo ogan, dando o ritmo do toque e mantendo a harmonia. O Lé é tocado pelo ogan iniciante, que ainda está em processo de aprendizado, seguindo sempre os toques do Rumpi.

Se um ogan de outro terreiro visitar a casa, este deve pedir autorização ao guia chefe para poder tocar o atabaque, e deverá ter permissão do ogan chefe para tocar o atabaque, que lhe direcionará ao atabaque próprio para receber um convidado (normalmente não é permitido ao convidado tocar no Rum).

Em terreiros tradicionais e candomblés, o ogan chefe sempre é considerado o detentor do conhecimento sobre as giras, assumindo sempre sete anos a mais de experiência sobre o pai ou mãe-de-santo. Isso se deve ao fato de que o ogan conhece todos os preparos para as giras, e é quem conduz a energia de sustentação dos trabalhos.

Os guias normalmente indicam os futuros iniciantes ao ofício de ogan, mas cabe ao ogan chefe permitir a entrada e designar o atabaque para o iniciante.

Um ogan mal intencionado pode derrubar uma gira apenas tocando o atabaque, e muitas vezes, consegue derrubar todo o terreiro. Para que se evitem problemas, há pontos chamados de provocação, onde o ogan do terreiro tenta quebrar as forças do ogan mal intencionado entoando pontos de quebra de forças e demanda.

Cada ogan tem sua função nas giras, além de tocar os atabaques e facilitar a corrente de energias. Um dos ogans, sempre volta sua atenção ao que acontece dentro do congá, mantendo o trabalho em equilíbrio e de acordo com as orientações do guia chefe; outro ogan tem sua atenção voltada à assistência, onde fica atento sobre possíveis problemas ou olhares de pessoas mal intencionadas; o terceiro ogan presta atenção de uma maneira geral, auxiliando os outros ogans.

Alguns terreiros de candomblé não permitem que mulheres sejam ogans alegando, segundo Mattos “(…) que elas não poderiam usar os instrumentos sagrados
por ficarem de pajé (menstruadas)” (pg. 93). Ainda citando Mattos, “(…) porém, naumbanda, um indivíduo feminino tem totais condições de ser uma atabaqueira, sem problema algum. Se considerarmos que os Ogãs tem um poder divino, uma faculdade mediúnica musical, esta não vem com o gênero, e sim com o espírito e este por ter origem na essência divina, não tem sexo” (pg. 93).

Há outros instrumentos que são usados nos trabalhos para auxiliar os toques dos atabaques, como o agogo, chocalho, triângulo, pandeiro, berimbau, etc.

É importante que os filhos da corrente e a assistência participem das giras cantando e batendo palmas, pois sem essa união de forças dificultam o bom andamento do trabalho. Se não sabe o ponto, bata palmas, mas principalmente, preste atenção nos pontos, pois normalmente eles são curtos e repetitivos, fáceis de aprender. Para os pontos mais longos, que quase não se repetem, ou mesmo para aqueles pontos que são cantados em giras especiais, como de ciganos, marinheiros ou boiadeiros, os terreiros muitas vezes deixam disponíveis pastas com os pontos escritos, e em alguns casos, as pessoas se reúnem antes das giras para cantarem os pontos e aprenderem aqueles que não sabem.

Não é vergonha não saber os pontos, vergonha é não participar, não ajudar a cantar ou bater palmas, assim como achar que não tem voz boa pra cantar e por isso não cantar.

Cantar ajuda a todos, aos guias, aos médiuns, aos cambonos, a assistência, a afastar maus espíritos, más influências, miasmas no plano astral, energias negativas, e atrai sempre bons fluídos, boas energias e boas vibrações.